Dia Mundial das Doenças do Movimento
A Sociedade Internacional da doença de Parkinson e outras Doenças do Movimento (MDS) elegeu o mês de novembro como o mês da consciencialização sobre as Doenças do Movimento e o dia 29 de novembro, dia do nascimento do neurologista Jean-Martin Charcot, Dia Mundial das Doenças do Movimento.
As Doenças do Movimento são um grupo de doenças neurológicas que se manifestam por alterações específicas do movimento do corpo. Caracterizam-se por lentidão ou pobreza de movimentos; por movimentos involuntários, exagerados, como tremor, distonia, coreia, tiques ou mioclonias; ou por incoordenação dos movimentos, sendo que diferentes manifestações coexistem frequentemente numa mesma doença.
As doenças do movimento mais frequentes são a doença de Parkinson, afetando cerca de 1-2% das pessoas após os 65 anos de idade e o Tremor Essencial. Entre outras doenças menos frequentes, mas associadas a elevada incapacidade, encontram-se os Parkinsonismos Atípicos, como a Paralisia Supranuclear Progressiva, a Atrofia Multissistémica ou a Demência de Corpos de Lewy, as Distonias, a doença de Huntington e outras coreias, as Ataxias Cerebelosas e as Paraparésias Espásticas. No seu conjunto, as doenças do Movimento representam um grupo de doenças relativamente frequente e associado a incapacidade significativa.
Apesar do importante impacto das Doenças do Movimento para o doente, família e para a nossa sociedade, existe ainda um elevado grau de desconhecimento das queixas clínicas associadas a cada doença e dos tratamentos disponíveis, assim como um atraso na referenciação atempada para neurologistas especialistas em Doenças do Movimento.
A Sociedade Portuguesa de doenças do Movimento junta-se assim à celebração do dia 29 de novembro como Dia Internacional das Doenças do Movimento, de forma a contribuir para aumentar o conhecimento sobre as doenças do Movimento, sobre a possibilidade e necessidade de orientação por neurologistas e outros profissionais de saúde especialistas em Doenças do Movimento e consciencializar a nossa sociedade relativamente às necessidades específicas dos doentes.
Doença de Parkinson vai aumentar em Portugal
A doença de Parkinson afeta quase 20 mil portugueses e vai aumentar com o envelhecimento da população.
Apesar de a doença ser progressiva e de ainda não se poder travar o seu curso, existem vários medicamentos que aliviam de forma significativa as queixas dos doentes. Em fases mais avançadas da doença, parte dos doentes podem adicionalmente ter indicação para tratamentos avançados, como a Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS), que consiste no implante de um dispositivo que estimula núcleos específicos no cérebro, ou a administração dos fármacos de forma alternativa, subcutânea ou em gel intestinal. Estes tratamentos avançados, disponíveis em Portugal, estão indicados quando a resposta aos medicamentos se torna irregular e visam estabilizar o dia dos doentes, permitindo uma resposta terapêutica mais mantida ao longo do dia.
Nos últimos anos, várias centenas de doentes em Portugal recuperaram autonomia e mobilidade através da DBS e outros tratamentos Avançados, que trouxeram melhorias significativas na qualidade de vida dos doentes.
Atualmente, há várias unidades de saúde públicas e privadas em Portugal com a especialidade de Doenças do Movimento, subespecialidade da Neurologia, às quais os doentes devem recorrer para orientação e acesso ao tratamento que necessitam.