QUALIDADE, CONFIANÇA E COMPROMISSO
Na freguesia de Brito, em Guimarães, encontra-se a Alimentar Desafios, empresa que se dedica à comercialização de produtos alimentares no Canal Horeca e que tem no seu ADN qualidade, confiança e compromisso. Em entrevista à Revista Business Portugal, Rui Castro (sócio-gerente) revela que não descura de uma relação próxima e cuidada com os clientes, fornecedores e colaboradores, fazendo deste empreendimento uma referência e um caso singular, apesar dos seus tenros três anos.
O que é que o levou a “Alimentar Desafios” e despoletou este projeto?
Eu comecei a minha carreira profissional nos produtos alimentares aos 19 anos. Trabalhei sempre nesta área de negócio. Em 2013, mudei-me para uma outra de comércio internacional, que tem uma representação aqui em Portugal. Por sua vez, percebi que havia uma lacuna na distribuição em menor quantidade, o que se traduziu numa oportunidade de negócio. Em outubro de 2016 percebi que era a altura ideal e avancei com o projeto, com a ideia de “alimentar os desafios dos nossos clientes”.
Esta é uma empresa diferente. Porquê?
A Alimentar Desafios é uma empresa de um sócio só, sem nenhum sócio ou investidor externo e que, mesmo assim, conseguiu fechar o ano de 2019 coma faturação de dois milhões de euros. É uma empresa que, neste momento, tem uma equipa de nove pessoas e é, de facto, uma empresa diferente no setor alimentar. Queremos atualizar-nos constantemente e dizer ao mercado que temos um excelente serviço. Como exemplo, temos distribuidores que não ganham o ordenado mínimo, são apresentáveis, sociáveis e fazem o complemento de um bom vendedor, o que faz com que estejam motivados para prestar um melhor serviço ao cliente. É por aqui que nos queremos diferenciar, no serviço. Falando do produto em si, somos exigentes com a qualidade, não somos mais um a vender a um preço competitivo. A Alimentar Desafios, apesar de ser uma empresa pequena, vale pela diferença. Não fomentamos a ideia de querer ser mais ou melhor, mas sim de fazer a diferença no serviço e no produto.
O facto de ter uma estrutura pequena também permite outro tipo de flexibilidade?
Tendo uma equipa pequena, permite-me conseguir gerir essas pessoas com proximidade, tendo também os recursos financeiros e comerciais na minha esfera de alcance. Prefiro primar pela qualidade do que pela quantidade. Tenho uma equipa de sonho, com pessoas de sonho, desde os 24 aos 48 anos, tendo uma média de idades de 35 anos.
Isso também leva a que consigam assegurar uma rápida capacidade de resposta?
De 48 em 48 horas está um carro a passar no cliente, vendemos hoje e entregamos amanhã. O carro do vendedor só passa uma vez por semana, mas o carro de distribuição passa de 48 em 48 horas. Temos dois carros de distribuição, sendo que cada distribuidor faz uma logística diária de duas voltas vendidas.
Para além de serem exigentes com a forma como servem o cliente, também são rigorosos com os equipamentos escolhidos. É necessário um investimento constante em ferramentas inovadoras, devidamente equipadas e inspecionadas, para darem uma boa resposta?
O nosso maior investimento é no armazenamento, pois precisamos de câmaras frigoríficas muito grandes, o que representa custos fixos consideráveis. Se conseguirmos reduzir com equipamentos mais recentes, com alta tecnologia, é o ideal, mas a alta tecnologia deste setor custa dezenas de milhares de euros, portanto as manutenções são muito importantes.
O Rui tem uma relação muito próxima com quem trabalha e isso marca a diferença…
Todas as semanas faço um plano para passar pelos clientes com os comerciais, para conhecê-los. As pessoas conhecem de perto o rosto do responsável da Alimentar Desafios. Eu adoro a área comercial, apesar de ter pessoas a dar a cara pela empresa, gosto e prezo que os clientes me conheçam. Procuro estar sempre disponível, porque hoje em dia os meus colaboradores e clientes precisam de respostas rápidas. Se não reagirmos no instante, o instinto seguinte é ligarem para outra empresa para perceberem como esta pode satisfazer as necessidades deles. Tudo é fruto do passa-a-palavra de que prestamos um bom serviço e, apesar disto exigir muito de mim, sempre o fiz. No primeiro ano, a empresa faturou 650 mil euros com três pessoas, no segundo ano faturou um milhão e 200 mil, no terceiro dois milhões de euros e a minha forma de estar no mercado é exatamente a mesma. Não deixei de atender o telefone a quem quer que seja, fornecedor ou cliente. E é aí que também me quero diferenciar. Para mim, cliente e fornecedor é exatamente igual, porque não vivo sem os clientes, mas também não vivo sem os fornecedores.
Percebi que trabalha com pessoas e não com empresas. Dentro da própria organização é igual?
Tenho uma boa capacidade para lidar com os meus colaboradores. Quando é preciso, tenho de ter uma postura mais séria, mas quando tenho de tomar um café e estar mais descontraído com eles, é o que faço. As pessoas aqui percebem por iniciativa própria quando têm de trabalhar, fruto da relação de proximidade que têm comigo. Percebem que não têm apenas um patrão, mas também um amigo. Quando precisam, eu estou cá, assim como quando eu preciso, eles estão lá. As empresas são feitas de pessoas e para pessoas.
De que forma se é criativo no setor alimentar?
Temos de conseguir mostrar os nossos produtos ao cliente, assim como a grande diversidade de referências de qualidade que temos. A nossa taxa de sucesso de continuidade em clientes novos é fantástica, pois o serviço prestado quando nos dão oportunidade faz a diferença.
Neste setor, tem necessidade de inovar todos os dias?
Claro que sim. Não podemos parar e é preciso estar atento todos os dias. Arranjar formas de nos reinventarmos todos os dias é uma necessidade, principalmente nos recursos humanos. Temos de perceber como podemos motivar e aproximar os nossos colaboradores e fazê-los perceber que a empresa também é deles.
O que é que o mais orgulha neste projeto?
Ter criado uma equipa de sonho, porque isso tem levado ao sucesso da empresa. Ter faturado dois milhões de euros ao fim de três anos foi um feito notável, que nem estava no meu horizonte. Nunca pensei atingir a dimensão que a Alimentar Desafios tem hoje em dia e com sustentabilidade e segurança para crescer. No entanto, este ano queremos que seja de consolidação. Queremos consolidar todos os parceiros que temos e os produtos. A base está criada, a partir daqui é andar sobre esta base. A equipa está constituída e vai continuar a vencer.