Medicina e Arte: trajetória de Lídia Reis

Lídia Reis, Médica Coordenadora de Ginecologia-Obstetrícia nas clínicas CUF Miraflores e São Domingos de Rana, além de Diretora Clínica na CUF Miraflores, possui uma trajetória profissional marcada por conquistas e um compromisso com a saúde feminina. Em entrevista, partilhou com a Revista Business os desafios enfrentados ao longo da sua carreira, bem como as suas perspetivas sobre o futuro da medicina e o equilíbrio entre a sua carreira médica e a sua paixão pelas artes plásticas.

 

Lídia Reis

 

A formação de Lídia Reis começou no Hospital Garcia de Orta, onde concluiu a sua graduação na especialidade. Posteriormente, exerceu funções de coordenação em diversos contextos, incluindo o Hospital de Cascais, onde trabalhou na área de Senologia durante 11 anos. “Fui convidada, juntamente com vários colegas, para fazer parte dum projeto Hospitalar, com formação de várias unidades funcionais. Fui coordenadora da Unidade de Mama daquele Hospital, onde tive o prazer de desenvolver um trabalho do qual me orgulho muito”, relata.

Apesar do seu vínculo com o setor público, a médica acabou por aceitar um convite da CUF em 2017, ingressando na CUF Miraflores como coordenadora de Ginecologia-Obstetrícia. “Em 2018, fui nomeada diretora clínica. A partir daí, integrei a equipa da CUF Domingos de Rana como coordenadora de Ginecologia, após algum tempo”, explica. Lídia Reis acredita que as principais características necessárias para liderar equipas em Unidades de Saúde, são para lá da competência profissional, a capacidade de  trabalho em equipa, que nem sempre é fácil e capacidade de gerir conflitos. “Acredito que é essencial ter confiança na competência profissional das pessoas com quem trabalhamos, apostando na diferenciação, mas também olhar para o potencial do valor humano e individual de cada um.

Na CUF, a médica tem implementado estratégias de gestão que têm como objetivo garantir a excelência clínica  no atendimento aos pacientes. “No caso do Cancro da Mama, as doentes têm muitas fragilidades. É necessário uma equipa multidisciplinar, contando não só com Radiologistas, Oncologistas, Radioterapeutas, Cirurgiões Plásticos, entre outros, mas também com o apoio duma Psicóloga, uma Assistente Social  e  uma Enfermeira especializada que acompanha estas doentes no seu percurso de tratamento.

Além da sua carreira médica, Lídia Reis é reconhecida internacionalmente como uma artista plástica talentosa. A pintura surgiu de forma natural, sendo uma paixão desde a juventude. “A pintura tornou-se uma forma de libertação do stress do dia a dia da minha atividade médica,  que, por vezes, pode ser frustrante quando não conseguimos tratar os nossos doentes como desejaríamos. A arte ajudou-me a encontrar uma forma de libertar e transmitir os meus pensamentos e emoções para os outros.

Apesar da dificuldade em conciliar a medicina e a pintura, Lídia acredita que ambas a acompanharão para o resto da vida. “Acredito que a Arte me acompanhará sempre, tal como a Medicina. Somos médicos toda a vida, mesmo após a reforma, e penso que a Arte, de igual modo, será uma parte da minha essência”, sublinha.

Sobre a representatividade feminina, Lídia Reis reconhece que a mulher tem assumido um papel cada vez mais preponderante na sociedade. “Deixou de ser apenas mãe e companheira e passou a ser uma profissional, tal como os homens, afirmando-se cada vez mais na nossa sociedade. Isso traz vantagens e desvantagens. Para além de profissionais, somos também mães e esposas, temos múltiplas funções e responsabilidades na organização da família, mas também com uma forte sensibilidade para sentir o outro, que pode ser uma vantagem a nível profissional”.

Olhando para o futuro da Ginecologia-Obstetrícia, acredita que a subespecialização e o desenvolvimento científico serão fundamentais. “Já não estamos na época do médico que fazia de tudo um pouco. Isso está ultrapassado e as unidades de saúde já reconheceram essa realidade. Por isso, devemos apostar na subespecialização”, afirma.

Assim, a trajetória de Lídia Reis não se limita a marcos profissionais, mas é um testemunho de dedicação, inovação e paixão tanto na medicina quanto nas artes, exemplificando o potencial humano para a excelência em múltiplos domínios da vida.

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