“O que mais me apaixona são as pessoas”

Rita Dória assume que a ligação ao mundo automóvel aconteceu por mero acaso. No entanto, acabou por se apaixonar pela área e atualmente exerce o cargo de Diretora Value Chain After Sales Division de uma das marcas com mais notoriedade no mercado: a Toyota Caetano.

 

Rita Dória, Diretora Value Chain After Sales Division

 A licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial foi importante e deu-lhe a “bagagem” necessária para integrar o mercado de trabalho, nomeadamente a indústria automóvel?

A licenciatura de Engenharia e Gestão Industrial, como se dizia há 30 anos atrás, era a “medicina geral” da engenharia, pois abrangia áreas novas e pioneiras nos cursos de Engenharia, como o Marketing, Gestão, Psicologia.

Esta abrangência e diversidade fez com que a integração no mundo de trabalho e na indústria automóvel fosse eventualmente mais fácil do ponto de vista de tudo que não é fábrica.

Quando é que a Toyota Caetano aparece na sua vida? O gosto pelo setor automóvel sempre esteve presente?

Sinceramente, foi por um acaso, nunca me entusiasmei particularmente por automóveis.

Foi o meu orientador do projeto de final de curso que propôs que eu fizesse o projeto na Toyota Caetano Portugal e, entretanto, já se passaram 27 anos.

Fui me apaixonando pelo mercado automóvel e pela Toyota. 

E o que me apaixona mais são as pessoas e os processos e, no meu caso, na jornada da Experiência do Cliente, pois tudo que fazemos (serviços, produtos e vendas) é centrado no Cliente.

O meu percurso é abrangente, pois já estive em todas as áreas do negócio, pelo que esta diversidade também fez com que me sentisse sempre motivada e desafiada.

 

 

Assume há mais de 11 anos a função de Diretora Value Chain After Sales Division da Toyota Caetano. Que desafios lhe tem imposto este cargo? 

Desafios intrínsecos à complexidade que o negócio após-venda acarreta, obriga a uma multiplicidade de conhecimento e de redobrada atenção. 

Manter o nível de motivação da equipa, gestão de pessoas e conflitos, a criação contínua e a procura de mais e melhor. 

 

Trabalhar numa empresa com a notoriedade da Toyota Caetano é, certamente, uma responsabilidade acrescida. Qual o balanço que faz destes 28 anos na empresa? Quais os momentos que mais a marcaram ao longo do percurso?

São anos de Paixão, de Relações, de Kaizen (melhoria continua), de batalhas, de dedicação, de retorno e satisfação.

A Toyota e o Grupo Salvador Caetano são um exemplo de sucessos, de persistência, de nunca desistir e de muito trabalho.

O estímulo penso que tem sido o de ter paixão pelo que faço e pelas pessoas que me rodeiam. Tentar seguir um padrão pelas emoções positivas.

Enumere as caraterísticas que a definem enquanto mulher e profissional. Considera que, nos tempos que correm, as mulheres continuam a ter que lutar mais do que os homens para se conseguirem fazer ouvir e marcar a sua posição? 

 

Ser mulher revelou-se, em alguns momentos da minha carreira, um fator diferenciador, e principalmente pelo lado da assertividade, autenticidade e capacidade de observação de tudo o que nos rodeia. E principalmente neste sector porque por vezes sou a única ou das poucas mulheres em lugares de liderança, a presença com opiniões diferentes ou com visões diferentes, é diferenciadora.

 

E sim, nos tempos que correm ainda é necessário lutar mais do que os homens, os números não enganam quanto à percentagem de mulheres em cargos de liderança e/ou em mais destaque. O que é importante e crucial é reconhecer a diversidade como fator distintivo das organizações, em que a qualidade e a excelência das pessoas dependem de uma cultura inclusiva, onde a seleção é independente do género, etnia, religião ou idade. Deve-se lutar para que estas questões nem sejam tema.

 

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