Na vanguarda do urbanismo

Paul Henri Shelfhout, Presidente

Depois de investir em várias zonas do país, a Finangeste apresenta um projeto polivalente e de olhos postos no futuro. Faro, a “porta de entrada” do Algarve, foi a cidade escolhida para um empreendimento que promete servir as várias gerações. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paul Henri Shelfhout, Presidente do Conselho de Administração, desvendou os objetivos deste empreendimento e de como contribui para a distinção da Finangeste no mercado.

 

Naturalidade algarvia

Paul Henri Schelfhout, que conta já com mais de 25 anos de experiência no setor imobiliário nacional e internacional, é algarvio, natural da vila de Porches. “O meu pai foi fundador da Escola Internacional do Algarve [atualmente Nobel International School Algarve], e sempre olhei para o Algarve com especial atenção”, começa por contar. Portanto, desde cedo que a região mais a sul do país tem uma grande importância para o Presidente do Conselho de Administração da Finangeste.

 

Faro, melhor cidade para viver e investir

Em 2017, de acordo com o Portugal City Brand Ranking, Faro foi considerada a “melhor cidade para viver e investir”. Uma distinção que atualmente continua vincada e que destaca áreas como os negócios, o turismo e a qualidade de vida. No entanto, para o entrevistado, a capital algarvia não tem tido o devido reconhecimento. “Faro tem sido a capital mais abandonada de Portugal durante os últimos 30 ou 40 anos, em que cidades como Loulé, Portimão, Lagos ou Albufeira ganharam destaque. Faro tem sido a capital dos serviços públicos, como o hospital, o centro comercial ou o aeroporto”, refere. “Mas Faro tem-se tornado numa cidade que, de facto, para quem trabalha e reside, continua a ter preços relativamente acessíveis, para além de ter as praias, o que proporciona uma qualidade de vida excecional”, explana. “A Finangeste tem apostado muito nas segundas cidades. Temos empreendimentos, por exemplo, nas Caldas da Rainha, um grande investimento que realmente transformou a cidade e, à volta, já está a nascer uma unidade de saúde, um hotel, duas creches e dois supermercados. É incrível como um investimento estratégico pode ter tanta influência”, refere Paul Henri Schelfhout. E é nesta linha que Faro continua a pontuar, sendo agora palco de um investimento significativo. “O nosso modelo de investimento passa por provar que se pode investir e trazer evolução às cidades, não somos a figura do interessado”, esclarece. Um projeto polivalente que, para atingir os objetivos conta com vários apoios e colaborações: “quero realçar a equipa que trabalha na Câmara Municipal de Faro, o Diretor do Urbanismo, os vereadores, são pessoas fantásticas, do melhor que temos em Portugal. Estamos a ter, obviamente, o apoio político, mas o que eu quero realçar é a equipa técnica, porque trabalhamos todos com a mesma visão e é muito proveitoso quando o poder político e a iniciativa privada se unem. Em Faro fomos recebidos de braços abertos”, conclui.

 

Um empreendimento polivalente

PUVA – Plano de Urbanização do Vale da Amoreira é o nome do empreendimento, que ocupará uma área com cerca de 21 hectares e cujo investimento ronda os 350 milhões de euros. “Este projeto representa a expansão de Faro e uma grande responsabilidade recai sobre nós. O nosso capital quer um retorno específico e os nossos modelos de negócio estão muito adaptados. Tem de haver equilíbrio e é também por esse motivo que as câmaras municipais nos abrem portas, porque não somos a figura do interessado”, esclarece. Quanto às vertentes do projeto, a Finangeste está a trabalhar com arquitetos paisagistas que têm como premissa a reintegração da fauna algarvia para os parques. “Vai ficar um parque da cidade para as próximas cinco a dez gerações – e isto até me dá arrepios -, nós temos a oportunidade de criar um impacto duradouro nas famílias residentes, na população jovem e nas muitas crianças que irão nascer. Precisamos de um parque mediterrânico com a fauna da nossa zona e não precisamos de importar porque temos as melhores coisas do mundo em Portugal”, refere o Presidente do C. A. da Finangeste. O empreendimento contará com uma zona habitacional, zonas para fins comerciais, auditórios e grandes espaços exteriores. “É um empreendimento polivalente”, descreve.

 

Filosofia verde

A preocupação com o ambiente é um dos valores de destaque no método de trabalho da Finangeste. Soluções ecológicas, sustentáveis e amigas do ambiente proporcionam melhores condições quer no presente, como no futuro. “Podemos fazer um parque da cidade que não necessita de água, que providencia sombra e com paisagens incríveis. No Algarve temos muitos prados, que são realmente lindos. Estes prados podem ser usados no Verão para festivais ou para eventos que a Câmara Municipal eventualmente queira fazer, porque Faro não tem um sítio onde possa colocar 50 mil pessoas. Ali vai ter, integrado com infraestruturas e muitos espaços verdes”, explica.

 

De olhos postos no futuro

Criar as infraestruturas necessárias para o desenvolvimento natural daquela zona é um dos objetivos do projeto, pensado de olhos postos no futuro: “a nossa visão, o nosso impacto, não são limitados ao tempo dos tradicionais quatro anos. Fazemos investimentos que façam sentido a médio e longo prazo. Está pensado para, pelo menos, nos próximos 15 ou 20 anos ser uma estrutura de apoio à cidade de Faro”. Uma estrutura polivalente que, para além da zona habitacional, terá mais espaços. “Quando me perguntam o porquê de precisar de um prado tão grande, a resposta é muito simples: se isto se tornar no foco de uma empresa tecnológica, contará com feiras tecnológicas e vai precisar de um espaço que possa acolher milhares de pessoas”, refere o entrevistado. De olhos postos no futuro, a pensar nas várias gerações que ali se possam instalar, quer seja para viver, trabalhar ou, simplesmente, para usufruir de um espaço agradável: “o plano para Faro é deixar um loteamento, um plano pronto que tenha todos os mecanismos de urbanismo disponíveis para que os interessados possam investir em Faro e terem todas as infraestruturas circundantes que potenciem os seus negócios. Está é a nossa visão de futuro” conclui.

Caldas Terrace

Caldas Terrace

 

A equipa Finangeste

Paul Henri Schelfhout tece largos elogios às equipas com quem trabalha, reconhecendo serem os “maiores merecedores de todo este sucesso”. Mas são várias as razões para se conseguir uma equipa forte. “Eu estou cá há muitos anos e tenho tido uma sorte tremenda e o apoio de grandes profissionais. Quando os convido para algum projeto, decidem juntar-se à equipa sem hesitar. É uma questão de critério, deixar as pessoas trabalhar, acreditar nelas, deixá-las desenvolver as suas visões, os seus próprios sonhos, confiar, pagar a horas.” Pelo caminho, o nosso entrevistado encontrou profissionais que faz questão de manter: “tive muita sorte de encontrar o Miguel Gamboa num jantarzinho há quase dois anos. Um rapaz bastante tímido e nervoso na altura, mas que teve coragem de aceitar um desafio”. Para o PUVA – Plano de Urbanização do Vale da Amoreira, destaca o arquiteto Miguel Correia, que trabalhou na génese do projeto, o arquiteto Miguel Andrade, da CPU Consultores, que atualmente está a desenvolver o projeto, sendo uma “peça fundamental, com um conhecimento técnico excecional”, como refere Ricardo Antunes, da MAE, na gestão de projeto coordenando todas as especialidades, a GEG como empresa de engenharia e o arquiteto paisagista Álvaro Manso. “É uma pessoa que partilha a paixão de preservar o bem do património português. Segue valores que passam pela preocupação com o meio ambiente, poupar água e criar ambientes saudáveis para famílias. E o Álvaro, para mim, é o líder do movimento do Jardim Mediterrânico a nível europeu”, elogia. “Eu tenho o prazer de trabalhar com uma equipa absolutamente excecional; mas o mérito não é para mim, é para os meus colegas, tenho o prazer de os representar mas, ficar com créditos deste trabalho todo, seria injusto e contra tudo aquilo que eu acredito”, esclarece Paul Henri Schelfhout.

 

O futuro do urbanismo

Planear o futuro é, então, o objetivo de destaque neste projeto, que prevê o desenvolvimento de todas as infraestruturas e edifícios num período médio de 10 anos. “Acho que este projeto tem as sementes necessárias para servir de exemplo para outros. Ser um exemplo a seguir, mas mais pelo projeto e pelo bem que traz do que pela empresa. Se aquele projeto servir de fator de replicação, aí posso assumir missão cumprida”. Garantir o retorno no investimento e o crescimento da cidade de Faro e, consequentemente, da região do Algarve, fazem do projeto e do modelo para o desenvolvimento do urbanismo. Segundo o nosso entrevistado, “existem fatores no projeto, que ainda não podem ser divulgados, que podem tornar Faro numa cidade europeia de referência”, o que permite um crescimento que poderá ser equiparado às grandes cidades como Porto ou Lisboa. Por fim, Paul Henri Schelfhout tem as melhores expetativas quanto a esta iniciativa e reconhece que será, um dia mais tarde, motivo de grande orgulho: “Quando passo na Estrada Nacional 125 digo à minha filha: o avô fez aquilo [Escola Internacional do Algarve]. Eu gostaria muito que os meus filhos um dia passassem no Parque da Cidade e dissessem aos meus netos: olha, o avô teve dedo nisto. E é esse o legado que quero deixar”, conclui, orgulhoso, o Presidente do C. A. da Finangeste.

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