Cadaval: Concelho rural mas repleto de oportunidades

 

José Bernardo Nunes, Presidente

José Bernardo Nunes, Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, salientou as caraterísticas de um concelho com tanto por descobrir.

O que se propõe a cumprir durante este que é o seu último mandato enquanto Presidente da Câmara Municipal do Cadaval?
Espero continuar a desenvolver o meu concelho e a resolver os problemas que preocupam as pessoas, como tenho feito até aqui.
Além disso, pretendo continuar a aproveitar as oportunidades que os fundos comunitários nos podem proporcionar, como o PRR, para continuar a desenvolver projetos e infraestruturas que permitam a modernização do concelho.

Acredita que a crescente industrialização é importante para promover emprego aos mais jovens com o intuito da sua fixação?
Continuamos a ser um concelho rural, com muito orgulho. Ser um concelho rural tem muitas coisas positivas e, é por isso que, temos assistido, nos últimos tempos, à vinda de muitas pessoas da periferia das grandes cidades para o Cadaval. Desde a crise de 2011 à recente pandemia, o concelho, devido às suas caraterísticas, manteve-se sempre resiliente às consequências destas crises e isso deveu-se, essencialmente, ao facto das atividades aqui desenvolvidas, e que geram emprego, não terem sido afetadas na sua grande maioria.
Efetivamente, temos vindo a assistir à fixação de pequenas empresas no concelho, de ramos de atividade muito diferentes do que é normalmente habitual. A dificuldade não é só atraí-las para o concelho, é também mantê-las cá. Muitas necessitam de mão de obra qualificada e esse é o desafio, não basta querer cá novas empresas, é preciso ter as pessoas para lá trabalhar.
Temos estado atentos a esse fenómeno e, sempre que necessário, desenvolvemos parcerias com as entidades que garantem formação direcionada para a procura.

Real Fabrica do Gelo

Apostar na habitação social é uma prioridade?
Temos algumas medidas pontuais de apoio, mas foi exatamente por sentirmos que é uma necessidade que estamos a desenvolver um projeto de habitação social concelhio através do Programa “1º Direito”, que irá apoiar a melhoria das condições de 46 habitações. Trata-se, essencialmente, de uma resposta social que visa a melhoria das condições de vida das pessoas, com vista a proporcionar uma nova oportunidade a quem a vida não lhe sorriu e que pode fazer a diferença, nomeadamente às crianças e aos jovens inseridos naqueles agregados.
O mercado habitacional funciona no Cadaval e é muito competitivo quando comparado com os concelhos vizinhos, por isso o acesso à habitação própria está relativamente facilitado, mesmo para os mais jovens.
O facto de termos um IMI abaixo da média e a devolução de uma parte do IRS aos residentes julgo que contribui para que as pessoas, que fazem essas contas, aqui se possam fixar.
Para além disso, o município, numa articulação com os outros municípios que constituem a OesteCIM, suporta financeiramente uma parte dos “passes modais” que permitem que uma pessoa se desloque na região por um valor mensal de cerca de 40 euros, ou, se juntar a Área Metropolitana de Lisboa, por cerca de 80 euros mensais.
Julgo que este pode ser um grande fator de atração de pessoas ao concelho, numa fase inicial como residentes e, depois de se fixarem, constituir uma nova oferta de mão de obra qualificada que, se tiverem uma oportunidade na área do concelho, não hesitarão em fazer essa mudança. Este pode ser um caminho para ajudar a fixar e a atrair mais população para o concelho.

Quais os maiores pontos de interesse do concelho de Cadaval?
Para além das paisagens e do ambiente de qualidade que se vive no concelho do Cadaval, existem também boas condições para aqui se realizarem investimentos.
Como já referi, o IMI está abaixo da média, não lançamos Derrama, a Câmara Municipal possui o prazo médio de despacho de processos mais baixo da região e estamos recetivos a novos projetos que tragam desenvolvimento e emprego ao concelho.
Para quem nos visita, a hospitalidade e a gastronomia são pontos fortes, a par da Serra de Montejunto, monumento natural que encerra em si um monumento nacional merecedor da visita de todos, que é a Real Fábrica do Gelo.
Existe também uma oferta de qualidade no que respeita ao agro e ao enoturismo que tem vindo a crescer de forma sustentada e é muito apreciada por quem nos visita.
Quem por aqui passa, não pode ir embora sem levar uma garrafa dos nossos vinhos, com destaque para o “vinho leve” que só se produz nesta região, um queijo ou o mel de Montejunto, o pão-de-ló, ou uma pera rocha, produto DOP único no mundo.
Quanto aos eventos, queremos muito retomar a Festa das Adiafas, e iremos retomar a conversa com os nossos parceiros para ver se já existem condições este ano para avançarmos.

Pera rocha em flor

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