30 anos de ensino prático

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Paulo Barros Trindade, presidente da Escola Profissional de Odemira (EPO), que nos explicou a dinâmica prática desta instituição.

Apresente a EPO.
A escola faz este ano 30 anos e inclui-se nas primeiras escolas profissionais que surgiram no país. Era uma necessidade para o concelho, porque não havia nenhuma estrutura dinamizadora deste género. As empresas da região estão envolvidas no projeto desde a sua génese; hoje, a própria escola pertence a um grupo empresarial, o Centro Escolar e Empresarial do Sudoeste Alentejano. A formação dos estudantes é feita em contexto empresarial, o que é uma mais-valia porque trabalham desde cedo a parte prática. Temos um edifício com empresas a funcionar e, inclusive, um espaço dedicado a startups, onde os alunos podem iniciar a sua atividade empresarial. A escola tem outras valências, como o Centro de Formação, com a formação de ativos, em horário noturno.

Cursos Profissionais – Nível IV [Diploma do Ensino
Secundário (12º ano) + Certificado de Qualificação
Profissional]
Técnico de Animação Sociocultural
Técnico de Ação Educativa
Esteticista
Manutenção Industrial – Eletromecânica
Técnico de Comércio
Restaurante e Bar
Cozinha e Pastelaria
Produção Agropecuária

Cursos de Educação e Formação – Nível II
[Diploma do Ensino Básico (9º ano) +
Certificado de Qualificação Profissional]
CEF – Empregado de Restaurante e Bar
CEF – Operador de Máquinas Agrícolas

Quantos alunos tem a EPO e qual é a percentagem de empregabilidade?
Atualmente temos 260 alunos e uma empregabilidade que ronda os 100 por cento. Há dois anos foi a segunda melhor escola profissional do país em termos de taxa de conclusão do curso. A maior parte dos nossos alunos fica a trabalhar em território nacional, em Odemira ou no Algarve.

Qual é a área territorial que a escola abrange e qual é a diversidade de alunos?
Trabalhamos este “cantinho sul” do país, que engloba parte do Litoral Alentejano, alguns concelhos da Costa Vicentina, outros do Algarve, assim como do Baixo Alentejo. Em termos de diversidade de alunos, a escola reflete a realidade do concelho, que tem cerca de oito mil trabalhadores agrícolas estrangeiros. Este ano temos 17 nacionalidades na nossa escola.

Ainda se considera que as escolas profissionais apenas acolhem jovens que não se integram no ensino regular ou que não querem estudar?

Essa ideia mudou, há 10 anos tínhamos alunos que vinham para cá com 18 anos e com várias retenções na escola pública, hoje, somos a primeira escolha. Os jovens agora sabem que este tipo de curso os coloca imediatamente no mercado de trabalho; o que se verifica, porque são logo procurados pelas empresas. Também podem ingressar no ensino superior, caso entendam e como já aconteceu várias vezes com alunos nossos.

A EPO vai ter várias novidades ao longo do ano. Quais os projetos que destacaria?
Tencionamos ter maior abrangência em termos de território, porque a região sul tem poucas escolas e a nossa oferta é praticamente inexistente. Ambicionamos fortificar a ligação com o tecido empresarial, envolvendo as empresas locais – não só nos estágios, mas no dia-a-dia da formação –. O grande projeto para este ano é a reabilitação das nossas instalações.
Recentemente desenvolvemos uma parceira com o Instituto Superior de Gestão e, em outubro, vamos abrir uma pós-graduação em gestão de territórios de baixa densidade. Vai ser em sistema de b-learning, o que permite que pessoas de outras localidades possam fazer o curso aqui.

 

 

 

 

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