Betinatêxteis: 30 anos a primar pela qualidade

Fernando Sousa e Isabel Amaral

Ana Sousa e Rúben Jorge

Estivemos à conversa com Rúben Jorge, diretor técnico da empresa, que destacou a forma notável como a família Sousa tem conseguido superar todos os desafios que lhes têm surgido pelo caminho, ao longo destas três décadas de história.

A Betinatêxteis foi fundada por Fernando Sousa e sua esposa Isabel Amaral, em 1992 e, este ano, completa 30 anos de existência. Que análise faz deste percurso?
O balanço que fazemos é bastante positivo porque, para além do sucesso que conseguimos alcançar, em virtude do bom trabalho que temos vindo a fazer, tivemos, inclusive, a possibilidade de criar novos postos de trabalho. Tal como referiu, a empresa foi fundada há 30 anos pelas mãos dos meus sogros, Fernando Sousa e Isabel Amaral, mais conhecida por Betina. Inicialmente, contava apenas com mais uma funcionária que continua connosco até aos dias de hoje. Nessa altura, a empresa estava focada exclusivamente na revenda de têxteis. Por volta dos anos 2000, abriram portas ao mercado estrangeiro, começando a importar a matéria-prima e a mandar confecionar os produtos em Portugal, pois a nosso ver, a produção nacional tem uma qualidade muito superior à qualidade dos mercados estrangeiros. No entanto, este processo acabava por ser bastante dispendioso, devido a toda a logística associada, visto que as fábricas estavam todas localizadas no norte do país e o nosso armazém estava no centro, mais precisamente em Leiria.
Entretanto, em 2012, a minha esposa – Ana Sousa – e eu juntámo-nos à empresa. Aproximadamente três anos depois, em 2015, os quatro tentámos reinventar o negócio e surgiu a oportunidade de montarmos uma fábrica de raiz e fazermos nós próprios toda a produção de têxteis lar, desde edredons, lençóis, jogos de cama, entre outros. Contratámos inicialmente três pessoas, chegando ao final do ano com 13 novos postos de trabalho. Uma fábrica que, inicialmente, tinha três funcionários, hoje, conta com mais de 50 colaboradores, o que para nós é motivo de orgulho e sinal que conseguimos evoluir bastante, desde o comércio à indústria, durante estes 30 anos de história.

Sabemos que tanto o Rúben como a Ana colaboram com a Betinatêxteis. Foi uma escolha de ambos juntarem-se à equipa? Que valores foram incutidos pelos familiares Fernando Sousa e Isabel Amaral que aplicam no dia a dia ao serviço da empresa?
Sim, foi uma escolha nossa, embora não estivéssemos ligados à área têxtil. A minha esposa licenciou-se em Jornalismo e eu estudei Engenharia Florestal, o que não tem nada a ver. Ainda assim, decidimos abraçar este projeto de família. Os pais da Ana são pessoas extremamente dedicadas ao trabalho e têm valores bem vincados, os quais lhe foram passados desde tenra idade. Honestidade, frontalidade, garra, determinação e resiliência são apenas alguns dos valores que assentam nos pilares desta empresa e que contribuíram fortemente para chegarmos até aqui.

Acredita que o facto de terem criado um design próprio para a empresa, aumentou a vossa notoriedade no mercado?
Claro que sim! O design próprio surgiu durante o processo de inovação e veio distinguir-nos da restante oferta no mercado. A Ana começou a criar desenhos próprios dando exclusividade aos produtos da nossa marca: BLL, que rapidamente ganhou outra dimensão e notoriedade.

Na sua opinião, o que vos diferencia das demais empresas ligadas ao setor têxtil e porque é que os clientes vos devem escolher?
Devem escolher-nos, desde logo, pela nossa relação qualidade-preço. Atualmente, temos um dos melhores preços do mercado. Primamos pela qualidade aliada ao design, sem descurar o preço. Não menos importante, gostaria de destacar a nossa relação com o cliente que tem vindo a fazer a diferença.

Em 2020, expandiram a vossa área de produção aos Dispositivos Médicos e Equipamentos de Proteção Individual – o designado Polo II. Esta foi a forma que encontraram para se reinventarem em tempos de pandemia?
Sim. Quando surgiu a Covid-19, fomos para casa e entramos em lay off. Na altura, não sabíamos como seria o dia seguinte, visto que todas as atividades pararam de forma tão repentina. A pandemia coincidiu com o facto de termos dez pessoas que se encontravam em fim de contrato e nós, com muita pena, informámos que não íamos conseguir renovar precisamente por essa incerteza quanto ao futuro. Passado duas semanas, devido ao nosso “know-how” e posicionamento sólido no mercado, propuseram-nos focar a nossa força de trabalho no fabrico de EPI’s e máscaras. Inicialmente, com as portas fechadas, queríamos contribuir de alguma forma no combate à pandemia. Produzimos fatos de proteção para doar a várias entidades de saúde desde bombeiros a hospitais. Rapidamente, estes EPI’s ganharam lugar no mercado e foi quando começaram as encomendas. Quanto às máscaras, pensámos em fazer de tecido, mas rapidamente percebemos que não era a melhor opção, começando a importar máscaras cirúrgicas. Assim, fomos angariando cada vez mais clientes. Entretanto, chegámos à conclusão que o sistema utilizado para fabricar as máscaras era muito semelhante ao que usávamos para os edredons e poucas empresas em Portugal tinham disponível esta tecnologia ultra-sónica. Perante a adversidade, encontrámos aqui uma oportunidade de negócio que, para além de ter conseguido assegurar os postos de trabalho, deu resposta às necessidades da população. Deixámos de depender de mercados terceiros para suprir a necessidade imediata destes produtos, que produzimos com o máximo rigor e qualidade, já para não falar da marcação CE.

Refira os desafios que antevê para a Betinatêxteis, neste novo ano de 2022, e quais os objetivos que esperam cumprir.
Com o abrandamento da situação pandémica e com a atual crise vivida na Ucrânia, temos sentido uma diminuição nas encomendas, muito devido à diminuição do poder de compra da população em geral. Ainda assim, o nosso principal objetivo para ambos os polos de fabrico é a inovação tecnológica, que se prende com a aposta na melhoria contínua, não só do processo produtivo como também do produto acabado. Prova disso é o investimento na aquisição de sete máquinas de produção de máscaras, cirúrgicas, sociais e FFP2, assim como a mais recente aquisição de nova maquinaria ultra-sónica para o fabrico têxtil.

 

 

 

 

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