“Os novos sectores também usam a robótica”

Nuno Mineiro, Diretor-Geral

A Roboplan é a representante para Portugal da Yaskawa, a marca japonesa líder mundial no sector da robótica e conhecida pelo seu alto padrão de qualidade. A empresa marcou mais uma vez presença na EMAF e, em entrevista à Revista Business Portugal, Nuno Mineiro, Diretor-Geral da Roboplan, deu a conhecer o universo da empresa que desenvolve soluções robotizadas chave na mão, com a missão de aumentar a competitividade industrial dos seus clientes através da robótica.

A Roboplan nasceu em julho de 2012 com base na sólida experiência dos seus colaboradores e sócios no sector da robótica industrial. Que balanço traça deste percurso de quase dez anos?

O nosso percurso tem sido muito positivo, dado que temos crescido todos os anos, exceção feita ao ano passado pelo contexto de pandemia, mas considerando este ano e o transato temos uma média interessante, até porque, em 2021, registámos um crescimento muito forte. Temos trabalhado com indústrias muito diferentes, conseguindo finalizar os projetos atempadamente e dentro das especificações técnicas que nos solicitam, e isso constitui um fator muito importante. Por outro lado, estabelecemos novas parcerias e relação com novos clientes. Neste trajeto, a empresa também cresceu em dimensão e em número de colaboradores. 

Que serviços e soluções abarca a Roboplan? 

A Roboplan tem quatro áreas de negócio, designadamente: a distribuição da marca Yaskawa, uma das principais marcas mundiais de distribuição de robôs a empresas denominadas integradores, que incluem esses robôs nas suas próprias máquinas e, posteriormente, revendem a clientes finais; desenvolvimento de soluções para clientes finais atuando como empresa de engenharia; o pós-venda, ou seja, prestamos assistência técnica e todo o tipo de suporte que os nossos clientes precisam; e a quarta área de negócio relaciona-se com o chamado DMC (Drive and Motion Control), uma área em que a Yaskawa é muito forte, representa uma percentagem considerável dos negócios da Yaskawa e que a Roboplan, a partir de agora, também vai passar a representar. 

Quais são as vossas indústrias alvo?

Nas quatro áreas de negócio, o nosso interesse é sempre que haja alguma atividade ligada à robótica e, portanto, estrategicamente estamos sempre à procura de mercado onde se possa comercializar robôs industriais. Neste momento, trabalhamos com praticamente todos os sectores da indústria, designadamente até o sector primário começa a ter algumas aplicações, mas indubitavelmente, o sector automóvel tem um peso substancial. Como em todo o mundo, a robótica industrial desenvolveu-se muito em torno da indústria automóvel, foi o grande motor do desenvolvimento dos fabricantes de robôs e, em Portugal, temos um grande cluster de empresas que fabricam componentes para a indústria automóvel, empresas como a Simoldes por exemplo, que constituem clientes muito importantes para a Roboplan. Estamos muito ligados ao sector automóvel pelo lado do fabrico de componentes com robôs industriais e, paralelamente, temos uma presença muito forte na metalomecânica em geral, estamos ligados às aplicações de soldadura e ao que chamamos general industry, ou seja, fabricantes de móveis, de todo o tipo de equipamentos, sector da madeira, dos plásticos e alimentar. No âmbito das energias renováveis, temos cada vez mais atividade, até porque os novos sectores também usam a robótica.

A robotização e a automação da indústria são uma oportunidade para tornar as empresas portuguesas mais competitivas e para resolver o problema da falta de mão de obra que existe em vários sectores de atividade?

Sim, diria que é uma condição absolutamente necessária. A robotização e a automação da indústria são uma oportunidade para tornar as empresas portuguesas mais competitivas e para atenuar o problema da falta de mão de obra que existe em vários sectores de atividade. Nestes últimos cinco anos, tem-se agravado imenso a questão da falta de mão de obra. Todos os players no mercado e os clientes falam desse problema e, inclusive, estão-se a fazer investimentos com retornos mais alargados que há uns anos não seriam feitos, porque a falta de mão de obra assim o exige. Além disso, hoje em dia, o trabalho em ambientes extremos, em termos de temperatura ou de poluição aérea, está bastante mais regulado, e tem de se recorrer, cada vez mais, à robótica para evitar expor as pessoas a esses ambientes.

Pelo 5º ano consecutivo, a Roboplan esteve presente no maior evento do sector industrial português (EMAF). Que balanço faz da presença no certame que junta expositores nas áreas da robótica, automação e manutenção industrial, que procuram renovar o seu foco na apresentação de novas soluções e tecnologias e dar resposta aos novos desafios da indústria 4.0?

As nossas expectativas foram suplantadas, por isso fazemos um balanço muito positivo. A afluência foi bastante razoável. Tivemos uma localização muito boa na feira, somos uma empresa conhecida, então estivemos num ambiente descontraído e com tempo para conversar com os nossos clientes, assim como com os nossos parceiros. 

A Roboplan dispõe de 1200 m2 de oficinas, 1300m2 de escritórios e showroom e ainda de um centro de formação

Assumem o lema que “a robótica não é o futuro, é o presente” e os os serviços de excelência e a satisfação dos vossos clientes continuarão a ser o vosso foco como empresa líder de mercado. O que mais podemos esperar da Roboplan para o ano de 2022?

Mais internacionalização. Estamos a operar a nível internacional de uma forma cada vez mais forte, e prevemos que para 2022, e nos anos seguintes, o nosso crescimento será assente na internacionalização. É claro que a distribuição de robôs está limitada ao mercado português, por isso o nosso crescimento acompanhará o crescimento do mercado nacional. No desenvolvimento de soluções de engenharia, existe uma panóplia de possibilidades e, nesse contexto, temos feito projetos para Marrocos, França, Espanha, Polónia, Argentina, entre outras geografias, por isso prevemos um crescimento grande, pelo lado da internacionalização. No mercado nacional, devido à retoma pós-pandemia esperada e, como falámos, à falta de mão de obra, e considerando também que estão previstos mais fundos disponíveis e apoios para investimento, antevemos um crescimento muito forte, na ordem dos dois dígitos no mercado português. 

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