Exemplo de referência e evolução dos vinhos da região

Situada na zona oeste de Portugal, inserida na região Vitivinícola de Lisboa, a Adega Cooperativa do Cadaval foi inaugurada em 1963 contando, por isso, com quase 60 anos de história. Há oito anos que Leopoldo Neves assumiu o comando desta casa e conta, em entrevista, os pormenores desta gestão.

Inserida numa área de vinha de 650 hectares, a Adega Cooperativa do Cadaval, dispõe de uma capacidade de vinificação anual de cerca de 5 milhões de litros de vinho, distribuídos por 50 por cento de vinhos brancos e 50 por centro de vinhos tintos.
Leopoldo Neves, Presidente da Adega Cooperativa do Cadaval, durante toda a sua vida foi agricultor, avicultor e ainda criador de codornizes. Começou por nos contar qual é o balanço que faz destes oito anos à frente desta cooperativa afirmando que “todos os anos temos de trabalhar mais, temos de evoluir, modernizar, de forma sustentada e bem ponderada”.
Em cada vindima, à receção, as uvas são, atualmente, separadas por espécie e por casta – uma reorganização e uma abertura à mudança. Para o seu processamento, a Adega possui equipamentos e tecnologia em conformidade com os mais exigentes conceitos de produção de vinhos de qualidade. Leopoldo Neves afirma sentir que hoje em dia o negócio dos vinhos “é por modas e que atualmente as pessoas se interessam mais por vinho tinto, mas amanhã já pode ser por vinho branco”, mas uma coisa é certa: seja qual vinho for, a exímia qualidade é garantida. “O corpo técnico acompanha e controla a produção em cada etapa e assegura que os vinhos produzidos vão ao encontro às expectativas dos consumidores”, corpo técnico esse que conta com 20 pessoas. “O produto final é embalado numa linha de engarrafamento, tecnologicamente atual e permite cadências de produção adequadas a uma gestão eficiente das encomendas e expedição dos nossos vinhos”, relata Leopoldo Neves.

Os vinhos
O terroir da região do Cadaval e a proximidade com o mar – aliados ao profissionalismo das equipas – proporcionam condições de excelência para a produção dos vinhos. Rosés “Leve”, espumantes, vinhos brancos frescos, intensos e aromáticos e vinhos tintos, de caráter fresco e frutado, são alguns exemplos do que se pode encontrar na Adega Cooperativa do Cadaval. “O nosso vinho é leve”, afirma o entrevistado, destacando-se como um elemento diferenciador da região. Leopoldo Neves conta, orgulhosamente, a lista infinita de prémios que já obtiveram nos tantos anos de história: “o nosso espumante foi a França e ganhou uma medalha de ouro”. Mas foi em 1983 que começaram a ser premiados em concursos nacionais e internacionais. O primeiro, foi no Concurso do Melhor Vinho, no qual receberam medalha de prata pelo Tinto 1982. Desde então, todos os anos, os seus vinhos recebem o devido reconhecimento. Os vinhos Leves, brancos e rosés, são um dos seus expoentes qualitativos: “A Adega orgulha-se de ter lançado o primeiro espumante com Denominação de Origem de Óbidos, além de, todos os anos, ver os mesmos vinhos medalhados, em concursos nacionais e internacionais”.
Atualmente produzem, em média, 60 mil garrafas por ano, sendo que há sete anos era mais produzido vinho branco, no entanto sentiram necessidade de equilibrar com o vinho tinto. “Com as Vitis – Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão das Vinhas – e as plantações novas, começamos a produzir mais vinho tinto”, acrescenta Leopoldo Neves. Desta produção 30 por cento é engarrafado, sendo que vendem também a granel.
No momento, as marcas comercializadas, pela Adega Cooperativa do Cadaval, são a Confraria e Penha do Meio Dia para os vinhos, espumantes e aguardente de gama superior; Adega da Confraria, para os vinhos regionais de gama média e Dacepa, para os vinhos de mesa de gama popular.

Objetivos futuros
A Adega Cooperativa do Cadaval, tem vindo a desenvolver progressivamente a sua implantação no mercado nacional, onde está implantada no mercado HORECA – setor de economia formado pelo conjunto de hotéis, restaurantes e cafés – fornecendo igualmente cadeias de hipermercados. Leopoldo Neves gostaria de chegar, ao mesmo nível, nos mercados externos, sendo por isso o grande objetivo atual “razão pela qual, tem vindo a reformular a sua gama de produtos, com a introdução de novas marcas, imagens de rótulos e caixas”. Ainda assim, exportam para os Estados Unidos, China, Canadá e Brasil.
Segundo o nosso entrevistado, “as pessoas têm de ser ensinadas a beber vinho”, e continua “eu vou ao Brasil com frequência participar em provas de vinhos e posso dizer que ninguém bebe vinho branco por iniciativa, porque pensam que apenas o vinho tinto tem qualidade. Mas não é assim, até porque, depois de experimentarem, começam a gostar”. Para o futuro apenas revela que “de momento, estão já várias ideias em laboratório, que irão ser reveladas em breve”, remata Leopoldo Neves.

 

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