A busca incessante pela realização de justiça

A equipa que compõe o escritório Élia Apolo – Advogados é constituída por onze mulheres, a quem a fundadora reconhece características como a resiliência, a dedicação e o profissionalismo.

Élia Apolo, Advogada

Começando por falar sobre o percurso profissional da Élia, como é que surgiu o gosto e o interesse pela Advocacia? Criar o seu próprio escritório de advogados sempre esteve nos planos?

O interesse pela advocacia surgiu de forma natural.  Acho que sempre tive um grande sentido de justiça e, comecei a ver na prática da advocacia a melhor forma de a concretizar.

Esta busca pela realização da justiça é uma ótima motivação, que nos obriga a batalhar constantemente para estar à altura da dignidade da profissão.

O gosto pela advocacia veio mais tarde, com o início da vida profissional. Sempre gostei de ter as “mãos na massa” e, logo no estágio, percebi que ia mesmo gostar disto. O ritmo da profissão tem tanto de desafiante como de motivador, e as particularidades de cada caso exigem uma rápida capacidade de adaptação e resposta. É uma profissão altamente estimulante, que implica estar constantemente presente, mas sempre com os olhos no futuro.

Inicialmente, a ideia passava por fazer carreira integrada numa sociedade de advogados, o que acabou por não resultar, por vários motivos. Optei por arriscar e, sozinha, abrir o meu próprio escritório – lembre-se, numa altura em que não era tão comum ter mulheres na linha da frente -, decisão de que muito me orgulho hoje.

Hoje em dia, a nossa carteira de clientes inclui, tanto clientes nacionais, como internacionais, mas a localização do escritório, próximo de Vale do Lobo, Quinta do Lago e outras urbanizações, onde investem e residem muitos cidadãos estrangeiros, acaba por ditar que o nosso trabalho seja essencialmente focado no investimento estrangeiro. A advocacia de negócios é uma área de trabalho interessante. Temos contacto com pessoas das mais diversas nacionalidades, o que é enriquecedor a vários níveis. A necessidade de dar resposta a situações que não podem ser vistas só à luz da lei portuguesa, implica também o trabalho direto com escritórios de advogados de outros países, com realidades e perspetivas distintas da nossa.

 

Com mais de 35 anos de experiência na área da Advocacia, de que forma descreve o seu percurso e que balanço é que faz da evolução na carreira, até ao momento?

Tem sido um percurso extremamente desafiante, principalmente, tendo em conta o nível de entrega que a profissão exige, mas com um balanço francamente positivo. Em suma, e olhando em retrospetiva, não mudava nada. A incerteza, inerente ao início de uma carreira a solo, veio dar lugar à segurança na capacidade de análise e resolução de problemas que só a experiência e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos é capaz de trazer.

Guardo algumas recordações de processos particularmente complicados, ao longo da minha carreira que, se, por um lado, implicaram um período de esforço e trabalho acrescido, trouxeram, por outro, a certeza da paixão pela profissão. A título de exemplo, tenho muito presente um caso de compra de uma urbanização com cerca de 20 vendedores da mesma família, num contexto de séria desavença familiar, ou um outro, relativo à compra e posterior venda de uma urbanização num período de recessão profunda, em que conseguimos salvaguardar a totalidade do elevado investimento dos nossos clientes. A verdade é que o esforço tem compensado, mas é fruto de uma grande dedicação à carreira, muitas vezes em detrimento da vida familiar. Com duas filhas – que, por coincidência ou não, são também elas hoje advogadas -, este percurso só foi possível com o apoio que sempre tive em casa. Tem sido, também aqui, um ótimo trabalho de equipa!

 

O escritório é composto por uma equipa de 11 mulheres, entre advogadas e administrativas. Como é que caracteriza o grupo e quais as vantagens de trabalhar só com mulheres?

A circunstância de termos uma equipa 100% feminina não é de modo algum propositada, mas talvez um feliz fruto do acaso.

Neste momento, somos uma máquina bem oleada, composta por onze elementos, com quatro advogadas, uma solicitadora e seis administrativas. As mulheres são guerreiras. Para além de profissionais, são mulheres, mães, irmãs e filhas e têm, em cada fase das suas vidas, que conjugar o trabalho com o apoio a diferentes membros da família, já que, na maioria das vezes, esse trabalho e responsabilidade recai ainda sobre elas. Esta realidade molda, inevitavelmente, o carácter da mulher, que mais facilmente compreende as necessidades das outras.

Talvez por isso a nossa equipa seja tão unida e haja um espírito de entreajuda tão característico. A equipa tem evoluído, em conjunto, ao longo das últimas três décadas e hoje tenho o privilégio de ter comigo uma equipa de trabalho altamente competente, com profissionais excelentes, resilientes e dedicadas que proporcionam um ambiente de trabalho ímpar.

Considera que as mulheres possuem características diferenciadoras e fundamentais para o mundo dos negócios? Quais é que são essenciais para a o sector do Direito?  

Não diria que as mulheres têm, inerentemente, características diferenciadoras e fundamentais para o mundo dos negócios que os homens não têm. Como bem sabemos, há profissionais mais ou menos competentes em todas as profissões e independentemente do sexo.

Dito isto, as mulheres talvez tenham uma natureza mais intuitiva e empática, que pode significar uma grande vantagem no mundo dos negócios e, certamente, no mundo do Direito.

 

O objetivo da sua equipa é prestar um acompanhamento jurídico rigoroso e personalizado em diversas áreas do Direito. Na prática, que tipo de serviços e soluções disponibilizam?

Como referi acima, trabalhamos essencialmente com investimento estrangeiro. Este mercado implica um apoio maior e mais personalizado aos clientes que, não sendo nacionais, desconhecem a nossa realidade e dependem muito mais de nós do que os clientes nacionais. É toda uma relação de confiança que temos que estabelecer e manter com o cliente, que com frequência recorre a nós quando tem qualquer problema ou dúvida, num país que não é o seu.

No que diz respeito ao tipo de trabalho, acompanhamos os mais variados investimentos residenciais e comerciais, representando tanto clientes que estão a adquirir, arrendar ou vender um pequeno apartamento para férias, como investidores que adquirem ou vendem, lojas, lotes, hotéis, restaurantes, urbanizações ou até, por exemplo, licenças emitidas pela Direção Geral de Energia, para injeção de potência na rede pública elétrica a partir de centrais fotovoltaicas.

Paralelamente, apoiamos os clientes na implementação ou compra de negócios já existentes e, posteriormente, no funcionamento das empresas que os exploram e eventualmente vendem. Dedicamo-nos, essencialmente, ao direito imobiliário e comercial, mas temos uma vasta experiência na resposta a temas de direito do trabalho, imigração, família e sucessões, porque o nosso mercado assim o exige.

 

Futuramente, que planos tem em mente para o escritório Élia Apolo Advogados?

O escritório tem vindo a desenvolver-se numa ótica de crescimento contínuo, mantendo sempre os olhos no futuro. A nossa equipa continua a crescer e tem beneficiado da entrada de pessoas jovens, com ideias refrescantes e a forte ambição de fazer cada vez mais e melhor – entre elas, a minha filha mais velha, com quem tenho o maior gosto em trabalhar. A expectativa é que nos próximos anos, haja uma expansão gradual do escritório, nomeadamente a nível de especialização, em diferentes áreas de Direito e consolidação da prática das áreas já existentes, mantendo a qualidade na prestação de serviços a que os nossos clientes já estão habituados.

 

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