Bial espera vendas de cinco milhões com novo medicamento nos EUA

António Portela, CEO da Bial // Fotografia: Diana Quintela/Global Imagens

Ongentys, o medicamento para o Parkinson desenvolvido pela farmacêutica Bial, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), o regulador do mercado farmacêutico norte-americano. O medicamente vai estar à venda nos Estados Unidos, o “maior mercado mundial”, com cerca de um milhão de doentes de Parkinson.

 

Aprovado pelas autoridades europeias em 2016, o medicamento, cujo princípio ativo é a Opicapona e que tem o nome comercial de Ongentys, é já tomado por cerca de 32 mil doentes em Portugal, Alemanha, Espanha, Itália e Reino Unido. O objetivo é estender a presença no tratamento de Parkinson a Áustria, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Suíça. Entre 2020 e 2021, a Bial espera ainda introduzir o Ongentys na Coreia do Sul e no Japão, sendo que neste último país tem já um parceiro local desde 2013, mas as autoridades japonesas exigiram a realização de ensaios adicionais na população japonesa, antes da submissão do dossier de aprovação.

A Europa tem 1,2 milhões de doentes de Parkinson, dos quais 50 mil são portugueses. No mundo, são seis milhões. Ao contrário da Europa, onde optou pela comercialização direta dos seus medicamentos, criando filiais para o efeito, nos Estados Unidos, a Bial quis encontrar um parceiro americano antes de submeter o dossier à aprovação da FDA. O acordo com a Neurocrine Biosciences data de fevereiro de 2017, tendo o dossier sido submetido às autoridades americanas um ano depois, sendo agora autorizada a comercialização. Este é o segundo medicamente criado de raiz pela farmacêutica Trofa que irá estar à venda nos EUA, a par do Zebinix, para o tratamento da epilepsia.

Questionado sobre o arranque efetivo das vendas e as perspetivas de negócio no mercado norte-americano, António Portela, CEO da Bial, reconhece que a decisão cabe à Neurocrine e lembra que os Estados Unidos vivem uma situação “bastante preocupante” ao nível da pandemia de Covid-19. É provável, por isso, que este ano seja “relativamente pequeno”, mas, ainda assim, é esperado um impacto à volta dos cinco milhões de euros já este ano. “Esta aprovação era dos objetivos mais importantes que tínhamos para 2020”, revela. Quanto ao futuro, tudo dependerá da aceitação do mercado, que vale quase 800 milhões de dólares, a este novo produto. “Temos cenários preparados, tudo dependerá de como for o desenvolvimento do mercado, mas não queremos, para já partilhá-los”, frisa António Portela.

 

Fonte: Lusa

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