Soulpepper: “As marcas são como as pessoas, precisam de ter uma história para contar!”
Nesta edição da Revista Business Portugal vamos falar de criatividade. E ninguém melhor que um criativo para abordar o tema. Para isso, rumamos até Lisboa onde estivemos à conversa com António Milheirão, fundador da Soulpepper, que em entrevista recordou a génese do negócio e revelou o segredo por detrás do sucesso alcançado.
Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor a Soulpepper e o trabalho que esta desenvolve. Quando e como surgiu este projeto?
A Soulpepper é uma empresa, como gosto de chamar, “filha da crise”, ou seja, surgiu em 2008 e como “filha da crise” que é tem as dores da crise e sabe viver com ela. Portanto, o nosso caminho foi sendo traçado de suor e lágrimas e ainda hoje temos muito presente a noção de sacrifício do nosso país. Na Soulpepper vivemos o trabalho e o nosso principal objetivo é satisfazer as necessidades dos nossos clientes da melhor forma, dentro dos nossos conhecimentos e da realidade do mercado. O facto de termos surgido em plena crise deu-nos uma noção muito importante de que temos de gerir os investimentos dos nossos clientes, ou seja, os nossos clientes sabem que connosco não vão esbanjar os seus fundos, mas sim investir. O nosso objetivo é mostrar ao cliente que estamos aqui para o ajudar a estar presente no mercado com custos, controlados e bem direcionados.
Quais os serviços prestados pela Soulpepper?
A atividade da Soulpepper assenta em duas vertentes principais: a ativação de marca e a organização de eventos. Somos especialistas em ativar marcas no mercado. A ativação de uma marca no mercado ocorre quando uma marca precisa de visibilidade e há necessidade de lhe dar “energia”. Recentemente, fizemos a ativação de marca para uma pasta dentífrica. Essa marca em questão queria fazer uma ação de sampling nas ruas, que iria consistir na entrega de uma amostra da pasta dentífrica aos automobilistas quando estes parassem nos semáforos. Em conversa com essa empresa decidimos apostar numa metodologia mais interessante e criámos uma máquina de sorrisos que, à medida que as pessoas se aproximavam dela e sorriam, deixava cair uma amostra da pasta de dentífrica. No fundo, percebemos qual é que era o problema do cliente e criamos uma solução criativa com poucos recursos e cuja adesão foi surpreendente. Quando conseguimos potenciar um produto que necessita ser potenciado, alcançamos o principal objetivo da ativação de marca. Não há nada melhor do que fazer uma marca com histórias, é como ver os nossos filhos a crescer, é uma coisa maravilhosa e um desafio muito interessante. As marcas são como as pessoas, precisam de ter uma história para contar!
Como definiria criatividade?
Às vezes o bom serviço é um excelente exemplo de criatividade. Ser criativo não é inventar a melhor solução tecnológica. A criatividade está no nosso dia-a-dia, e todos de uma forma ou de outra, somos criativos. Na Soulpepper, a criatividade surge no momento em que estamos a trabalhar com o cliente. Por exemplo, organizamos um evento que decorre em cerca de 50 países em simultâneo, e independentemente desse evento ter características diferentes em todos eles, o evento terá que cumprir o seu objetivo, que é atingir o público-alvo local com as suas características e a sua cultura e envolvê-lo na estratégia global da marca. No fundo, temos que definir uma estratégia que nos permita atingir o objetivo dos nossos clientes. Nós temos que estar focados na necessidade de incrementar o negócio dos nossos clientes e, principalmente, fazer com que eles obtenham os resultados pretendidos.
Temos de nos lembrar que para atingir os objetivos dos nossos clientes, temos que os conhecer muito bem, só assim conseguimos ser criativos. As marcas são seres vivos e orgânicas. Há criatividade quando existe um problema e encontramos uma solução.
O que está nos planos da Soulpepper para o futuro?
Obtivemos recentemente a concessão de um novo espaço para eventos – o armazém 16, com cerca de 3000 metros quadrados e que acolhe todo tipo de eventos corporativos. Neste momento, este é o nosso grande desafio. Pretendemos desenvolver este espaço e potenciar a sua utilização e apresentar soluções “chave na mão”. Por outro lado, queremos manter a relação de confiança que temos com os nossos clientes, continuar a sermos fiéis a eles e que eles continuem caminhar connosco. Nunca foi minha intenção ter uma “fábrica”, mas sim uma empresa com soluções personalizada, feitas com amor e direciona a pessoas.