A tradição do pão abraça gerações
Uma história familiar, uma receita antiga e a qualidade são os ingredientes que fazem da Doce Fantasia um local de referência quando nos referimos ao pão e pastelaria. Em entrevista, Mário Ferreira, sócio-gerente das pastelarias Doce Fantasia, contou a história destes estabelecimentos. A qualidade é a palavra de ordem, pautada nos dois estabelecimentos: na Lourinhã e no Alto Veríssimo, em Peniche.
Desde muito cedo que o pão é tradição nesta família, “o meu avô paterno era agricultor, criador de gado e produtor de cereais e construiu um moinho. Depois de produzir farinha, criou uma padaria e tinha tudo integrado, desde a semente até à entrega do pão. Deixou sete filhos. O meu pai é o mais novo de todos e ficou com essa pequena produção”, conta Mário Ferreira. “Os meus pais são ídolos para nós, porque tudo o que concretizaram foi fruto de muito esforço e ainda hoje trabalham imenso”, acrescenta, orgulhoso.
Mário e os seus irmãos, Luís e Flávio, seguiram as pisadas do pai e do avô. O nosso entrevistado conta que, em criança, dormiam “muitas noites atrás da amassadeira, em cima de um molhe de sacas de farinha vazias”, envolvendo-se, desde cedo, no negócio familiar.
A Doce Fantasia abriu portas em 2008, embora a história se conte há mais de 50 anos. “Neste edifício temos produção de pastelaria, uma unidade muito pequena. A produção de pão ainda é feita na padaria do meu avô, que foi sendo adaptada ao longo do tempo”, explica Mário Ferreira.
Atualmente, a Doce Fantasia tem como ponto forte a produção de pão em forno de lenha. Com fabrico próprio, a aposta não é na quantidade, mas sim na qualidade. “O nosso pão destaca-se por ser produzido em forno de lenha, o que lhe confere aromas que não é possível naturalmente obter em fornos industriais.” Também na produção de pastelaria contam com os conhecimentos dos seus mestres pasteleiros (um dos quais com 70 anos) para proporcionar aos seus clientes produtos tradicionais regionais de qualidade.
Para obter um produto de qualidade, é necessário trabalhar com as melhores matérias-primas. Contudo, para um negócio de décadas com sucesso, “temos de encontrar uma ótima matéria-prima, ser muito bons a produzir, utilizando o conhecimento e experiência de varias gerações, de ter a capacidade de criar espaços com ambientes agradáveis, ter uma boa exposição dos produtos, um preço equilibrado e justo e, por fim, um atendimento que complete esta equação. O atendimento está no final da cadeia, mas tem o poder de potenciar os produtos junto dos nossos clientes”, refere.
Quanto aos próximos passos, “passam por criar um novo espaço de produção, com o objetivo de capacitar também a abertura de novos estabelecimentos, por forma a estarmos cada vez mais próximos dos nossos clientes”, remata Mário Ferreira.