A Semana da Ascensão está de volta ao Coração do Ribatejo

Em conversa com a Revista Business Portugal, Paulo Queimado, Presidente da Câmara Municipal da Chamusca, desvendou as histórias e tradições da célebre Semana da Ascensão. Entre pratos saborosos e paisagens de cortar a respiração, há muito a desfrutar no “Coração do Ribatejo”.

Paulo Queimado, Presidente

Sob o mote “Da Páscoa à Ascensão 40 Dias Vão”, a Semana da Ascensão está de volta, de 13 a 21 de maio, à vila da Chamusca, o Coração do Ribatejo. Qual a importância deste evento na agenda cultural do concelho e quais as suas mais-valias?

A Semana da Ascensão na Chamusca é considerada o reencontro da família e dos amigos. Para mais, também é um evento crucial para a valorização do património e do ADN da região enquanto Ribatejo, atraindo milhares de visitantes para desfrutar do território, quer a nível paisagístico, gastronómico, desportivo ou cultural. Durante este evento, enaltecemos o melhor que o nosso concelho tem para oferecer, incluindo o comércio, a indústria e os serviços locais e regionais. Também apostamos em atividades culturais, como peças de teatro e concertos, principalmente com artistas locais. Somos o “Coração do Ribatejo” e queremos transmitir aos visitantes as emoções e sensações únicas de estar na Chamusca.

A semana maior do concelho agrega todas as paixões culturais e gastronómicas da região e reúne anualmente milhares de visitantes. Em 2022, a vila da Chamusca recebeu, ao longo da Semana da Ascensão, mais de 100 mil visitantes. O que representou para o Município e quais as suas perspetivas para este ano?

A expectativa é que, este ano, seja possível manter ou até mesmo superar o número de visitantes do ano passado. O Município faz um investimento avultado de promoção do território, que envolve as associações culturais, desportivas, recreativas e etnográficas.

Para além de cultura e tradição, a maior semana do nosso concelho da Chamusca representa a promoção do tecido empresarial da região e uma das mostras empresariais mais importantes do território, assim como a promoção do empreendedorismo, como motor sustentável, através da divulgação de atividades e oportunidades de negócio, aproveitando toda a potencialidade da nossa região, para a atração de investimento e dinamização do nosso tecido empresarial.

O expoente máximo da Semana da Ascensão é a tradicional Entrada de Toiros na Quinta-Feira de Espiga, dia 18 de maio, feriado municipal. Podemos dizer que este é um símbolo muito especial dos costumes e tradições do concelho?

A Entrada dos Toiros é uma tradição antiga na Chamusca e é o momento alto da Semana da Ascensão, no qual os toiros percorrem a artéria principal da vila desde a antiga cooperativa da Chamusca até à praça de toiros. Só quem já vivenciou este momento pode testemunhar a sensação única que é ver os toiros a correrem pela rua, conduzidos pelos campinos montados nos seus cavalos, cujos soar dos cascos a baterem no solo causam uma das melhores sensações que se pode ter.

É neste dia que a vila da Chamusca recebe milhares de aficionados, que vêm em busca da emoção de ver passar os toiros e vivenciar um espetáculo verdadeiramente mágico e único, numa onda de entusiasmo e de emoção.

A entrada de toiros em quinta-feira de espiga é uma recriação de outros tempos, numa época em que a população esperava a chegada dos toiros bravos, que eram trazidos da charneca e das ganadarias do concelho para a vila, para a tradicional corrida de toiros em quinta-feira de ascensão e para trabalharem nas lides do campo. Nessa altura eram estes animais que puxavam as charruas para lavrar as terras. O dia em que este animais chegavam era sempre um momento alto e emocionante no concelho. A Chamusca tem desde há muitos anos uma grande tradição ligada à tauromaquia, sendo que os primeiros registos que existem remontam ao séc XVII.

A recriação da Entrada dos Toiros dura apenas alguns minutos, mas é um evento muito aguardado, com milhares de pessoas na estrada nacional para ver os toiros encabrestados, os campinos e os cavaleiros passarem.

Neste dia, festejam-se também os dons da terra, com a Tradicional Apanha da Espiga, nos campos da região. A tarde é marcada pela tradicional corrida de toiros na centenária Praça de Toiros da Chamusca.

Para além da Semana da Ascensão, que outros motivos elenca para uma visita à Chamusca? Que convite pode deixar aos nossos leitores?

A Chamusca convida a uma visita durante todo o ano. Cada uma das freguesias tem o seu próprio evento temático, para valorizar os recursos endógenos do território chamusquense. Em Ulme, por exemplo com o “O Festival do Arroz” em setembro, enquanto na Parreira temos “O Festival do Cogumelo” e em Vale de Cavalos “O Festival das Sopas Ribatejanas”, estes últimos em março. Além disso, há a centenária “Feira de São Pedro e do Chocalho” em junho, no Chouto, e as Festas do Arripiado, com a tradicional e emocionante procissão no dia 15 de agosto. O concelho tem também uma agenda cultural vibrante, que inclui ao longo de todo o ano grandes espetáculos de teatro e música, com artistas de renome nacionais. A gastronomia local e a doçaria são imperdíveis, assim como os passeios de barco ao pôr do sol e pela Charneca.

Destaco ainda os circuitos turísticos (circuito da Charneca Ribatejana, da Lezíria ao Coração da Charneca, Circuito Borda D’Água, pelas margens do rio Tejo e o Circuito Pedonal Terra Branca), que são uma agradável forma de conhecer o que de melhor a Chamusca tem para oferecer.

O Concelho da Chamusca oferece razões de sobra para o visitar. Visitar a Chamusca é sentir o Coração do Ribatejo, terra de encantos e tradições que num só território, reúne Charneca, Campina e Lezíria. A diversidade de paisagens com grande valor natural, aliado a um rico património edificado e às tradições, constituem a identidade cultural da nossa região que vale a pena visitar.  O clima quente e o estilo de vida tranquilo cercado pela natureza são o cartão de visita do nosso território.  Por aqui pode descansar nos jardins, passear nos caminhos à beira-rio e partir à descoberta das tradições ancestrais que os chamusquenses ainda preservam.

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