A melhor qualidade ao melhor preço

Philippe Bourroux, natural de França, decidiu vir para Portugal há 30 anos. Desde então, passou por Lisboa, Felgueiras e, há quase 20 anos que vive no Algarve. Proprietário de nove lojas Intermarché, uma delas em São Bartolomeu de Messines, este empresário é um empreendedor por natureza e, por isso, está em destaque nesta nossa edição sobre Silves.

Conte-nos um pouco sobre o seu percurso até aqui…
Já estou a viver em Portugal há quase 30 anos. Estava a trabalhar como engenheiro informático, em França, e descobri Portugal há cerca de 30 anos. Na realidade cheguei aqui como um informático e decidi criar a minha empresa em Portugal. Efetivamente, contribuí para a abertura de uma das primeiras lojas do grupo Intermarché aqui no país, em 1991, no Cacém. Mais tarde, abri a minha primeira loja no norte do país em Felgueiras, entre Guimarães e Amarante, e explorei-a durante cinco anos. Entretanto, havia um projeto no Algarve disponível e eu decidi avançar com esse projeto em Lagoa. Foi assim que cheguei aqui a esta zona.

Para além da loja em São Bartolomeu de Messines (Silves), o nosso entrevistado administra lojas em Lagoa. Armação de Pêra (Silves), Monchique e Portimão.

Porquê associar-se a uma marca como o Intermarché? O que o atrai no grupo Os Mosqueteiros?
O Intermarché tem uma particularidade onde cada proprietário é um empresário independente e isso tem muita importância para mim. Não somos franchisados. Para mim tem muita importância fazer parte de um grupo forte e ao mesmo tempo conseguir ser um empresário independente.
Cada um dos aderentes do grupo (proprietários das lojas) está a gerir a sua própria empresa, mas ao mesmo tempo está a gerir a empresa comum do grupo. Assim, cada um tem uma função a montante e às terças e quartas-feiras toma esse lugar. Atualmente, sou administrador do grupo em Portugal e todas as terças e quartas faço parte do conselho de administração. Claro que todas as decisões que tomo vão afetar todas as lojas do grupo no país, mas também, a minha própria loja.
No entanto, como conhecemos o comércio da loja, temos mais capacidade para tomar decisões a nível central. Este conceito é completamente inexistente em Portugal. Somos independentes na interdependência. Abri a primeira loja em Lagoa em 1997 e, como independente, tive capacidade de adaptar completamente a loja ao território do Algarve, que é um mercado um bocadinho diferente do resto do país. Os portugueses estão aqui, mas temos também muitos turistas estrangeiros, a quem, obviamente, devemos responder. A sazonalidade é muito forte.

A ideia de que o Intermarché é uma cadeia de supermercados que aposta nos produtos locais aplica-se a estas lojas?
O facto de sermos uma loja independente permite-nos ter várias gamas, mas também nos dá a oportunidade de negociarmos com produtores locais. Podemos ter um padeiro a fornecer pão, por exemplo. Em Messines, todos os legumes verdes sensíveis são de um produtor local.
A laranja do Algarve, que penso ser a melhor do mundo, vem de um produtor de citrinos do Algarve. Além desse, apostamos em vinhos locais também. O vinho do Algarve não é o mais conhecido do país, mas, atualmente, há muito desenvolvimento de quintas a produzir vinhos e, por isso, tenho nas minhas lojas todos os principais vinhos do Algarve.

Como procura marcar a diferença perante tanta concorrência?
É uma guerra todos os dias. É complicado porque somos empresários independentes. Todos juntos temos a força dos grupos concorrentes, mas sozinhos somos pequenos empresários. No caso de uma cadeia de supermercados grande, se uma loja não funcionar bem não há nenhum problema porque outra loja há-de cobrir, há-de compensar. Em termos de tesouraria, quando chega o dia de pagar os ordenados temos que os pagar e isso requer uma estratégia muito mais bem pensada no nosso caso.

O Algarve continua a ser um destino de eleição e o grupo Os Mosqueteiros continua a crescer. Como é que prevê o futuro?
Estou a fazer obras de remodelação completa na loja de Portimão. No ano passado desenvolvi uma nova loja na Praia da Rocha. Contudo, não sei se vou continuar assim ainda durante muitos anos. Para já não estou a pensar criar novas lojas, mas sim continuar a desenvolver as que tenho. Quero apostar no novo conceito no grupo em todas as minhas lojas.
Antes, tínhamos uma estratégia que assentava em várias marcas próprias diferentes, mas faltavam elos de visibilidade, hoje decidimos apostar numa marca própria única: a PorSi. Esta estratégia vai dar, com certeza, bons resultados, porque, para os clientes, é muito mais fácil identificar a PorSi como a marca própria do Intermarché, marca com a melhor relação qualidade / preço, nos nossos lineares.

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