Rica Granja: Ovos portugueses de excelência nos mercados internacionais

A Rica Granja é a única empresa portuguesa que produz ovos brancos. Sediada em Proença-a-Nova, dispõe de quatro pavilhões, com capacidade para 150 mil galinhas cada, um centro de recria e utiliza laboratórios próprios para garantir a qualidade do produto. Da Rica Granja saíram, em 2018, 120 contentores de ovos para Israel, mas também viajaram outros tantos países como Inglaterra, França e Espanha. Considerada PME Excelência, esta empresa viu também ser-lhe atribuído o prémio de “Maior Criação de Valor”. O diretor geral da Rica Granja, Paulo Mota, explicou à Revista Business Portugal qual a importância desse reconhecimento.

A Rica Granja foi um projeto que começou a ser pensado em 2008, aquando da saída para o mercado nacional da nova legislação que previa, a partir de 2012, que as galinhas poedeiras continuariam a poder ser mantidas em gaiolas, mas teriam de ter obrigatoriamente mais espaço. Isso reduziria o número de galinhas por pavilhão, a menos que os produtores conseguissem reconverter os seus espaços: “Havia alguns produtores que não iriam conseguir fazê-lo, porque não tinham capacidade financeira para tal. A Rica Granja foi constituída por diversos produtores de ovos e outros empresários ligados a montante e a jusante a esta atividade, que atualmente são acionistas desta empresa”.
O projeto foi pensado de raiz e todos os pavilhões e espaços foram previamente pensados para aumentar a eficiência da atividade e reduzir o risco de doenças ou infeções, por parte das galinhas: “Dispomos de um ciclo completo – temos um centro de recria próprio, pois foi-nos possível aproveitar o know-how de alguns dos nossos acionistas e aplicá-lo nesse espaço. Assim, garantimos a saúde e a qualidade das pintas que mais tarde estarão aptas a pôr ovos. Com a qualidade da criação que fazemos, o tempo de atividade da galinha prolonga-se, em média, por mais dez semanas, o que a torna mais rentável”.
Quando passa do centro de recria para um dos quatro pavilhões disponíveis, a galinha já está pronta para pôr ovos e essa é uma atividade que acontece diariamente, sempre de manhã, até cerca das 15 horas: “Cada pavilhão dispõe de dois trabalhadores, exclusivos de cada pavilhão e os ovos são transportados, através de tapetes rolantes, até ao nosso armazém, onde são avaliados, classificados e depois acondicionados para serem transportados quer para o mercado nacional, quer para exportação”.
Dado que um dos principais mercados para onde a Rica Granja exporta é o israelita, a qualidade do ovo tem de ser irrepreensível: “O mercado israelita só consome ovos brancos. Há também outros países que consomem este tipo de ovos, como Inglaterra, Alemanha e França, para onde também exportamos, mas os mercados israelitas têm umas regras alimentares muito rígidas, nomeadamente no que respeita à comida kosher, que pode ser consumida de acordo com as leis judaicas. O ovo não pode ter qualquer sinal de sangue e, para isso, temos uma máquina que faz essa verificação”.

Uma empresa eficiente e preocupada com a qualidade e o bem-estar
A Rica Granja criou uma estratégia de mercado direcionada, quase em absoluto, à exportação. Alguns mercados, nomeadamente Israel, e outros países europeus onde o consumo do ovo branco é generalizado são os responsáveis pelos 67 por cento de exportação desta empresa. Os restantes 33 por cento da produção são direcionados ao mercado português, onde a Rica Granja tem o exclusivo dos ovos brancos: “Quando iniciámos a produção, tínhamos um pavilhão dedicado a ovos castanhos, os mais consumidos em Portugal, mas percebemos que não se justificava e reconvertemos a produção para brancos”.
A preocupação com a qualidade do produto é levada ao limite e começa logo na entrada da empresa, onde existe a obrigatoriedade de todos os veículos serem desinfetados, para garantir que não transportam consigo doenças que possam fragilizar as galinhas. Nos quatro pavilhões onde estão as galinhas poedeiras, os funcionários não passam de um pavilhão para outro para diminuir, mais uma vez, o risco de infeções ou doenças.
No que respeita aos funcionários, o seu bem-estar também é importante para a empresa: “Pagamos um valor acima do salário mínimo aos nossos funcionários e distribuímos, o ano passado, cerca de três por cento dos lucros finais da empresa. Acreditamos que pessoas motivadas trabalham melhor e queremos garantir a eficiência máxima, sem perda de qualidade”.

Uma empresa de excelência
A Rica Granja foi este ano agraciada com o prémio PME Excelência, acrescido do prémio “Mais Criação de Valor”. Para Paulo Mota, os prémios são uma recompensa pelo bom trabalho, constante e evolutivo, e ainda uma prova de que Portugal tem muito boas empresas a laborar no setor agroalimentar. Desde o início do ano, já saíram da Rica Granja, para países terceiros, 89 contentores de ovos, o que dá um total de 28,5 milhões de ovos portugueses, brancos, a saírem do país para outros mercados: “O crescimento das exportações tem sido acelerado. Todos os anos temos crescido e, até agora, já nos aproximamos do número total de contentores que exportámos o ano passado. Ainda podemos exportar mais – podemos fazer sair daqui, semanalmente, cerca de oito contentores de ovos. Se assim for, chegaremos em breve aos 400 contentores por ano. São números altos, mas que estamos preparados para atingir”, garante Paulo Mota, diretor geral da Rica Granja.

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