Pastéis de Portugal: Marca registada da Lourinius com mais de uma década
Ao entrar na pastelaria Lourinius, é possível chegar a várias zonas do nosso país. A marca “Pastéis de Portugal” destaca-se pelo caráter inovador e pela singularidade dos seus produtos. Pedro Ferreira foi o impulsionador do negócio e, juntamente com a esposa Ana Sebo, falou com a Revista Business acerca do sucesso do negócio.
Tudo começou com a paixão que Pedro Ferreira desde cedo demonstrou pela pastelaria. Trabalha na área desde os 11 anos, mas a dada altura quis apostar num negócio por conta própria. A ideia ganhou consistência e a pastelaria Lourinius caminha para os 12 anos de existência. Já nesse ambiente, a criatividade era um fator importante.Tudo começou com a paixão que Pedro Ferreira desde cedo demonstrou pela pastelaria. Trabalha na área desde os 11 anos, mas a dada altura quis apostar num negócio por conta própria. A ideia ganhou consistência e a pastelaria Lourinius caminha para os 12 anos de existência. Já nesse ambiente, a criatividade era um fator importante.Ser diferenciador sempre foi um objetivo ambicionado, o que acabou por incitar a ideia de criar um pastel que fosse capaz de aproveitar algo caraterístico e único da região. Evidentemente, o produto mais associado a esta região sempre foi a Aguardente da Lourinhã, sendo a única portuguesa e a terceira no mundo com estatuto DOC (Denominação de Origem Controlada). É, exatamente, neste registo que se percebe a possibilidade de recorrer a produtos inusitados na confeção de pastéis. Depois da ideia estar definida, Pedro Ferreira recorreu a uma receita antiga e, após várias tentativas, transformou-a numa receita de qualidade. Em 2011, os pastéis começaram a ser comercializados e têm hoje o impacto que mostram.O mais difícil de colocar a plano em prática passou pelo contorno do problema com que muitos se deparam na gastronomia: conseguir que o produto continuasse com sabor e teor alcoólico depois de ir ao forno. Com tanta “experiência, tentativa e erro”, Pedro Ferreira encontrou esse ponto de equilíbrio. O segredo da receita é apenas partilhado com a esposa e esse é o ponto fundamental para que a receita não seja “massificada”.
Divulgar as maravilhas de Portugal
Mas o progresso não ficou por aqui. Outros pastéis foram surgindo, por iniciativa própria ou sugestão de parceiros, a partir da seleção de produtos portugueses de várias zonas e com eles veio a marca “Pastéis de Portugal”. “Qualquer um dos pastéis tem um sabor diferente característico da sua zona, feito com elementos nacionais de qualidade reconhecida, e a marca “Pastéis de Portugal” surgiu para englobar todos”. Claramente foi alargada a rede de clientes com estes conceitos inovador adaptado a qualquer gosto. Pastéis de Maçã do Planalto, Abóbora, Licor de Ginja de Óbidos, Vinho do Porto, Alfarroba e Aguardente do Medronho, Vinho de Carcavelos, Bolota com Vinho Licoroso da Carmim, Algas, Licor Beirão, Moscatel Roxo e Queijo de Azeitão foram os desenvolvidos até à data. O Pastel de Feijão também é confecionado, mas é considerado doce conventual. “Aqui na zona vendemos mais os da Lourinhã. Depende da região. Todas as pessoas têm opiniões diferentes”. A par da qualidade, vem o sucesso e o reconhecimento é conseguido através da participação em concursos e feiras. A própria câmara municipal dá algum apoio neste tipo de eventos, pelo reconhecimento e divulgação que os próprios pastéis fazem da região e daquilo que a Lourinhã tem para oferecer. Os Pastéis de Aguardente de Lourinhã já conseguiram a medalha de ouro na categoria de pastéis e, para além da marca registada, a própria Lourinius também alcançou diversas medalhas em concursos nacionais de pastelaria conventual e tradicional portuguesa. A pastelaria destacou-se com 4 medalha de ouro, para os Pastéis de Feijão, Torta da China, Pastéis de Licor Beirão e Pastéis de Aguardente da Lourinhã, e com 5 medalhas de prata, para coberturas, Pastéis de Aguardente da Lourinhã, Brisas de S’Ana, Toucinho do Céu de Odivelas e Pão de Ló da Moita dos Ferreiros.
Para além do próprio estabelecimento, os pontos de venda dos pastéis já se estendem maioritariamente aos arredores da Lourinhã. Podem ser encontrados no Hotel Bessa em Lisboa, na Pastelaria Briosa do Mondego em Coimbra, na Loja da Confraria do Vinho de Carcavelos e no Cantinho Tradicional em Oeiras, no Café e Restaurante Cozinha do Campo em Carcavelos, Hotel Marriot em Lisboa, Cafetaria Opção em Portimão, Terra e Mar em Alvalade, Café da Esquina em Paços de Arcos, Café Astoria na Parede e Gelataria Belle Sorell. “A nossa maior lacuna é a região norte”, mas é um aspeto a ser contornado. Pedro Ferreira e Ana Sebo reconhecem a diversidade que o seu setor demonstra. Dos vários tipos de pastelaria e estabelecimentos dedicados ao fabrico de pastelaria conventual, pastelaria tradicional e pastelaria internacional todos têm a sua particularidade e são fundamentais. Em Portugal a pastelaria é uma área bastante variada e desenvolvida e os portugueses têm de sentir orgulho nisso. Não é preciso ir ao estrangeiro para encontrar produtos de qualidade, até porque a gastronomia é o que melhor distingue o nosso país. Por enquanto, vão-se moldando às ambições. No ano passado, foi mudado o local de fabrico e as instalações foram aumentadas de forma a criar condições para produzir em maior quantidade. “Estamos a estudar formas de exportação. Os pastéis têm validade de 30 dias, mas queríamos tentar prolongar sem usar químicos”. Esse tem sido, de facto, o maior entrave à exportação. A conservação sem recorrer à adulteração da essência do produto é a próxima etapa e a partir daí será crescer ainda mais, porque o segredo está em manter a qualidade. Fica o convite para comprovar a qualidade dos Pastéis de Portugal, porque há distintos e apropriados a qualquer paladar, e para conhecer espaço agradável e aconchegante de que a Lourinius dispõe. Novidades e variedade não faltam nesta pastelaria e não há nada como conhecer o seu trabalho.