Hotel Mestre de Avis: a arte que eleva a cidade

O Hotel Mestre de Avis apresenta-se como um conceito não consensual, mas admirado e apreciado por muitos dos visitantes, é assim que o descreve Rosa Roeder, a responsável pela revitalização do espaço em 1998. Em entrevista, a Proprietária e Gerente do hotel partilha a ambição de fazer crescer, renovar e melhorar o projeto, mantendo o ambiente familiar e o conceito da cidade.

Situado no centro histórico de Guimarães – património da UNESCO – perto de todos os pontos de referência e numa das mais pitorescas ruas da cidade, “O Casarão”, que havia pertencido à família de Raúl Brandão, um conhecido escritor português, encontrava-se em ruínas com um fim muito próximo à vista.  A residir na Alemanha, sempre que visitava a cidade berço Rosa Roeder ficava encantada pelo prédio e imaginava ali um projeto que mantivesse a grandiosidade do mesmo. “Eu visitava Guimarães várias vezes por ano e doía-me o coração quando via um belo edifício a precisar de ser reconstruído”. 

E assim, em 1998 nasce a Residencial Mestre de Avis, fruto de uma reconstrução de uma casa em ruínas e de uma vontade e paixão partilhada com um tio. 

Em 2010, dada a debilidade do familiar, Rosa Roeder assume a gestão única da pensão, e o espaço, convertido, desde então, em hotel, ganha uma nova vida, com “um conceito não consensual, mas admirado e apreciado por muitos dos visitantes”. Aliar o hotel à arte foi uma aposta pessoal da proprietária, conciliando a hotelaria à sua grande paixão.

Com uma beleza e um património arquitetónico singulares, o Hotel Mestre de Avis é, hoje, a fusão perfeita entre a hotelaria e a arte. 

Admiravelmente enquadrado na arquitetura histórica da cidade, o hotel conserva a fachada original, enquanto o interior foi completamente reconstruído, mas sem descurar a identidade da casa original e tudo está em simbiose com as artes.

Ao longo de todo o hotel estão expostas peças de artistas nacionais e também internacionais, inclusive em alguns dos 16 quartos individuais, duplos e familiares, com particular atenção para os quartos deluxe – de maior dimensão e com vista privilegiada para a cidade – com uma grande e importante diferenciação: Alguns deles com obras originais de grandes artistas: sob a cama de um destes quartos podemos observar uma grande tela original  de Carmen Touza e num outro obras  originais  de Orlando Pompeu.

Responsabilidade Social

A grandiosidade e diferenciação não se fica pelas artes e pelo conforto que o Hotel Mestre de Avis proporciona aos seus visitantes, acrescendo a sua responsabilidade social. A sustentabilidade e a preservação pelo meio ambiente são uma preocupação constante de Rosa Roeder, prova disso são os galardões da Green Key que o hotel coleciona. A beleza e a diversidade natural e cultural do Minho, bem como a hospitalidade dos residentes fazem desta região um lugar ideal para caminhadas pela natureza e descoberta de novos lugares. Colocando os seus hóspedes em harmonia com a natureza, o Hotel Mestre de Avis organiza passeios a pé pela natureza dos arredores, passeios de bicicleta, e visitas a lugares históricos.

“O futuro passa, essencialmente, por fazer crescer o projeto, melhorá-lo, mas mantendo sempre o ambiente familiar e o conceito da cidade”

O ano de 2019 foi “excelente e de longe o melhor ano” do hotel, garante Rosa Roeder, que a chegada da pandemia da Covid-19 veio quebrar. A conjuntura obrigou a hotelaria a encerrar portas e o Mestre de Avis não foi exceção. No entanto, Rosa Roeder partilha com felicidade o ressurgir da atividade turística, que embora lentamente, tem vindo a crescer. Um cenário complicado, que só foi possível pela dedicação de todos os funcionários, alguns de longa data, que reconhece como “uma família”. As dificuldades que se vivem não impedem a proprietária de sonhar e traçar objetivos futuros para o Hotel Mestre de Avis, proporcionando a todos os clientes, na sua maioria espanhóis, franceses e nacionais, um serviço diferenciador. “O futuro passa, essencialmente, por fazer crescer o projeto, melhorá-lo, mas mantendo sempre o ambiente familiar e o conceito da cidade.Antes do início da pandemia, Rosa Roeder decidiu criar momentos de partilha de arte na galeria a que se chamavam “Encontros de Arte”, que eram, sobretudo, encontros entre a comunidade de residentes que apreciam arte e artistas estrangeiros e da terra “para um intercâmbio de interesses”. Para além disso, a Proprietária gostaria de, num futuro próximo, levar artistas portugueses, em representação da Galeria do Hotel Mestre de Avis, além-fronteiras, apresentando “os bons artistas que existem em Portugal e que não são divulgados”.

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