Versátil Questão: Importação e Exportação com confiança
Dedicou-se durante 33 anos à importação, exportação e transporte de mercadorias até decidir entrar no negócio por sua conta. Fundou a Versátil Questão em 2016 e já considera alargar a equipa “crescendo de forma sustentada”, afirma António Pinto, diretor.
O espírito empreendedor levou-o a fundar a sua empresa, mas as preocupações, tempos operacionais e gestão temporal continuam a seu cargo…
Atualmente sou eu que regulo o meu tempo, defino os budgets e objetivos da minha empresa, o que é totalmente diferente de ter de responder a uma chefia como acontecia nos cargos que ocupei anteriormente. Decidi trabalhar a carteira de clientes e fornecedores de forma mais personalizada e com foco na qualidade de serviço e eficiência. Precisarei, a breve prazo, de apoio a nível comercial porque consegui um crescimento de 40 por cento, de 2017 para 2018 e quero continuar a crescer de forma sustentada e centrado na grupagem de mercadorias.
Na sua opinião qual será o impacto que o Brexit terá no mercado dos transitários?
O Brexit exigirá um ajustamento dos mercados mundiais a esta nova questão, mas não será nada a que os transitários, principalmente os mais antigos, não estejam habituados. Desde 1992, ano em que as fronteiras foram abolidas, que os pesados de mercadorias circulam livremente pela Europa fazendo-se acompanhar apenas por uma guia de transporte. Com a saída da Inglaterra da União Europeia esses processos vão ser mais morosos, dispendiosos e vão exigir a criação de novas leis. Um exemplo prático: os ingleses gerem o seu trabalho através do booking e quando existe um atraso, quer por questões legais ou de mau tempo, atrasa o normal fluxo de mercadorias durante vários dias. Prevê-se uma saída sem acordo, o que complicará ainda mais os processos de circulação de mercadorias, os preços irão inflacionar a as empresas que assentam os negócios neste país terão de rever a sua estratégia comercial.
Portugal exporta praticamente tudo para Inglaterra desde produtos alimentares passando pela cortiça e granito. Os empresários do setor já têm alguma informação complementar de como transportar carga para um país fora da União Europeia?
Existe uma legislação como a que se aplica na Suíça. Para a situação de Inglaterra só existem especulações. A APAT – Associação de Transitários de Portugal é um entidade que presta muito apoio aos associados e sempre em consonância com os congéneres europeus, mas ainda não conseguiram responder a muitas das questões que os associados colocam porque ainda não existem regras definidas, nem informações das entidades oficiais. Levantam-se muitas questões pertinentes como a de como proceder quando existe transporte com grupagem que leva carga para Inglaterra e para, por exemplo, a Irlanda e a Escócia.
Na sua opinião, o que deveria mudar já neste setor?
Deveria haver mais união entre os transitários porque há muita concorrência desleal e os preços estão demasiados esmagados por causa disso. Apostar nas parcerias é uma vantagem para o setor e acredito que, quando começarem a ficar fortalecidas, o setor sentirá mais confiança e os preços serão tabelados.