Velas de São Jorge | Açores: um lugar onde cada vez mais se gosta de estar e viver
Luís Silveira, o Presidente de Câmara reeleito para um terceiro mandato à frente da autarquia de Velas, em entrevista à Revista Business Portugal, fala de alma e coração nos grandes feitos que considera ter alcançado, juntamente com a sua equipa, ao longo dos último oito anos. Com os olhos no futuro, vê o sector do turismo como um grande motor de desenvolvimento para o concelho.
Desde 2013, na função de Presidente da Câmara Municipal de Velas, seu concelho natal, e reconduzido ao cargo em 2017 e 2021, têm sido oito anos de grandes desafios e conquistas?
Sim, têm sido oito anos de muito trabalho, não só do Luís Silveira, mas também da equipa que me tem acompanhado neste projeto de desenvolvimento do concelho de Velas, sendo que não tenho nenhuma dúvida que, hoje, temos um concelho melhor do que aquele que tínhamos há oito anos. Têm sido muitos os desafios e as conquistas, mas efetivamente hoje sinto que as pessoas gostam cada vez mais de viver neste concelho, onde são cada vez mais as que nos procuram para cá residir, mesmo com o flagelo da demografia que nos assola, algo que vem ao encontro do que vai acontecendo um pouco por todo o Arquipélago, pelo interior do País e até na Europa Ocidental.
Para além de ser um filho da terra, já desempenhou diversas funções no Município, entre elas Diretor da Santa Casa da Misericórdia de Velas e Diretor da Associação dos Bombeiros Voluntários de Velas. Um conhecimento profundo do Município que se assume uma mais-valia nas funções que exerce?
Independentemente das funções que desempenho na autarquia, na qualidade de Presidente, a verdade é que sempre fui uma pessoa ativa na sociedade, participando e contribuindo da melhor forma, com as nossas instituições, nas mais variadas vertentes. Considero que as instituições, quer sejam de caráter Social, Cultural, Desportivo ou Recreativo, são no fundo a essência do nosso concelho.
Como costumo dizer, um concelho sem instituições é um concelho sem vida e sem dinâmica. Esse é o meu entendimento desde muito cedo e, por isso, tenho este conhecimento daquilo que é a realidade de todo o concelho, não só por essa participação nas instituições onde já desempenhei funções e naquelas onde ainda desempenho, mas também naquelas onde nunca tive funções nos seus corpos sociais, mas que no fundo fui conhecendo na qualidade de Deputado Regional no Parlamento dos Açores, durante cinco anos, bem como 12 anos de Presidente de Junta de Freguesia e, por inerência, membro da Assembleia Municipal de Velas. Considero, portanto, ter uma grande proximidade para com as nossas instituições e uma noção muito clara da sua realidade.
A resiliência e a capacidade de nos adaptarmos a imprevisíveis cenários ou transformações têm sido valores presentes na gestão das autarquias. É importante enquanto Presidente transmitir essa segurança aos munícipes?
Eu penso que a população, de uma forma generalizada, vê no Presidente da autarquia alguém que transmite segurança e a resiliência necessária para enfrentar os desafios, os constrangimentos e obstáctulos que possam surgir no dia a dia de um concelho, por inerência nas instituições e na população, de uma forma generalizada, sentindo que veem no Presidente de Câmara um pilar, alguém em quem as pessoas sentem a confiança de ser o homem ou a mulher da linha da frente que ajudará o nosso concelho a ultrapassar essas dificuldades, com a dinâmica e prontidão necessárias.
Tento ser uma pessoa positiva transmitindo, em primeira mão, ao executivo e aos colaboradores da autarquia, que somos e devemos ser o exemplo dessa resiliência, da dinâmica e da determinação, criando na população o conforto de saber que, deste lado, existem pessoas que estão a trabalhar para os ajudar e ajudar o concelho a ultrapassar os desafios que são mais que muitos todos os dias. É preciso ter essa capacidade e essa determinação, mas é preciso sobretudo transmitir essa esperança e conforto à população de forma universal.
Neste novo ciclo autárquico, e tendo em conta a crise social que o país e o mundo atravessam, o executivo enfrenta novos desafios. Quais serão as maiores e principais apostas neste novo ano que se avizinha?
O nosso trabalho é feito com base num projeto, no caso em apreço, num projeto político e autárquico para quatro anos, num mandato que agora se iniciou. Tenho tido sempre a postura que cada mandato é um mandato novo e, portanto, aquilo que é o projeto para um mandato é algo que tento ver cumprido no final do mesmo. Neste princípio e perspetiva, o que posso dizer é que temos um programa eleitoral para desenvolver durante quatro anos que tem, para além da componente do investimento, sobretudo por via do que será o novo Quadro Comunitário de Apoio, uma forte componente social, com destaque para o apoio aos idosos por via do SOS Idoso, o aumento do valor das Bolsas de Estudo e o apoio à Natalidade. Um programa que pretende apoiar as instituições e o sector empresarial que se ressentiu com a pandemia, sobretudo a parte do sector que vive duma forma mais direta do Turismo, um dos pilares da nossa sustentabilidade em termos económicos, continuando a não cobrar derrama às empresas, a cobrar o IMI pelos mínimos e a ser um ou até o concelho dos Açores com a menor carga fiscal para as famílias, empresas e instituições.
A Ilha de São Jorge, à qual pertence o Município de Velas, é uma das paragens obrigatórias quando se visita os Açores. O retorno à “normalidade turística” é um dos principais investimentos futuros?
A Ilha de São Jorge e, em particular o concelho de Velas, ainda tem como seu principal pilar a agropecuária, por via da produção de leite que culmina com a produção do Queijo de São Jorge – DOP, com mais de 500 anos de História e que denominamos como a nossa “Joia da Coroa”, a base da nossa sustentabilidade económica. Contudo, a verdade é que o Turismo é um sector em franco desenvolvimento e, como tenho por hábito dizer, ter mais turistas na Nossa Terra, é ter mais população flutuante, em suma e por essa via é ter mais pessoas a consumir aquilo que de melhor temos e produzimos, ou seja, o nosso pescado, marisco, a nossa carne, o nosso queijo, levar o nosso artesanato, entre outros. É portanto, o sector que mexe com todos os outros sectores, sendo por isso a aposta forte que temos tido na promoção do concelho, através da marca registada “Velas, Capital do Queijo”, que tem surtido efetivamente frutos e que é uma aposta para continuar. É nosso entendimento que o sector do Turismo pode ser aquele que ajudará todos os outros sectores. É um trabalho a manter com a expectativa de que vamos continuar a crescer no sector, até porque diria que São Jorge, sendo a mais central dos Açores, é a Ilha em que mais se tem a noção real de Arquipélago, a qual é ladeada por cinco ilhas. Temos também esta beleza em termos de destino de natureza, sobretudo devido àquilo que é o nosso ex-libris: as Fajãs – Reserva da Biosfera, com uma gastronomia fortíssima, coroada com o Queijo de São Jorge – DOP e, portanto, temos expectativa forte na retoma do sector turístico, em que já foi dado um sinal muito claro em 2021.
Enquanto representante do executivo e uma voz com grande alcance, qual a sua mensagem de esperança para a população, principalmente para o Município de Velas?
A mensagem é aquela que tenho vindo a transmitir nas questões anteriores, ou seja, é sempre uma mensagem de esperança, de resiliência, de convicção de que todos juntos, município, instituições, sector empresarial e os munícipes, duma forma generalizada, seremos capazes de ultrapassar os desafios, os eventuais constrangimentos e obstáculos, na certeza de que o amanhã será sempre melhor.A expectativa de um Autarca e de um Presidente de Câmara é de que vamos ficar sempre melhor em relação ao que temos hoje, porque todos os dias trabalhamos para sermos melhores e oferecer mais qualidade de vida a quem vive no concelho. Faço-o com a convicção genuína de que as Velas de São Jorge nos Açores são um lugar onde cada vez mais se gosta de estar e de viver.