O sabor e a dedicação são a chave para o sucesso

A Casa do Pão de Ló existe há quase dois anos e já é um sucesso. Localiza-se na Trofa, mas vêm pessoas de várias zonas do país, provar o excelente pão de ló húmido, produzido por Miguel Campos, o proprietário.

Miguel Campos, proprietário

Desde o conceito ao sabor, se há algo que não falta no pão de ló húmido da Casa do Pão de Ló, em Alvarelhos, é a identidade. O negócio foi criado em 2021, numa altura em que as pessoas ainda se mantinham confinadas, a propósito da pandemia. Miguel Campos, proprietário da Casa do Pão de Ló, tem 33 anos e é natural de Cabeceiras de Basto. Esteve, desde muito novo, ligado à área da hotelaria e, apesar de se ter licenciado em Informática de Gestão Empresarial e Sistemas de Informação, aquilo que sempre o fascinou foi o pão de ló húmido, que passou a produzir por ser uma sobremesa que adorava. Segundo conta o próprio, foi “exatamente no dia 4 de março de 2021”, na fase em que a população estava, pela segunda vez em isolamento, que surgiu uma enorme vontade de comer pão de ló húmido. Nessa noite, Miguel colocou, literalmente, as mãos na massa, e fez um pão de ló para a família. O feedback não poderia ter sido mais positivo, o que foi o mote para a fundação da Casa do Pão de Ló. Pouco tempo depois, criou a sua marca, desde raiz, passando pela elaboração do logótipo e do registo nas redes sociais, por exemplo. Um dos aspetos que considerou mais importante implementar na sua marca, foi o conceito. Este foi desenvolvido através da criação da caixa, em forma de “casinha”, pensada com o propósito de partilhar o pão de ló com os outros. “As pessoas podem ir jantar a casa de um amigo ou da família e levarem a caixa, que não é a caixa típica de um pão de ló, parece um presente, e destaca-se”, esclarece Miguel Campos.

Em três dias, após a criação do negócio, vendeu quase 200 pães de ló, o que foi algo “surreal”. Ao longo do tempo, foi evoluindo e os clientes foram partilhando, nomeadamente através das redes sociais, as suas opiniões sobre o produto, o que, naturalmente, ajudou a promovê-lo.

Miguel Campos conta que, no seio da sua família, teve uma grande ajuda, por parte da sogra, que foi a sua “aliada”, desde o início. “Nós temos o nosso grupo restrito de produção. Ao confecionar o pão de ló, garantimos que este sai sempre com a mesma textura e cremosidade, mesmo não sendo industrializado porque, geralmente, quem produz pão de ló húmido, nunca consegue manter o mesmo ponto de cozedura e, neste caso, nós conseguimos sempre esse feito”, afirma o proprietário. Este explica que prefere não industrializar a sua produção de pão de ló, tendo criado uma metodologia própria, o que garante ao seu produto sabores e características que o diferem dos restantes no mercado.

Na Casa do Pão de Ló, a produção não é feita com conservantes e os pães de ló não são congelados. “As pessoas fazem as encomendas, nós produzimos naquele momento e entregámos quentes, à hora que o cliente quiser”, conta Miguel. Há semanas em que chega a produzir cerca de 1 000 pães de ló, algo que garante ser possível sem a industrialização, mas “é preciso muita dedicação e passar muitas horas acordado”, um “sacrifício” que não custa tanto quando “gostamos do que fazemos”.

Para além da qualidade do produto, uma questão muito importante para Miguel é o atendimento ao cliente e a atenção para com o mesmo. “Eu preocupo-me realmente com os meus clientes, e não houve um único que tenha reclamado”, garante. Para Miguel, a sua passagem pelo Seminário, na Nossa Senhora da Conceição, em Braga, acabou por moldar a sua personalidade, garantindo-lhe a capacidade para lidar com as pessoas, o que é uma mais-valia neste ramo.

Relativamente ao futuro, os planos passam por continuar a expandir o negócio que, para além das vendas a clientes particulares, também fornece pães de ló para supermercados locais e alguns restaurantes. Paralelamente, o objetivo é criar um legado e garantir que este continua a ser um negócio de família, que passará de geração em geração.

 

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