Grupo Tagar: Criar novas soluções com competitividade

O Grupo Tagar iniciou  a sua atividade na Venezuela há mais de 30 anos num mercado ligado a equipamentos para apoio à construção. De forma  a solidificar o bom trabalho já existente na Venezuela, é em Portugal que opta por criar a Eurotagar, uma empresa exclusivamente dedicada às autogruas. Em entrevista à Revista Business Portugal, Ilídio Tavares, CEO, aborda um passado reforçado pela internacionalização e fala de um presente marcado pelo contínuo sucesso.

 

É na Venezuela em 1984 que Ilídio Tavares inicia a sua atividade ligada a equipamentos para apoio á construção. O sucesso foi uma característica que acompanhou a empresa desde a sua fundação, mas com a entrada do Presidente Hugo Chávez (em 1998) a instabilidade instalou-se neste país da América do Sul. “O seu discurso político não foi do meu agrado. Projetei que o país entraria num plano de decadência, uma vez que estava a ser dirigido por um Coronel de tendência militar e com pouca formação académica no âmbito da economia e gestão”, salienta o empresário.

Foi nesse mesmo ano, em 1998, que passou a desacreditar num país que vivia dentro de um regime tipicamente militar com um pensamento rígido. Este foi o grande motivo que levou Ilídio Tavares a instalar-se em Portugal, país que temia ser mais competitivo do que aquilo que realmente era. Assim, conseguiu evidenciar a Eurotagar no mercado português, ao ponto de fazê-la crescer gradualmente no sector da construção civil.

Em 2000, já em território nacional, mais precisamente Arrifana (Santa Maria da Feira), o CEO decidiu começar um negócio que já conhecia: as autogruas. “Portugal, no ano 2000, florescia com a proliferação de construção, tanto de edifícios, como de vias públicas, autoestradas e pontes. Fomos crescendo com gruas que estavam mais direcionadas ao setor da construção civil (obras públicas e privadas) ”, acrescenta.

De forma a posicionar-se à realidade de mercado a Eurotagar, viria a abraçar novos desafios. Em 2009 direcionaram-se para o setor eólico, o principal core atualmente do grupo. “Após análise da realidade existente cheguei á conclusão que esta área de negócio era mais promissora, nesse momento os preços dos combustíveis fósseis eram muito altos, e começou a surgir a consciência ecológica e a noção de pegada ambiental, a Europa teria de procurar novas soluções e alternativas, naquela época só estava a equacionar uma: o eólico”.

Setor eólico em expansão

Após a crise americana de 2008, em 2011/2 grande parte dos projetos eólicos foram suspensos, pois as taxas de juro para financiamento destes projetos dispararam, tornando-os inviáveis. Este fator fez com que a empresa tivesse de encontrar soluções e o caminho foi a expansão e a aposta na internacionalização. “O nosso primeiro projeto fora de Portugal foi na Nicarágua e a partir do momento em que mostramos aos nossos clientes a nossa capacidade de eficiência e profissionalismo, mesmo num dos países da América Central com um sistema complexo, deu-nos abertura e credibilidade para entrar numa short list de empresas convidadas para projetos eólicos em diversas geografias”. Conta ainda que optaram por entrar em países com “maior domínio, maior conhecimento e melhores condições climatéricas”.

Pela América e Europa… mas não só!

Chile, Venezuela, Argentina e Colômbia (América Latina) são alguns dos países onde se centra a presença do grupo. O CEO revela que, por agora, não é prioritário iniciar o trabalho  atividade em mais nenhuma nacionalidade  nenhum país na no qual não haja garantias de recompensa financeira para justificar o gasto adicional. “ou seja, aquilo que considero ser o custo por me estabelecer nesse país”, admite.

África do Sul, Quénia e Moçambique são outros pontos geograficamente estratégicos selecionados para dar cartas num trabalho que se caracteriza pelo seu elevado grau de exigência e rigor.

Já na Europa, destacam-se países como Espanha, França e Portugal.

Questionado sobre a representatividade do trabalho em Portugal em comparação com o resto do mundo, Ilídio Tavares afirma que corresponde a um quarto da faturação. Já os restantes 75 por cento do volume de negócio surgem dos países em que estão presentes.

Core business

Com cerca 80 gruas automóveis e com uma capacidade entre 40 e as 1200 toneladas, a empresa refere que o seu core business é a montagem de parques eólicos, não descurando os outros setores onde opera o Grupo.

Ao longo de mais de três décadas, Ilídio Tavares aproveitou da melhor forma o mercado, com competitividade e com soluções inovadoras, “a que os meus concorrentes não estavam dispostos”, destaca.

O futuro estará de mãos dadas com a arte de bem servir acompanhado pela exigência do mercado, já que a dedicação e o trabalho irão sempre fazer parte daquilo que é o GrupoTagar.

CEF – Centro Empresarial Feira

O CEF conta com uma área com 52.000 metros quadrados de terreno e 28 mil metros quadrados de área alocável, neste momento, tem 43 por cento de taxa de ocupação. “Temos um Centro Empresarial misto com pavilhões industriais e edifícios com escritórios. A área dos escritórios está 100 por cento locada (estando já a ser construído mais um novo edifício com 40 novos escritórios). Os restantes estão reservados para jardins, estacionamentos e áreas de lazer”, explica.

Numa empresa em que a ambição e a inovação são palavras de ordem, Ilídio está a trabalhar num grande projeto com o objetivo de sediar mais uma multinacional no Centro Empresarial Feira. “Temos de dar respostas às necessidades emergentes, na área do transporte público, na captação de recursos humanos e na formação, pois o dilema alterou-se em Portugal, as multinacionais querem ter acesso a recursos humanos qualificados. Este é um projeto a ser trabalhado numa equipa multidisciplinar”. Com várias entidades envolvidas, nomeadamente a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o CEO espera em breve ter novidades e concluir o projeto.

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