“Comércio de proximidade”

Carla Esteves, Diretora Executiva da Unimark e Sociedade Aqui é Fresco, em conversa, enumera os pilares para o futuro da rede.

Carla Esteves, Diretora Executiva

Na convenção da rede Aqui É Fresco, realizada em maio deste ano, faturaram 4,7 milhões de euros. Qual é o balanço que faz deste evento?  O que representa, para vocês, atingir este recorde?

A convenção anual de maio deste ano e subordinada ao tema “Aqui queremos um Futuro + Sustentável”, pautou-se por uma adesão massiva de fornecedores, parceiros e aderentes, cuja faturação superou, largamente, os valores das últimas edições, pelo que, o balanço foi francamente positivo.

Acreditamos que este valor recorde foi uma consequência natural da boa organização, onde, à qualidade dos stands, produtos inovadores, oferta disponibilizada e preços especiais, se juntou o apoio inequívoco dos cash&carry que compõem a rede.

Após uma pausa forçada de dois anos, devido à pandemia, o regresso ao formato presencial, a par do sucesso deste reencontro, veio relembrar e reforçar, a força e pertinência desta rede de comércio independente em Portugal.

 

O conceito da vossa rede de supermercados passa por um “consumo de proximidade”. Em poucas palavras, o que é que isto significa? Explique o que faz desta, uma marca única no mercado e porque é que os consumidores a devem escolher.

São vários os fatores que fazem da nossa rede, uma marca única no mercado:

  • A população, em Portugal, está a envelhecer, originando problemas de mobilidade. Estamos perto de casa, fazemos entregas ao domicílio num circuito mais próximo;
  • Temos uma oferta de produtos adequada à respetiva clientela, em cada localidade, em cada rua e em cada bairro;
  • Somos capazes de ser competitivos, por vezes com preços tão ou mais baratos que nas grandes superfícies, e contamos com o apoio dos cash&carry da rede Unimark;
  • Numa altura em que os frescos e perecíveis estão a desenvolver-se a um ritmo significativo, somos a solução para apresentar uma oferta especializada de um grupo de produtores, transversais em todo o país;
  • Resumidamente, trabalhamos em conjunto, para a rentabilidade de todos.

 

 

Considera que a digitalização é um dos maiores desafios que as empresas atravessam neste momento? De que forma é que as ferramentas tecnológicas podem aumentar o lucro dos supermercados, em geral, e da vossa rede, em particular?

Muito embora, o facto de sermos muitos, nos favoreça em vários aspetos, a nossa missão é também preparar todos os pontos de venda para mais este importante passo, pois a curva crescente de vendas on-line, já representa uma realidade, também no sector alimentar.

Já há algum tempo que temos vindo a trabalhar este tema, pelo que, o mais difícil está ultrapassado! Sensibilizar a classe de empresários do sector em relação à importância deste canal de vendas, a atualização dos softwares adequados e que contemplem a medição dos KPI’s mais adequados para podermos tomar as decisões de marketing mais acertadas, e, com a ajuda dos nossos fornecedores, a compilação das imagens de todas as referências que comercializamos.

O futuro aponta para um misto de canais, com vista à otimização do negócio. Com a evolução do comércio digital, a loja física vai ter de se reajustar.

Acreditamos estar em muito pouco tempo, com uma elevada percentagem de lojas a disponibilizar vendas on-line.

 

Sabemos que estão, igualmente, atentos à questão da sustentabilidade. Nesse sentido, que tipo de medidas têm implementado? Tendo este tema em consideração, sente que os hábitos dos consumidores também estão a mudar?

A sustentabilidade é uma prioridade para nós. Por isso, temos estado a trabalhar para reduzir o impacto ambiental em toda a cadeia de valor, incentivando boas práticas dentro da empresa. Por exemplo, ao nível de consumíveis implementámos a eliminação do uso de plástico e reduzimos muito a utilização de papel. A reciclagem de plásticos, papel e cartão, vidro e de outros materiais é fundamental, mas não chega. E, por isso mesmo, temos defendido junto dos nossos associados a necessidade de adoção de medidas e comportamentos que ajudem as suas empresas na redução das emissões de CO2, associadas aos processos logísticos.

 

Como é que olha para o futuro do retalho alimentar, tendo em conta a conjuntura económica que atravessamos atualmente com o aumento da inflação? Acredita que o preço dos produtos será, cada vez mais, um fator determinante para os consumidores?

O ano de 2023 adensará alguns graus de incerteza, não só devido à inflação, que nos alimentos está a ser quase o dobro da média nacional, como no aumento dos custos de energia que, para muitas empresas, triplicaram. Temos, pois, de reforçar os aspetos positivos que conseguimos durante o período da pandemia, em que um grande número de consumidores voltou a valorizar o comércio de proximidade e reforçar a aposta no desenvolvimento e afirmação da nossa marca própria UP.

Alguns estudos revelam que o volume das cestas de compras dos portugueses, é o menor dos últimos quatro anos, acreditamos, pois, que o preço está a ser determinante na escolha dos consumidores. Paralelamente, o crescimento continuo e acelerado das marcas de distribuição é demonstrativo da necessidade de controlar os gastos.

Em consequência, acreditamos que o mercado aponta, cada vez mais, para uma alteração no consumo e os associados têm de ter uma marca própria que responda a essas mesmas necessidades.

Por essa razão, em fevereiro de 2022, a Unimark assumiu a gestão da nossa marca própria UP, com o único propósito de prestar um melhor serviço aos nossos aderentes e associados, bem como, aos nossos fornecedores e parceiros de negócio.

Acreditamos, pois, que mais do que nunca, o comercio de proximidade irá alavancar e ajudar a promover a Marca Própria-UP, pois são ambos movidos pelos mesmos valores – Qualidade, Preço, Confiança, Segurança, Conveniência, Empatia e Proximidade – gostando de estar perto dos consumidores.

 

Contam já com 11 anos no mercado e mais de 700 lojas distribuídas por todo o país. O futuro passa por continuar este processo de expansão e garantir um atendimento personalizado e de qualidade aos vossos clientes?

O nosso futuro passa por quatro pilares, bem identificados e com os quais estamos altamente comprometidos:

  • O Serviço de Excelência. Estamos focados no desenvolvimento e consolidação da nossa marca UP, do nosso Cartão de Fidelização AeF e na performance dos nossos folhetos quinzenais;
  • Aumentar o número de lojas Aqui é Fresco com a nossa imagem corporativa para atingirmos uma maior notoriedade da rede;
  • Digitalização. O novo normal, e perante consumidores cada vez mais exigentes, é importante incorporar a tecnologia no nosso dia a dia. As nossas redes sociais são exemplo disso e, por isso, estamos empenhados em manter a sua atualização diária com, por exemplo, receitas que ajudam todas as famílias portuguesas a poupar e inovar;
  • E, por último, mas não menos importante, a Sustentabilidade. Acreditamos que as empresas têm um papel fundamental na construção de uma sociedade saudável e próspera, à qual se exige uma maior aposta no desenvolvimento sustentável a longo prazo.

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