Produto do Ano e Escolha do Consumidor em Crescimento e Expansão

Em entrevista à Revista Business Portugal, José Borralho, CEO, salienta que a “Escolha do Consumidor” e o “Produto do Ano”, dois sistemas de avaliação líderes em Portugal, comprovam que os consumidores valorizam, cada vez mais, a experiência positiva com as marcas.

José Borralho, CEO

O Produto do Ano e a Escolha do Consumidor já contam com 19 e 11 anos de existência, respetivamente. Qual a análise que faz do percurso destes projetos?

Tratando-se de projetos distintos, estive na origem de ambos em Portugal. O Produto do Ano, franchising francês, foi lançado por mim, em 2004, (saí em 2007) e, desde então, passou por alguns problemas de gestão do anterior representante em Portugal, o que culminou na sua perda de licença, e voltou às minhas mãos, agora como representante oficial, há seis anos. Apesar desses problemas, o Produto do Ano é acarinhado pelos portugueses e está no seu top of mind, como o prémio que identifica os novos melhores produtos no mercado. Hoje, bastante saudável, o Produto do Ano é, provavelmente, o melhor argumento de venda para as empresas com produtos inovadores.

A Escolha do Consumidor foi criada por mim e vem preencher uma lacuna de mercado. Foi bastante inovador, em termos de abordagem ao consumidor e na forma como avalia as marcas e, rapidamente, ganhou a sua confiança, sendo, há muitos anos, o sistema de avaliação líder em Portugal, em todas as métricas possíveis neste mercado. Aliás, esta visibilidade passou as fronteiras e, nos últimos anos, têm sido os vários grupos internacionais a querer adquirir-nos ou importar a nossa metodologia.

Podemos afirmar que é através da Escolha do Consumidor e do Produto do Ano que as marcas desenvolvem uma credibilidade superior, precisamente por ser o próprio consumidor, o responsável pela avaliação?

O recurso a sistemas de avaliação são, nas últimas décadas, uma forma das empresas se posicionarem junto dos consumidores, mostrando que possuem bons índices de inovação, satisfação, confiança, entre outros, e isso claramente reforça a credibilidade das marcas junto dos seus públicos. O consumidor confia muito mais no endorsement dos seus pares do que em qualquer outra instituição e é aí que está o principal ponto.

Quais as principais diferenças entre estes dois projetos?

O Produto do Ano dedica-se a avaliar os novos produtos e serviços lançados no mercado e que devem ser atrativos, do ponto de vista da inovação e mais-valia gerada junto dos seus consumidores. Já a Escolha do Consumidor é mais abrangente, na medida em que avalia a satisfação e benefícios que as marcas proporcionam aos consumidores, de acordo com as exigências desses mesmos consumidores. Além disso, recorre a um conjunto muito vasto de metodologias de experiência e vivência entre consumidores e marcas, até conseguirmos chegar a um resultado comparativo entre todas as marcas de determinadas categorias.

A inovação é um fator importante no momento da escolha, principalmente no que diz respeito ao Produto do Ano?

É, efetivamente. Todos os anos, perguntamos isso aos portugueses e a resposta é crescente. Apesar de 64% dos portugueses considerarem que os novos produtos são pouco diferentes dos que já existem, 86% gosta de experimentar novos produtos. A resposta é clara, o facto a descodificar é o que representa inovação na cabeça do consumidor, que está muito associado a disrupção. Mas, a inovação, não tem que ser disruptiva, pode ser de evolução, de continuidade.

Estes sistemas de avaliação líderes em Portugal comprovam que os consumidores valorizam, cada vez mais, a experiência positiva com a marca, em detrimento das ofertas comerciais e dos programas de fidelização?

Claramente. Sentimos isso nos estudos que fazemos na Escolha do Consumidor e, de uma forma geral, esses dois atributos “oferta comercial” e “programa de fidelização” vêm no final do que é importante. A melhor forma de explicar isto talvez seja dizer que os consumidores gostam de tê-los, mas não é isso que os vai fidelizar, se a experiência global com outros aspetos fundamentais (ex: atendimento, serviço, qualidade do produto, entre outros) não for positiva.

Sabemos que várias são as novidades respeitantes a estes projetos (seja no que diz respeito a novas categorias, seja no que diz respeito à própria Consumer Choice). O que levou ao surgimento da nova categoria ‘Influenciadores Digitais’?

Temos uma forma disruptiva de olhar para o mercado. Gostamos de ver coisas claras e bem feitas e a forma como todos os indicadores olham para o mercado dos influenciadores é sempre o mesmo, sempre as mesmas métricas: seguidores, interações, entre outros. Decidimos usar a nossa metodologia: fomos ouvir o que os portugueses privilegiam num influenciador; que influenciadores seguem essas necessidades e, por fim, colocamo-los em avaliação. E os resultados são surpreendentes em alguns casos, porque são a Escolha do Consumidor influenciadores que não são os “habituais” vencedores de tudo o que é prémio.

Por onde passa o futuro da Escolha do Consumidor e do selo Produto do Ano – ambos de grande importância para as empresas, marcas e consumidores portugueses? E quais as novidades que pode partilhar com todos os nossos leitores?

O futuro do Produto do Ano passa, sobretudo, pela sua expansão para o segmento de serviços, onde tem vindo a crescer, e onde nos temos destacado na rede mundial com 45 países. É uma abordagem nova e fomos pioneiros e inspiradores para outros mercados.

O futuro da Escolha do Consumidor passa por vários estágios onde se incluem o lançamento de novos sistemas de avaliação, alguns deles acessíveis a empresas que até agora, pela sua dimensão e capacidade de investimento, estavam “afastadas” dos mesmos, mas também pela expansão internacional. Abrimos, em fevereiro, escritório em Espanha e estamos em vias de abrir no Brasil.

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