Encarar 2024 com felicidade no trabalho

O meu lema é simples: Não é possível impor felicidade. 

 

Ricardo Costa, Presidente da AE Minho

 

Cuide dos seus colaboradores como humanos primeiro e pergunte o que precisam. A felicidade só pode ser construída depois disso.

Refletir sobre a felicidade no âmbito empresarial ultrapassa a simples preocupação com a qualidade dos espaços de trabalho ou do programa de benefícios.

Apesar da sua importância, acredito que temos de valorizar a forma como os colaboradores se sentem, como são promovidos, estimulados e reconhecidos. Os líderes das empresas, em 2024, precisam entender a motivação das suas equipas de uma forma regular. Cada colaborador é motivado por coisas diferentes em períodos diferentes.

E essa motivação, vai para além das festas, férias, benefícios e até mesmo das salas de convívio que várias empresas já proporcionam.

Acredito que importância de abordar a felicidade no contexto corporativo; é, acima de tudo, abordar as pessoas, reconhecendo os traços únicos que compõem cada uma, as suas histórias e formas de encarar a vida. Não há uma forma única de implementar felicidade, mas há uma única forma de a cultivar: ouvindo as pessoas. Não acredito numa separação entre vida profissional e vida pessoal.

A vida é apenas uma, uma “entidade” complexa e intrinsecamente interligada; precisamos de perceber que o ser humano não vive em piloto automático, é impossível distinguir e separar ambos os campos.

As pessoas têm de se sentir bem fisicamente e psicologicamente na empresa em que estão e onde passam a maioria do tempo em que estão acordadas. É uma ilusão alimentarmos a ideia que basta apostar em espaços e frases bonitas para tornar os colaboradores felizes. É verdade que contribuem para isso, mas não determinam. Só conseguimos abordar genuinamente a felicidade se adotarmos uma postura empática, olhando nos olhos “do outro” e compreendendo as suas perspetivas, expectativas, necessidades, inspirações e, sobretudo, os seus SONHOS dentro da empresa. Com os pés assentes no chão e o olhar na pessoa, construímos um caminho onde cada um pode ter clareza do seu propósito individual, alinhando-se simultaneamente ao propósito global da empresa.

Esse é o cerne da felicidade: as pessoas a sentirem-se úteis, produtivas, validadas e capazes, numa empresa que também reconheça que o são.

Falar de felicidade, portanto, é falar sobre o equilíbrio saudável entre desafios profissionais, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, reconhecimento mútuo e um ambiente positivo que proporcione crescimento.  Os benefícios decorrentes do investimento na felicidade organizacional são amplos e impactantes. Vão além da esfera individual, refletindo-se numa motivação genuína, maior produtividade e na capacidade contínua de atrair talentos.  É um comprometimento que não só enriquece a experiência do colaborador, mas também impulsiona o sucesso e a resiliência da empresa a longo prazo. Compete aos recrutadores das empresas selecionar as pessoas que acreditam nesse interesse funcional, na compreensão que guia essa organização, na forma de olhar para as pessoas e também perceber se se enquadram nos processos e, acima de tudo, nos valores.

Ao falar de felicidade nas empresas, mergulhamos na necessidade de criar e cultivar uma cultura organizacional que esteja genuinamente centrada nas pessoas. E as pessoas em nós. Concluindo, para falar em felicidade em 2024, é necessário falar em união entre a caminhada singular de cada colaborador com a missão e valores da empresa, alinhando-os na construção de um caminho coletivo rumo ao sucesso e à realização plena de ambos. Tal como nos casamentos, ambas as partes têm de se identificar.  A partir daí, serem ambas valorizadas e motivadas.

De seguida, cultivar a felicidade. Este é o desafio e a oportunidade de construir ambientes de trabalho que não se limitem a ser eficientes, mas que sejam igualmente, inspiradores e humanos.

 

Veja o artigo na edição online de fevereiro da Revista Business Portugal 

 

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