“Unidos podemos marcar a diferença”

A Business Portugal foi ao encontro de Vera Tita, Diretora da EPDRAC, que em entrevista salienta a crença de que unidos podem marcar a diferença e garantir que a EPDRAC continuará comprometida com a valorização do seu papel, enquanto espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos, competências e valores.

Vera Tita, Diretora

Sob o lema “Juntos fazemos acontecer”, a colaboração entre professores, alunos, funcionários e familiares é incentivada e valorizada para promover uma comunidade educativa mais eficaz. Uma equipa unida é a chave para superar qualquer obstáculo?

Ter uma equipa unida e motivada é a chave para quase tudo! Todo o projeto EPDRAC só é possível com o apoio, incentivo, criatividade e dedicação da equipa que me acompanha.

O nosso lema exprime a crença de que unidos podemos marcar a diferença e garantir que a EPDRAC continuará comprometida com a valorização do seu papel, enquanto espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos, competências e valores, prestando um serviço público eficaz e sempre aberto à comunidade.

O dia a dia numa escola profissional agrícola não é fácil; toda a logística inerente aos cursos da nossa escola é muito exigente; cuidar de seres vivos, garantir-lhes o adequado bem-estar e segurança exige de todos nós uma atenção redobrada e uma entrega muito grande por parte de todos aqueles que aqui trabalham. Só mesmo com muita motivação, espírito de corpo e de equipa conseguimos levar este projeto por diante. Os obstáculos são uma constante, mas a fé e a vontade de vencer, de fazer sempre, mais e melhor, pelos nossos alunos mantêm-nos firmes e inabaláveis neste projeto.

 

A EPDRAC procura formar não apenas bons profissionais, mas também indivíduos íntegros e capazes de fazer a diferença no mundo. Qual é a importância do bem-estar emocional do estudante e como é que a escola atua nesse sentido?

Outro dos lemas da EPDRAC é “mais do que uma escola, uma família”. Este lema acarreta não só o privilégio de se viver na escola um ambiente de cooperação e entreajuda, mas também a responsabilidade de zelarmos pelo bem-estar físico e emocional uns dos outros. Neste sentido, temos em vigor na escola vários projetos que nos valeram este ano os selos Escola Saudável e Escola Saudavelmente, com o objetivo de promover as competências socio-emocionais, prevenir a violência e os comportamentos de risco. Procuramos que as nossas intervenções sejam realizadas em colaboração com professores, funcionários, Serviço de Psicologia e Orientação e alunos, procurando que esta vontade e preocupação de incluir e de promover o bem-estar não seja apenas uma responsabilidade dos profissionais, mas que os nossos alunos também experimentem e promovam os valores da escola, nomeadamente, a preocupação e o respeito pelo próximo e pela natureza, a cooperação, o esforço, a autodisciplina e a responsabilidade, em suma, procuramos assim promover o desenvolvimento integral e integrado de todos.

Por outro lado, temos também um Projeto de Educação para a Saúde (PES), com sessões e iniciativas que podem ser propostas tanto por alunos, professores, funcionários e/ou parceiros externos, de acordo com necessidades verificadas na escola. Este é, por isso, um plano construído pela comunidade, cujos temas são distribuídos ao longo dos três anos dos cursos profissionais, ou dos dois anos dos cursos de educação e formação.

 

Quais são os protocolos e acordos celebrados pela EPDRAC que garantem a empregabilidade de quase 100% dos seus alunos e os distingue dos outros ensinos?

A EPDRAC tem mais de 30 anos de existência, inteiramente dedicados à formação profissional, logo, ao longo do tempo, fomos conseguindo um vasto grupo de parceiros e colaboradores que nos permitem desenvolver projetos enriquecedores e proporcionam experiências únicas de aprendizagem em contexto real de trabalho nas várias áreas de abrangência da nossa oferta formativa. Estes protocolos e as atividades desenvolvidas permitem que os empregadores conheçam o tipo de alunos da EPDRAC e as suas capacidades técnicas e profissionais e as boas características sociais e humanas; o aluno da EPDRAC sabe, sabe fazer e exigimos-lhe que saiba ser. Daí a um possível contrato de trabalho só está a conclusão do curso.

 

O ensino profissional continua a ser considerado o “parente pobre” do ensino regular. Como é que este estigma afeta a escolha dos jovens na hora de decidir a sua formação académica? De que forma é possível mudar esta perceção?

Ora aqui está uma pergunta difícil. Quando o ensino profissional é verdadeiramente desenvolvido séria e profissionalmente, tem um valor incomensurável. Os alunos saem com dupla certificação e uma profissão reconhecida, possuem uma capacidade diferente face aos desafios do mercado de trabalho, são resilientes e expeditos. No entanto, estas características não são passadas aos alunos do 9º ano. Muitas vezes, a informação que passa na hora de optar é exatamente ao contrário.

O conselho que deixo, e da experiência que possuo, é que se deve visitar as escolas. Tentar perceber o funcionamento dos cursos profissionais, aquilo que somos e o que fazemos. Termino como comecei – juntos fazemos acontecer; a forma como vivemos o ensino numa escola profissional é única, como únicas são cada uma das pessoas que gravitam à nossa volta e nos fazem crescer em “família”.

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