Inovação farmacêutica: mais anos de vida saudável
A Janssen é a companhia farmacêutica do maior grupo de cuidados de saúde do mundo: a Johnson & Johnson. A empresa tem investido em Portugal de uma forma contínua e de forma mais incidente recentemente. “O nosso maior objetivo é fazer a diferença na vida dos doentes e contribuir para mais anos e qualidade de vida”: quem o diz é Filipa Mota e Costa, que nos concedeu esta entrevista.
Poderíamos começar por uma breve apresentação da Janssen enquanto companhia farmacêutica. Qual a sua grande missão e que valores caracterizam a sua atuação em todo o mundo?
A Janssen é a companhia farmacêutica do maior grupo de cuidados de saúde do mundo: a Johnson & Johnson.
Como tal, tem uma responsabilidade acrescida no desenvolvimento de tratamentos inovadores que dêem resposta às necessidades médicas não preenchidas e em garantir um uso e um acesso apropriados a estes tratamentos, para que os doentes e a sociedade deles beneficiem.
Acreditamos convictamente no impacto positivo que podemos gerar na comunidade, na responsabilidade que temos para com os profissionais de saúde, para com os doentes e suas famílias e no desenvolvimento profissional e pessoal dos nossos colaboradores. Estes valores são parte do Credo da Johnson & Johnson criado em 1943 e são essenciais para o sucesso da missão a que nos propomos.
Quando e em que contexto a Janssen entrou no mercado português? E que balanço podemos fazer da presença desta companhia farmacêutica no nosso país?
A Janssen está em Portugal há 35 anos. Desde 1983 que temos vindo a fazer a diferença na vida de milhares de doentes. E esse é o melhor balanço que podemos fazer: quantas empresas contribuem para vidas mais saudáveis, mais longas e mais felizes?
Somos hoje uma das maiores empresas farmacêuticas em Portugal e, das 20 maiores do setor, aquela que regista maior crescimento. Sendo uma companhia totalmente dedicada à inovação terapêutica, este crescimento significa que há mais doentes em Portugal que têm beneficiado de novas respostas e terapêuticas inovadoras.
Este impacto será particularmente evidente agora que conseguimos que Portugal voltasse a ser considerado um país prioritário para a área de Investigação e Desenvolvimento da Johnson & Johnson, que se corporiza numa nova unidade de ensaios clínicos e para a qual já recrutámos os primeiros colaboradores. Os ensaios clínicos são uma enorme mais valia para o país: para doentes – por permitirem um acesso precoce a terapêuticas mais inovadoras; para os médicos/investigadores – por se manterem atualizados em termos científicos; e para os hospitais enquanto fonte de receita e poupança gerada.
Além do benefício para os doentes, a presença da Janssen em Portugal tem também um balanço muito positivo do ponto de vista económico e social. Hoje, somos mais de 160 colaboradores, dos quais 90 por cento com formação superior. Continuamos a criar todos os anos novos postos de trabalho, o nosso programa de estágios regista uma taxa de integração superior a 70 por cento e temos condições que permitem que mais de vinte dos nossos colaboradores, estando sedeados em Portugal, cumpram funções internacionais.
Quais as vossas áreas de especialidade? E por que razão a Janssen optou por se circunscrever a estes focos de intervenção em particular?
A Janssen já desenvolveu múltiplas terapêuticas que têm feito a diferença de forma significativa na vida dos doentes, contabilizando mais de 80 medicamentos, 11 dos quais figuram na lista de fármacos essenciais da Organização Mundial de Saúde.
Atualmente, estamos focados em áreas terapêuticas consideradas prioritárias pela Organização Mundial de Saúde: Oncologia, Imunologia, Infecciologia e Neurociências. Recentemente estendemos a nossa área de intervenção à Hipertensão arterial pulmonar ao adquirirmos a Actelion. Em todas elas fazemos a diferença.
A Janssen assume-se como uma empresa que procura a inovação, incentivando a investigação e o desenvolvimento científico através de parcerias com os mais variados agentes, sejam eles outras empresas, laboratórios ou instituições de ensino. Quais são os principais parceiros da Janssen em Portugal?
Costumamos dizer que colaboramos com o mundo para a saúde de todos porque a inovação é mais facilmente gerada se em parceria. Parcerias para encontrar soluções para os doentes, para impulsionar o avanço da medicina e contribuir para políticas que promovam o bem-estar das comunidades. Estamos à procura das boas ideias, estejam elas onde estiverem. O nosso posicionamento é de total abertura e de colaboração com os hospitais, com as Universidades, os centros de investigação, empresas de biotecnologia e restante indústria farmacêutica, entre outros parceiros.
Em Portugal, em particular, temos parcerias com a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade Católica, o grupo Lusíadas e a Médis – que são nossos parceiros na incubadora para a saúde Healthcare City – entre outras.
Inauguraram recentemente as novas instalações em Portugal. Quais as mais-valias que este espaço trará?
O investimento na nova sede sinaliza a aposta no reforço da presença em Portugal. Queremos estar com Portugal para toda a vida e por isso estamos agora num edifício com espaço para crescer, moderno e tecnológico, construído e decorado com materiais nacionais e com referências ao nosso país. Um edifício que oferece melhores condições de trabalho, mais ergonómicas e que proporcionam maior bem-estar dos colaboradores, e que simultaneamente espelham a consciência ambiental da companhia ao apostarmos na diminuição do consumo de água, de gastos de energia e de emissões de carbono.
Que leitura nos pode fazer do atual estado do setor farmacêutico no nosso país? E quais os principais desafios que as empresas encontram no panorama nacional?
O sector farmacêutico foi o que mais contribuiu nos últimos anos para a sustentabilidade do setor da saúde em Portugal. Mas o nosso impacto na economia poderia ser consideravelmente maior. Temos as grandes multinacionais com operações em Portugal e bastaria melhorar algumas condições para que o país fosse mais atrativo a um maior investimento, sejam centros de serviços, produção ou ensaios clínicos. O potencial para a economia do país é enorme.
É necessário um ambiente mais favorável para o setor. Atualmente, o nível da dívida hospitalar ou a demora no acesso a terapêuticas inovadoras estão longe dos parâmetros europeus e não ajudam à captação de investimentos para Portugal. Fazemos a diferença na vida dos doentes, mas podíamos fazer maior diferença na vida de todos os portugueses.
Considera que os incentivos e apoios proporcionados pelas entidades governamentais – em Portugal e noutros países desenvolvidos – à investigação científica têm sido adequados?
Portugal tem de apostar mais em ensaios clínicos e investigação, seja pelo valor que trazem para os doentes, pela poupança hospitalar que significam, pelo impacto económico que geram, ou pela criação de emprego altamente qualificado que representam, é uma aposta de alto retorno para o país
A nossa nova unidade de ensaios clínicos resulta de um esforço considerável de vários anos para que Portugal voltasse a ser país prioritário para I&D da Johnson & Johnson.
As autoridades em Portugal têm estado mais despertas para este tema. Há boa vontade, falta concretizar. Em particular nos hospitais têm de ser criadas condições para que possam realizar os ensaios clínicos com a qualidade e agilidade que concorram ao mais alto nível europeu.
Um dos grandes valores que a Janssen defende é a importância de garantir que os pacientes se encontrem devidamente informados e munidos de poder de decisão. De que forma a empresa contribui, no dia-a-dia, para o alcance deste objetivo?
A Janssen acredita que cada vez mais o mundo dos cuidados de saúde será constituído por doentes informados que querem ter acesso ao melhor tratamento disponível. É nessa senda, potenciando a partilha de expertise, que trabalhamos todos os dias. Em parceria com múltiplos organismos e entidades, com a associações de doentes, apostando na educação médica, na sensibilização da população para a importância da prevenção e do diagnóstico, bem como para um maior conhecimento geral das terapêuticas hoje existentes e da importância da inovação.
Estamos empenhados em trabalhar centrados no doente, para tratar, curar, evitar e prevenir algumas das doenças mais impactantes da nossa era. E isso só será possível com informação e poder de decisão.
A Filipa é uma mulher num mundo de homens? Como lida com essa realidade?
Tenho o privilégio de trabalhar numa companhia onde o mérito vem antes do género. E por isso vejo com muita naturalidade mulheres a assumirem lugares de destaque na empresa. Seja a nível da direção em Portugal, seja a nível internacional.
Na Janssen Portugal, cerca de 60 por cento dos nossos colaboradores são mulheres, têm as mesmas oportunidades que um homem e para a mesma função igual salário. Gostaria que fosse assim em todos os sectores e em todos os países.
E que mais-valias acredita trazer à instituição ao liderar no feminino?
Gostaria de trazer “Sensibilidade e bom senso” – mais que o título de um livro, são duas mais valias para qualquer empresa que uma liderança pode imprimir.
Gostaria que os nossos colaboradores sentissem em pleno o valor do seu trabalho, que isso os orgulhe e que encontrem na Janssen as condições para se realizarem enquanto pessoas. É o que procuro incutir com a minha equipa de liderança.
Que previsões, objetivos e ambições reserva a Janssen?
O nosso maior objetivo é fazer a diferença na vida dos doentes. Dar-lhes esperança e contribuir para mais anos e qualidade de vida. É daí que resulta a nossa ambição de crescer, pois sabemos que significa que mais doentes em Portugal são tratados com a melhor inovação. Mas significa também que estaremos a criar emprego altamente qualificado e oportunidades de desenvolvimento para quem trabalha connosco.