Saúde Feminina: Insuficiência Venosa

A insuficiência venosa é consequência de uma alteração estrutural do sistema venoso dos membros inferiores, em que as veias perdem a função de transportar o sangue venoso, já usado, para o coração.
Esta situação resulta no aparecimento de derrames, no aparecimento de varizes, e repercute-se na microcirculação, responsável pelas formas mais avançadas da doença (eczemas venosos, várias alterações da pele, flebites, hiperpigmentação e úlcera de perna).
A doença pode ter origem genética ou dever-se a um fator circunstancial.
Os fatores genéticos são responsáveis pela doença venosa primária, de início insidioso e com evolução relativamente lenta. Os fatores circunstanciais podem ser a trombose venosa profunda, traumatismos, terapêuticas hormonais femininas, a gravidez, e ainda um número considerável de fatores causais como a obesidade, o ortostatismo prolongado, a exposição excessiva ao calor, a obesidade, a obstipação, entre outros.
É desaconselhado o uso de calçado e vestuário apertados e o uso de sapatos rasos ou de saltos superiores a cinco centímetros. Desportos como ténis, voleibol, futebol, aeróbica e equitação também não são recomendáveis.
Em qualquer estádio da doença venosa é fundamental o exercício físico adequado, a contenção elástica eficaz, as medidas higieno-dietéticas e a medicação com venoativos.
A doença deve ser tratada desde o início, tentando, sempre que possível, eliminar os fatores de risco.
O diagnóstico faz-se, normalmente, através do exame clínico e da técnica ecográfica vascular. Atualmente, os tratamentos curativos são cada vez menos agressivos, os tratamentos paliativos são mais eficazes e os tratamentos preventivos mais frequentes.
Os medicamentos venoativos são de grande importância, uma vez que permitem uma maior elasticidade das veias, melhorando as condições circulatórias. Alguns atuam também na circulação capilar e, com ação anti-inflamatória específica das veias, aliviam a dor e evitam o aparecimento de flebites.
Em relação à contenção elástica, esta deve ser prescrita caso a caso (meia, meia até à raiz da coxa ou collant) e com tensão suficiente para reduzir os efeitos da pressão venosa nos membros inferiores.
A escleroterapia (secagem) e o laser transcutâneo estão indicados no tratamento das telangiectasias e varizes reticulares (varizes de pequeno calibre). Quando a indicação é correta e a execução efetuada com rigor tem excelentes resultados, não só no que respeita aos sintomas mas também no que se refere à estética.
Nas varizes mais volumosas, ou nas dependentes dos sistemas das safenas interna ou externa, a cirurgia é a única solução.
Nos estados iniciais, a cirurgia pode ser efetuada em regime ambulatório, sob anestesia local ou loco regional, por procedimento endovascular com laser através de fibra óptica ou por resseção das varizes com mini incisões cutâneas. Nas situações mais avançadas e mais graves, a cirurgia é mais complicada, requerendo anestesia geral ou intradural.
Cerca de um terço dos portugueses sofre de doença venosa crónica dos membros inferiores e cerca de dois milhões de mulheres portuguesas em idade ativa sofre de doença venosa.

Dicas recomendadas
• Praticar exercício físico, como seja caminhar, nadar, subir as escadas a pé
• Moderar o consumo de álcool, café e chá
• Não fumar
• Ter uma dieta equilibrada – parca em calorias e rica em fibra
• Evitar usar sapatos de salto alto
• Evitar altas temperaturas
• Elevar ligeiramente os pés na cama
• Concluir o duche com água fria nas pernas
• Evitar cruzar as pernas quando sentada
• Em viagens longas, não deixe de movimentar as pernas e os pés

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