Õtaka restaurante: A cozinha Nikkei chegou a São Miguel
Ponta Delgada é morada de inúmeros restaurantes, com os mais diversos conceitos associados. No entanto, há um ano, estreou-se na cidade e na ilha, um restaurante com um conceito inovador que promete surpreender todos os que se aventurem por esta viagem de sabores proposta pelo casal Anne Teixeira e José Pereira (nossos entrevistados nesta edição).
Õtaka – nome do restaurante – “é a tradução da palavra açor em japonês”, começou por nos explicar o casal que se conheceu há 12 anos na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Ele é açoriano e ela é brasileira, ele domina na cozinha e ela surpreende na pastelaria, juntos são a chave do sucesso deste espaço que é já uma referência em toda a ilha.
Depois de trabalharem em vários hotéis em Lisboa e, mais tarde, em Genebra, decidiram regressar. “O nosso objetivo sempre foi voltar a Portugal”. Os Açores eram o local desejado e São Miguel acabou por ser a escolha mais acertada: “é aqui que se encontra o nicho de mercado que pretendemos, é aqui que está a maior parte da população e turistas e é aqui que o nosso conceito faz mais sentido”, esclareceu Anne Teixeira.
Cozinha de fusão
Aberto ao público há um ano, o restaurante Õtaka apresenta uma cozinha Nikkei, num conceito que funde o Japão com a América do Sul (nomeadamente o Peru).
A decoração do espaço, a música ambiente cuidadosamente selecionada, a disposição das mesas e a cozinha aberta que permite ao cliente apreciar como os pratos são confecionados, resultam numa experiência única onde os menus de degustação são o centro das atenções. “Apostamos muito nos menus de degustação num conceito de partilha, porque queremos que as pessoas provem muitas coisas, todas elas diferentes”.
Nos pratos confecionados por José Pereira “os molhos são a essência e o segredo que faz a diferença”, por outro lado, nas sobremesas a cargo de Anne Teixeira “a base francesa cria uma harmonia perfeita com os aromas japoneses utilizados”. Nesta simbiose, a carta de vinhos não foi descurada e, por essa razão, “é uma carta enxuta, rica em referências açorianas que combinam muito bem com os alimentos que servimos”.
A equipa e o fator ‘Uau!’
Para este restaurante o fator ‘Uau!’ é muito importante: “o cliente tem de sair daqui completamente satisfeito e, para isso acontecer, um prato bom só não chega. É preciso criar todo um ambiente que crie sintonia com o momento de degustação que promovemos”, reiterou o chef José Pereira.
Para além da qualidade dos alimentos confecionados e da beleza dos empratamentos servidos, a elegância do serviço não é deixada ao acaso. A jovem equipa que compõe o staff do restaurante Õtaka é atenta aos pequenos pormenores que fazem toda a diferença num serviço de excelência. “Pedimos aos nossos funcionários para não agirem de forma mecânica, mas sim para serem sensíveis por forma a sentirem o que o cliente precisa, quando ele precisa. Como nós tivemos a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais da alta cozinha mundial, tentamos transmitir aos nossos colaboradores o tipo de serviço que queremos apresentar aos nossos clientes”, confidenciaram os nossos entrevistados.
Para muitos, o melhor restaurante da ilha
Num conceito completamente inovador, o restaurante Õtaka apresenta um serviço por turnos, abrindo as suas portas às 19 horas (para o primeiro turno) e às 21.30 horas (para o segundo), para receber os clientes que atempadamente fizeram a sua marcação. “Foi um conceito difícil de implementar porque as pessoas estranharam, mas depois acabaram por aceitar e perceber o porquê de isto funcionar assim: é preciso tempo para degustar e viver toda esta experiência”. Também por esta razão, o espaço só abre ao jantar.
“Nós estamos a trabalhar cada vez melhor os nossos pratos, estamos a servir melhor e, por isso, acreditamos que este vai ser um excelente ano, um ano de afirmação”, finalizaram os nossos entrevistados, ao mesmo tempo que nos confidenciavam que “o Õtaka veio para ficar, mas não paramos por aqui”.