Pirotecnia Melro: 100 anos dedicados à pirotecnia
A Pirotecnia Melro, sediada em Santo Tirso, celebra este ano o seu centésimo aniversário. A empresa que foi fundada por Luís Guedes encontra-se já na sua quarta geração, a cargo dos irmãos José e Vítor Guedes. O primeiro foi nosso entrevistado para esta edição da Revista Business Portugal.
Apesar de terem sido fabricantes de artigos de pirotecnia por mais de 80 anos, a verdade é que, atualmente, cerca de 80 por cento dos produtos comercializados pela Pirotecnia Melro são importados e alvo de revenda por todo o país. No entanto, esta é uma empresa muito direcionada para o mercado livre de artigos de pirotecnia: “Vendemos artigos de venda livre para o cidadão comum, mas também temos artigos para venda profissional e para a realização de espetáculos”, esclareceu o nosso entrevistado.
A empresa que é certificada desde 2012 abandonou o fabrico de pirotecnia no ano de 2010 devido à implementação das novas normas que regem o setor: “A pirotecnia exige muitas regras de segurança e em 2010 o mercado começou a evoluir de uma forma que nos obrigava a reconstruir as nossas instalações. Ou fazíamos um grande investimento ou direcionávamo-nos para outro caminho. Escolhemos a segunda opção”, desvendou.
O perigo da proibição
As proibições de lançamento de fogo que aconteceram no ano passado influenciaram negativamente a Pirotecnia Melro “e não só. Diminuímos as vendas e isso afetou, também, todos os nossos fornecedores. Existem muitas famílias a viver da pirotecnia em Portugal, não somos um setor minoritário”, afirmou o nosso entrevistado.
Ainda sobre este tema, José Guedes salientou a importância de uma maior consciencialização da opinião pública sobre o que de facto está envolvido em cada espetáculo pirotécnico que é realizado no nosso país: “Nós para termos um espetáculo licenciado, precisamos da autorização dos bombeiros, autarquia, proteção civil e PSP/GNR. Logo, trata-se de um lançamento de fogo plenamente seguro e é preciso desmistificar este assunto. Nós não temos nenhum interesse em correr riscos, só queremos que nos deixem trabalhar e que difundam uma informação mais correta acerca da pirotecnia em Portugal. A nossa maior luta é tentar explicar que nós não somos pirómanos, somos pirotécnicos”, lamentou o empresário pirotécnico responsável por quase todas as festas realizadas no concelho de Santo Tirso e região circundante.