Restaurante Vale das Furnas: Da caldeira para o prato

Este é o principal conceito do restaurante Vale das Furnas, localizado na freguesia que lhe deu o nome. Maria Teresa Pimentel, ou Dona Teresa como é mais conhecida, contou-nos, em entrevista, o segredo por detrás do famoso cozido que serve, todos os dias, a locais e visitantes da ilha de São Miguel.

Assumidamente um local de paragem obrigatória, a freguesia das Furnas é visitada, diariamente, por milhares de turistas que ali procuram banhar-se nas águas férreas termais, contemplar as belas paisagens e degustar boas refeições, cozinhadas debaixo de solos com águas em grande ebulição.
Com 19 anos de existência o restaurante Vale das Furnas sempre foi uma referência na região, no entanto, desde 2007 que o mesmo é gerido pela Dona Teresa que, desde então, nunca mais parou.
Este restaurante tem a particularidade de se encontrar junto a um parque de campismo (gerido pelo marido da nossa entrevistada), com um grande parque de estacionamento e espaço para miúdos e graúdos brincarem e passearem à vontade. O espaço encontra-se aberto todos os dias das 9 horas às 22 horas (no inverno) e das 9 horas à meia-noite (no verão).

O cozido à moda antiga
O Vale das Furnas é conhecido pela qualidade dos pratos típicos servidos. Falamos do cozido de carnes, mas também do polvo, da feijoada e da bacalhoada, que também são cozidos nas caldeiras naturais (todos estes produtos demoram cerca de seis a sete horas a estarem devidamente cozinhados). O segredo está nas “ótimas carnes que utilizamos, na qualidade dos enchidos, da hortaliça e no tempero – baseado em pimenta da terra, alho e pimentão doce”, contou-nos a gerente do espaço que é também a cozinheira.
Para além destes pratos, o restaurante também serve o Bife à Regional, iscas de vaca, entrecosto e uma novidade: francesinha à moda do Porto. “Posso dizer que o meu molho foi aprovado por pessoas naturais da cidade invicta e, por isso, somos muito procurados também pela francesinha”, confidenciou a Dona Teresa.

Açores como destino de eleição
Os voos realizados por companhias low-cost e a BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) foram os grandes impulsionadores do turismo dos Açores. “São cada vez mais os portugueses, vindos do continente, a visitar as nossas ilhas e isso tem sido muito bom para a restauração. Para além dos portugueses, também temos muitos espanhóis, russos e alemães a visitarem o arquipélago”, esclareceu-nos a nossa anfitriã.
Com uma equipa composta por 12 pessoas, Maria Teresa Pimentel lamentou a dificuldade existente na angariação de mão-de-obra para o setor da restauração: “é tão difícil que eu vejo-me obrigada a manter a mesma equipa durante o ano inteiro para não perder ninguém”. A par disso, a proximidade com o cliente também é uma preocupação constante: “divido-me entre a cozinha e a sala para poder cumprimentar os meus clientes porque eu sinto que eles vêm cá, não só pela minha comida, mas porque gostam de mim também”, assumiu.
Composto por 150 lugares, este restaurante pode ser utilizado para casamentos, batizados, aniversários e ainda serve take-away. Numa perspetiva de futuro risonho, a Dona Teresa confidenciou-nos a sua vontade de alargar o espaço do restaurante. “Quero construir mais uma sala, aqui ao lado, onde tenciono oferecer um serviço buffet que dê resposta àquelas pessoas que não têm tempo de reservar mesa, mas que querem comer algo típico da região, sem terem que esperar”, finalizou a nossa entrevistada empreendedora.

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