Optieng: Engenharia de topo, serviço de proximidade
A Optieng está há pouco mais de uma década no mercado, mas já dá cartas nacional e internacionalmente. João Lobato, diretor geral, concedeu-nos uma entrevista onde explica como a sua empresa pode ser a sua escolha em soluções otimizadas para a indústria.
João Lobato trabalhou durante 20 anos numa empresa americana de automação. Desempenhava a função de account manager (gestor de vendas) na área da celulose (pasta de papel). Com o aparecimento da crise económico-financeira que abalou o mundo, o seu registo de vendas sofreu um decrescimento considerável. Assim, chegou a um acordo amigável de rescisão com a empresa empregadora e viu-se no desemprego com pouco mais de 50 anos de idade. “Arranjar trabalho com essa idade é complicado e no mercado que eu queria ninguém estava interessado em expandir”, explicou-nos o empreendedor acerca do que o ‘empurraria’ para ser isso mesmo.
Revelou-nos que sempre manteve boa relação com a concorrência, nomeadamente com empresas fornecedoras de equipamentos industriais em Portugal, as quais se tornaram numa boa relação profissional e foram um importante apoio no novo empreendimento. Outro apoio fundamental veio da Finlândia: “O governo finlandês tinha apoios à exportação. Para aceder aos mesmos, tive de convencer um grupo de cinco empresas finlandesas a representar em Portugal e Espanha. Assim o fiz e durante ano e meio tive esse apoio, o qual foi importantíssimo para quem está a começar do zero”.
Assim, o empreendedor decidiu apostar no seu próprio projeto e fundar uma empresa na área da automação, juntamente com o engenheiro Gomes da Costa, amigo e ex-cliente. A Optieng nasceria em abril de 2007.
Optisys, Optiwaste e Optitech
A Optieng iniciou funções em três áreas de negócio, cada qual com a sua designação: Optiwaste (equipamentos para a receção e trituração de madeira e para a recuperação de resíduos não orgânicos para efeitos energéticos), Optisys (automação de sistemas de controlo) e a Optitech (engenharia de processos industriais contínuos e programação dos sistemas de automação). Este último setor funciona como ‘suporte’ dos restantes. “Hoje a engenharia tomou uma dimensão tal no nosso volume de negócios que quase representa a totalidade dos nossos serviços”, expõe João Lobato, acrescentando que a área dos resíduos não tem registado novos investimentos.
Por outro lado, os sistemas de controlo industrial são um setor “que nunca pára”: “A automação é cada vez mais um requisito em qualquer área”. Quando falamos em sistemas é necessário distinguir entre sistemas de controlo de processos contínuos e descontínuos, já que entre ambos há uma diferença considerável. Nos processos descontínuos um equipamento só por si não influencia tudo. Já nos processos contínuos, uma avaria pode representar a paragem de toda uma fábrica durante dias.
Ora, a Optieng desenvolve os programas que controlam os equipamentos dos processos contínuos. Na prática, “os operadores não estão no local onde se encontra a maquinaria”, esclarece-nos, “estão isolados nas salas de controlo”. Em caso de avaria, a empresa dispõe de técnicos capazes de intervir e resolver os possíveis problemas atempadamente. Toda a programação dos sistemas de controlo é desenvolvida pela Optieng. “Programamos, ensaiamos os processos em modo virtual e deslocamo-nos ao local para instalar e colocar em serviço os equipamentos ou alteramos e atualizamos sistemas já existentes. Também vendemos produtos, damos formação e realizamos auditorias técnicas aos sistemas”.
Questionamos o nosso entrevistado acerca de quais seriam os argumentos que daria a um cliente para escolher a Optieng dentro do setor. Respondeu-nos que, antes de mais, seria pela experiência. “Porque demonstramos que somos capazes de o fazer somos eficientes, temos capacidade de resposta e competência técnica e cumprimos orçamentos e prazos”, argumenta João Lobato.
Mercados
Ao longo destes 11 anos de trabalho, a Optieng constituiu um portfólio de experiências bem-sucedidas e que transmitem confiança aos novos clientes. Cerca de 90 por cento do mercado desta empresa é situado no estrangeiro. “Normalmente, a engenharia é desenvolvida aqui, em Portugal, mais tarde um ou dois técnicos desloca-se até ao local da aplicação”.
Balanço e futuro
“Passamos um mau bocado em 2015, mas recuperamos”, admite-nos o empresário, em grande parte devido à equipa de colaboradores que ‘vestiu a camisola’ da empresa. Já no futuro, a Optieng tenciona consolidar-se, objetivo que se prevê perfeitamente exequível: “A engenharia portuguesa, pelo menos na área em que nos movemos, está muito bem cotada internacionalmente”, finaliza.
Referencias:
Fornecimento do Sistema de controlo do Parque de Combustíveis GPL em Aveiro, Portugal
Fornecimento, programação e colocação em serviço dos sistemas de controlo para o novo depósito de combustíveis GPL, da Digal em Aveiro, incluindo:
Fornecimento e instalação da Ilha de Enchimento de combustíveis, o sistema de segurança SIL3, o sistema de supervisão SCADA, o sistema para a gestão do parque, o sistema de video vigilância, o sistema de odorização e o sistema de controlo de acessos.
Projeto de revamping do sistema de controlo da Máquina Papel da Sappi, PM10 em Lanaken, Bélgica
Engenharia base para a reconversão de toda a programação Siemens Teleperm M, para Valmet DNA.
Programação, configuração e teste do sistema de controlo DCS num total aproximado de 4.500 sinais, incluindo o comissionamento e suporte ao arranque da Máquina de Papel
Projeto Urbaser, sistema de controlo para 2 Incineradoras de Resíduos em San Sebastian, Espanha
Configuração, programação e testes em fábrica do sistema de controlo para a central de queima de resíduos da Urbaser em San Sebastian, Espanha, num total aproximado de 12.000 sinais de controlo.
Em 2019 será então realizado o comissionamento e arranque deste sistema de controlo, tendo sido este projeto implementado com uma equipa de engenharia internacional baseada na Polónia em Katowic