Mês do Coração: Diabetes
A Diabetes é uma doença em que existe excesso de açúcar no sangue. Segundo o Relatório Diabetes Factos e Números (edição 2016) 13,3% da população portuguesa tem diabetes. E aproximadamente 3,1 milhões de indivíduos está em situação de pré‐diabetes.
A diabetes ocorre quando o pâncreas não é capaz de produzir insulina em quantidade suficiente, e/ou quando a insulina não atua de modo eficaz.
Quando a insulina não atua o organismo entra em hiperglicemia, ou seja, a glucose acumula-se no sangue, deteriorando progressivamente os vasos sanguíneos.
A diabetes é uma doença complexa que exige um controlo constante por parte do paciente e que impacta a qualidade de vida. Em média, três quartos dos adultos com diabetes não tem um controlo suficiente da doença e não atinge o valor recomendado de HbA1c. Por isso, é imprescindível que as pessoas compreendam a informação que os medidores de glicémia proporcionam, como os seus hábitos afetam a sua glicemia e que saibam tomar ações.
Existem dois tipos de Diabetes:
Diabetes Tipo 1: É a menos vulgar e surge, geralmente, na infância e na adolescência. As células do pâncreas deixam de produzir insulina. Implica o tratamento com insulina, durante toda a vida.
Diabetes Tipo 2: É a forma de diabetes mais comum (9 em cada 10 diabéticos têm este tipo de doença). Associa‐se ao excesso de peso e obesidade. O pâncreas é capaz de produzir insulina. No entanto, hábitos alimentares e estilos de vida pouco saudáveis tornam o organismo resistente ao desempenho da insulina.
É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, mas devido à obesidade, é cada vez mais frequente entre os jovens.
A maioria dos casos trata‐se com uma dieta adequada e exercício e alguns tipos de comprimidos; mais tarde pode vir a ser necessária a administração de insulina. O objetivo do tratamento é o controlo da glicemia (quantidade de açúcar no sangue), do colesterol e da tensão arterial.
As segundas patologías associadas à diabetes 67,51% das pessoas com diabetes convive com uma segunda ou mais patologias, como por exemplo colesterol elevado (14,77%), o aumento de peso (11,6%) ou hipertensão arterial
(10,13%), entre outras. Estas outras patologias podem influenciar muito no controlo da diabetes.
Os especialistas consideram importante identificar precocemente a presença de patologias concomitantes e iniciar o tratamento adequado de forma precoce. Manter uma alimentação saudável, praticar exercício físico de forma regular, o abandono dos hábitos tabágicos e administrar de forma adequada os tratamentos farmacológicos ajudam a prevenir algumas destas patologias.
Carga emocional
As consequências emocionais da diabetes são muitas vezes imprevisiveis e preocupantes. A carga que devem suportar os pacientes e os cuidadores (casais, pais, filhos, etc.) demonstra que a diabetes pode ter consequências negativas em todo o ambiente familiar.
A um elevado número de pacientes assusta‐lhes as complicações a curto e a longo prazo relacionadas com as flutuações dos valores de glicémia que não controlam de forma adequada.
Quanto mais tempo se mantiverem no intervalo objetivo do controlo glicémico melhor será a saúde mental e emocional das pessoas com diabetes.
Impacto económico
Segundo o Relatório da Diabetes em 2015, os custos da diabetes correspondiam aprox. a 1% do PIB de Portugal ou 12% da despesa em saúde. 65% destes custos estão relacionados com complicações. Um controlo da glicemia mais eficaz leva a uma diminuição da incidência e dos custos relacionados com hospitalizações e complicações cardiovasculares.
A principal ferramenta para o controlo da glicemia capilar, considerada a tecnologia de referência e que representa o menor dos custos associadas à diabetes. Atualmente, existem no mercado outras tecnologias que não demonstraram ter um custo‐efetivo segundo os relatórios elaborados pelas agências de avaliação de tecnologias.