Mogadouro: promover a fixação da população no Interior

O Município de Mogadouro recebe, mais uma vez, a Feira dos Gorazes, uma das mais antigas do país. Em entrevista, António Pimentel, Presidente da Câmara Municipal, conta que o evento é um catalisador para a economia rural e que promove as regiões do Interior do país.

António Pimentel, Presidente 

A Feira dos Gorazes é uma das feiras anuais mais antigas de Portugal e, seguramente, a mais importante e antiga feira das Terras de Trás-os-Montes. Quais as suas expetativas para a realização do evento no presente ano? 

Tendo em conta que nos últimos dois anos não foi possível realizar este certame, as nossas expetativas são elevadas. Esperamos uma grande afluência de público e também de expositores e comerciantes.

Este vai ser um evento de reencontros e de retoma de um ritmo de participação e de produção que historicamente está associado aos Gorazes. Sendo esta uma feira temática, dedicada às principais atividades económicas regionais – a agricultura e a pecuária – contamos poder contribuir para a divulgação e comercialização de produtos, ferramentas e tecnologias relacionadas com estas áreas.

Sendo esta uma das 7 maravilhas da nova gastronomia, acredita que este certame é também um fator potenciador da economia rural? Para além dos negócios, os visitantes poderão assistir a espetáculos musicais e a atividades desportivas, tal como tem acontecido nas edições anteriores?

Sim, este evento é definitivamente um catalisador para a economia rural. Através da organização de várias atividades complementares à Feira dos Gorazes, é nosso objetivo promover todo o território e os seus recursos, variados e originais, no campo do turismo, do lazer e da gastronomia.

O programa de atividades conta com uma montaria ao javali, concursos de tiro ao prato, passeios todo-o-terreno, exposições de animais de quinta e espetáculos musicais. Uma das atividades programadas é o showcooking com produtos regionais.

Neste momento, o Município está a preparar o lançamento da plataforma “Origem Mogadouro”, um projeto que pretende promover a digitalização da economia local e a Feira dos Gorazes faz parte da estratégia de consolidação desta iniciativa, tão ambiciosa e necessária para os nossos comerciantes.

Ainda nesta linha de promoção da qualidade dos produtos endógenos, o programa da Feira dos Gorazes inclui a assinatura do Protocolo de Certificação dos Lagos do Sabor como Bio-Região, prevista para dia 16 de outubro, às 14h30.

 

O concelho de Mogadouro é conhecido pelo seu património histórico. Assim sendo, quais os pontos de interesse que gostaria de destacar?

Falando-se de património histórico, é incontornável a referência ao centro histórico da Vila de Mogadouro. No entanto, são também dignos de visita muitos monumentos dispersos pelas nossas aldeias, como o Castelo de Penas Roias, os castros, as igrejas com origens românicas como Algosinho e Azinhoso, os pelourinhos, e as próprias construções tradicionais, testemunhos da história desta terra, tão vasta e tão rica.

 

“As pessoas são a grande prioridade do programa de ação para o quadriénio 2021-2015”, pode ler-se numa mensagem deixada pelo Presidente. Exemplo disso é a atribuição de apoios financeiros, neste ano letivo, aos alunos e às suas famílias, bem como o pagamento da deslocação dos seus munícipes a hospitais dentro e fora do distrito?

É verdade. Assim foi declarado e assim temos feito. O grande desafio que Mogadouro tem pela frente é conseguir travar a sangria demográfica que se tem abatido sobre o nosso concelho, a par do sucedido com a grande maioria dos territórios do Interior.

Focados nesse objetivo, lançámos uma série de medidas que pretendem aumentar a atratividade territorial e apresentar Mogadouro como um ótimo concelho para viver, criar família, estabelecer uma empresa e prosperar.

Atualmente, em Mogadouro, a creche, o infantário, o ATL, os passes escolares, os cadernos de fichas, a par das refeições no 1.º ciclo, são despesas pagas pelo Município. Acompanhamos as crianças e as famílias desde a sua entrada na creche até à conclusão do Ensino Superior, onde também atribuímos uma bolsa de estudos.

Esperamos que, dentro de algum tempo, haja novas famílias instaladas em Mogadouro e que o nosso concelho seja reconhecido como um lugar de oportunidades.

 

No decorrer deste ano, o Município de Mogadouro atribuiu cinco mil euros às empresas por cada nova contratação sem termo. Este tipo de apoios pode ser um incentivo para a fixação de população no concelho?

Além desses cinco mil euros por cada novo posto de trabalho sem termo, o Município de Mogadouro assume o reembolso das despesas com a Segurança Social que a entidade empregadora tem com o novo funcionário, durante cinco anos. Em termos de apoios às empresas e de incentivos à empregabilidade, acredito que Mogadouro está na vanguarda das autarquias impulsionadoras da economia.

 

Para o futuro, o executivo pretende continuar a apostar em medidas que promovam a qualidade de vida dos seus cidadãos?

Sem dúvida. Foi essa a estratégia que estabelecemos para assegurar a sobrevivência e a continuidade do concelho e pretendemos manter-nos fiéis ao plano inicial: investir nos cidadãos, para que eles invistam em Mogadouro.

 

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