Deixe-se levar pelo trilho da Levada de Víbora

Num mundo onde predomina o ruído, o silêncio será o seu melhor amigo e o único a fazer-se “ouvir” neste percurso. A Revista Business apresenta-lhe um caminho encantado. Desfrute da natureza minhota!

À margem do rio Tâmega, encontra-se Cabeceiras de Basto, um dos mais antigos e históricos concelhos da região do Minho. Trata-se de uma terra que, apesar de antiga, soube desde sempre preservar a sua paisagem, bem como o seu património, tão vasto e rico, repleto de mundos por descobrir.
No entanto, “ao fim de dois anos a vivermos com esta pandemia assistimos à crescente procura de experiências em contexto de Natureza que, de alguma forma, incorporem uma componente diferenciadora e identitária”, começa por afirmar Francisco Alves, o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto que acrescenta ainda que “quisemos com o lançamento desta Experiência da Levada de Víbora relevar o melhor do Município no que ao património natural, cultural, gastronómico e patrimonial diz respeito”.
De facto, após tanto tempo circunscritos às nossas próprias casas, nada melhor para os amantes da natureza do que este projeto.
De forma sucinta, a Levada de Víbora começa o percurso circular ascendente na zona de Lazer da Barragem do Oural, na freguesia de Abadim, passa pelo núcleo de Moinhos de Rei, pela zona de Lazer da Víbora, em pleno espaço de Natureza, por entre um bosque de pinheiros bravos, carvalhos, castanheiros e madressilvas. Na subida para aquela que é a aldeia mais pequena, denominada Porto D’Olho, o destaque vai para o miradouro natural localizado no Outeiro da Varela, cujas vistas para a serra e para o serpenteado do cultivo são de “cortar a respiração”.
No fundo, ao longo deste caminho, vai entrar em contacto com a natureza e com aquilo que este concelho tem para oferecer.
Falamos de um percurso de cerca de 11 km onde poderá vislumbrar os canais de regadio tradicional, os moinhos de água mandatados por D. Dinis e ainda desfrutar de áreas de lazer junto à margem da estrada, ideais para organizar piqueniques e conviver em família ou com amigos. Sem esquecer a fauna e a flora locais, presentes a cada passo dado.
Esta iniciativa enquadra-se no âmbito da Minho Tourism Design Experience, levada a cabo pela Comunidade Intermunicipal do Ave em parceria com o Município de Cabeceiras de Basto. Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, são os responsáveis pelo financiamento do projeto, sem a ajuda dos quais nada seria possível.

A colocar no roteiro de visita
A par desta experiência turística, juntam-se muitos outros locais de paragem obrigatória no concelho.
A título de exemplo, o Mosteiro de São Miguel de Refojos é classificado como “a jóia do barroco português” e a sua origem remonta ao ano de 1122. Este é o único dos 29 mosteiros da Ordem Benedita existentes em Portugal que possui um zimbório.
Por outra via, o Núcleo Museológico de Arte Sacra foi inaugurado a 20 de dezembro de 2008 e está instalado na antiga sacristia e antessacristia do Mosteiro referido anteriormente. Neste espaço expõe-se várias peças de arte religiosa e inegável valor histórico.
A Casa de Lã de Bucos é, inclusive, um ponto de interesse a ter em consideração já que é neste local que todas as quintas-feiras à tarde se reúnem cerca de dez mulheres que possuem um gosto em comum: a lã.
É em Cabeceiras de Basto que se localiza também o maior espigueiro do Minho. Possui sensivelmente 29, 40 metros, está dividido em 11 quarteirões irregulares e tem capacidade para, aproximadamente, 30 carros de milho.
No que concerne à gastronomia local, as especialidades passíveis de serem encontradas em alguns restaurantes são a carne de vitela, os enchidos, os rojões à moda do Minho, as papas de sarrabulho e o bacalhau com batatas a murro. Pode escolher uma destas iguarias e acompanhar com os vinhos verdes da região.

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