Uma rede imobiliária com proximidade no ADN

Luís Mário Nunes é CEO/Diretor Geral da rede ComprarCasa, em Portugal. Em conversa, falou acerca da proximidade entre a equipa, os clientes e o mercado e sobre o possível futuro do mercado imobiliário.

Luís Mário Nunes, CEO/Diretor Geral

A rede ComprarCasa iniciou a sua atividade em 2004, com a missão de ser a “maior e a melhor rede imobiliária nacional”. Hoje, com mais de 150 escritórios, em Portugal e Espanha, é uma das principais redes imobiliárias da Península Ibérica. Enquanto CEO, considera que acabaram por superar as expectativas criadas no início?

Eu diria que as nossas expectativas se vão reproduzindo. Cumprimos, sem dúvida alguma,  o nosso desafio inicial, mas ainda ambicionamos crescer, quer em Portugal, onde existem mais de 40 escritórios, como em Espanha. O mercado ibérico tem um enorme potencial e consideramos que existe muita margem para evoluir e acrescentar valor.

Enquanto CEO, em Portugal, estou muito satisfeito com o caminho que temos percorrido e, enquanto equipa, continuamos a querer estar próximos das pessoas, porque quanto maior for essa proximidade, maior é a capacidade de responder aos desafios e às necessidades do mercado.

 Afirmam que o vosso ADN é o que mais vos distingue das restantes redes imobiliárias. Em concreto, quais os fatores que vos diferenciam?

A grande diferença é, de facto, a proximidade. Não só a proximidade com os clientes e com o mercado, mas entre os membros da equipa e as várias lojas. O nosso ADN é difícil de explicar, porque não é mensurável, ou seja, não se mede, sente-se. Temos uma relação familiar e isso marca a diferença, porque os nossos colaboradores, as pessoas que integram as lojas ComprarCasa, sentem-se em sua própria casa. Temos uma forma própria de ser, estar e ouvir aquilo que nos querem transmitir, e isso é muito importante. Como é natural, não acertamos sempre, aliás, erramos diariamente, mas é dessa forma que também aprendemos e evoluímos todos os dias.

 A questão da sustentabilidade tem sido, cada vez mais, uma preocupação geral. No que concerne ao imobiliário, no seu ponto de vista, que medidas podem ser tomadas pelos players do sector, com o propósito de diminuir a pegada ecológica?

Efetivamente, o tema da sustentabilidade tem estado na ordem do dia e é algo que, enquanto rede ComprarCasa, temos muito em conta. Temos o slogan “O Futuro será Verde, ou não será!”, e, cada vez mais, acreditamos nisso.

O mercado imobiliário tem um grande peso no dióxido de carbono emitido para a atmosfera, sendo que mais de um terço das emissões de gases de efeito de estufa provêm do sector residencial. Desta forma, os players do sector têm um importante papel a desempenhar. Em termos legislativos, definiu-se, há uns anos, que as novas habitações deveriam cumprir com determinados critérios de sustentabilidade. Atualmente, é essencial promover a construção “amiga do ambiente” em detrimento de outra. É isso que nos vai garantir o dia de amanhã. Como players, temos de saber explicar às pessoas estas questões e incentivá-las a contribuir também. A rede ComprarCasa, em particular, associou-se a uma ONG, a “Tree-Nation”, com a missão de dinamizar a reflorestação, através da plantação de árvores em vários projetos, distribuídos pelo mundo. Neste âmbito, surgiu a Floresta “ComprarCasa Portugal”, que cresce à medida que a Rede e todos os envolvidos num determinado negócio vão plantando árvores. Este compromisso permitiu que o nosso site passasse a ser considerado “Net Zero Website”, uma vez que se plantará uma árvore para compensar o CO2 que é gerado pelas visualizações do site, o que contribui para a neutralidade carbónica do mesmo. Este é um primeiro passo, um “grão de areia”, como costumamos dizer, mas é desta forma que se começa a fazer a diferença.

 Dado o panorama atual do mercado imobiliário, devido à incerteza económica, as alterações nos juros e a maior dificuldade no acesso aos créditos, como é que encara o ano de 2023, em particular, e de que forma olha para o futuro do sector, em geral?

Naturalmente, enquanto player do sector, estou a par destes fatores. Estas condicionantes, infelizmente, já começaram na altura da pandemia e foram-se agravando devido a outros acontecimentos, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Isto afeta a economia num todo e, obviamente, também afeta o imobiliário. O mercado português é liderado, há vários anos, pela procura, uma vez que que há mais procura do que oferta. Neste momento, é possível que a procura desça um pouco, tendo em conta o novo paradigma que vivemos, ao bater recordes de três décadas de taxa de inflação e de 15 anos de taxas de juro. Contudo, considero que, mesmo que a procura baixe, a oferta continua a ser reduzida, e isso implica que os preços se mantenham estáveis a curto ou médio prazo.

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