Uma marca conceituada e com notoriedade em todo o país

A Revista Business Portugal esteve à conversa com o empresário Saúl Sousa, que nos deu a conhecer a sua visão…

“Catedral das Sandes”, é assim que se intitula o mais recente restaurante da marca “O Cabeças”, situado num local privilegiado, uma vez que se encontra muito próximo da Igreja de Santa Rita, um dos santuários do Norte de Portugal mais visitados e alvo de peregrinação.

Este espaço foi inaugurado no passado dia 21 de fevereiro e aberto ao público, oficialmente, no dia 23. Embora o proprietário, Saúl Sousa, não tivesse feito uma forte aposta na divulgação, a verdade é que o dia de inauguração superou todas as suas expectativas, “a partir das 18h foi uma verdadeira loucura!”, começa por dizer, “tinha convidado cerca de 20 pessoas e acabaram por aparecer mais de 2 000”, revela. Ainda assim, o entrevistado reconhece que esta enchente já era expectável, tendo em conta que “as pessoas já conhecem a marca e sabem com o que podem contar”.

Deste modo, aberto de segunda-feira a domingo, das 11h30 às 22h30, a “Catedral das Sandes” reúne todas as condições para proporcionar aos clientes que a visitam o melhor atendimento e, simultaneamente, a melhor experiência gastronómica, funcionando exatamente da mesma forma que as outras casas já existentes: o “O Cabeças”, em Matosinhos, e o “Armazém das Sandes”, em Rio Tinto. “O cliente faz o pedido, efetua o pré-pagamento, pega no tabuleiro e, em cerca de dois minutos, é servido”, explica o proprietário.

Com capacidade para 80 lugares sentados, quer no interior, quer no exterior do restaurante, Saúl olha para o facto de trabalharem com serviço de self-service como uma mais-valia, uma vez que, “em média, os clientes ocupam a mesa durante 20 minutos, o que nos permite renová-la entre quatro a cinco vezes”.

O menu é exatamente igual em todos os restaurantes “O Cabeças” e o desta casa não é exceção, na medida em que os ex-líbris são, precisamente, as Sandes e os Pratos De Leitão.

Como é de conhecimento geral, o sucesso desta marca prende-se com a execução deste prato que, por um lado, na opinião do entrevistado, se deve, sobretudo, à sua experiência com o animal, “trabalho com o leitão desde os meus 14 anos de idade”, salienta, aproveitando para esclarecer que “há uns anos, o destaque do Prato ou da Sandes de Leitão era o molho picante”, contrariamente ao que acontece hoje em dia, em que “as bocas estão mais sensíveis” e, perante isso, têm tentado “fazer o equilíbrio entre o sal e a pimenta”. Por outra via, a qualidade do produto também é muito importante e é por esse motivo que, no “Cabeças”, se trabalha com o leitão tradicional, nomeadamente das zonas de Pombal e Leiria. A forma como este é confecionado é, igualmente, um aspeto que faz toda a diferença, sendo que, neste caso, o leitão é assado em fornos a lenha, feitos em barro, pois “o calor do barro absorve a humidade da pele, tornando-a mais estaladiça”, refere.

Apesar de “O Cabeças” estar associado ao leitão e ao porco no espeto, a finalidade deste projeto, segundo o proprietário, é “servir todos os clientes, independentemente dos seus gostos”.

E é por essa razão que também existem várias opções disponíveis para aqueles que não são propriamente amantes de leitão, tais como, o Prego Em Pão, a Bifana, o Cachorro à Cabeças e o Hambúrguer Açoriano, feito com o molho da pimenta da terra (típico dos Açores).

As sopas, nomeadamente, o Caldo Verde, o Caldo De Nabos e as Papas De Sarrabulho (confecionadas apenas durante o inverno) são, de igual modo, alguns dos pratos mais vendidos nos restaurantes “O Cabeças”, sendo que Saúl confessa mesmo que “há dias em que vendemos mais Caldo de Nabos, por exemplo, do que Sandes De Leitão, porque temos clientes que vêm cá apenas para comer uma sopa e uma fatia de broa”.

 

O profissionalismo e a vertente solidária

Para além da qualidade dos pratos, o sucesso de uma casa também se mede pelos seus profissionais. Nesse sentido, a “Catedral das Sandes” conta com 18 funcionários, que começaram por fazer formação nas outras casas. Saúl assume que, do seu ponto de vista, o mais importante não são os estudos, mas sim o facto de os seus colaboradores serem “educados, trabalhadores e atenderem bem os clientes”. Paralelamente, demonstra uma enorme preocupação para com o bem-estar da sua equipa, o que acaba por se traduzir num melhor ambiente e trabalho. Aliás, na opinião de Saúl, um dos maiores problemas enfrentados pelo sector da restauração, atualmente, é o facto de não haver muitas pessoas a querer enveredar pela área, precisamente por considerarem que não têm tempo livre para si e para os seus. Por ter isso em consideração, o entrevistado procura fazer uma boa gestão dos horários da sua equipa, de forma que a mesma trabalhe apenas as 40 horas semanais.

Faz, igualmente, parte do ADN desta casa, valores como a solidariedade e a preocupação com a comunidade em que está inserida, e é nesse sentido que “O Cabeças” procura marcar presença em vários eventos de caráter solidário. A título de exemplo, todos os anos, no dia 9 de maio, podem ser encontradas, na cidade de Coimbra, as carrinhas do “Cabeças”, com os seus profissionais, prontos para distribuir sandes e bebidas aos peregrinos. Aliás, “quem por lá passa sabe que, nesse dia, não precisa de gastar dinheiro em refeições”, salienta, sendo este um dos motivos pelos quais “O Cabeças” tem clientes espalhados um pouco por todo o país.

 

 

A chave para o sucesso e os projetos no horizonte

No ano de 2021, “O Cabeças” foi distinguido enquanto “PME Excelência”, na categoria “Mais Crescimento”. Este reconhecimento é, para Saúl Sousa, motivo de orgulho e uma prova inequívoca de que “o trabalho árduo traz frutos”. Para além disso, aproveita para enaltecer o papel da sua família, em particular, da esposa e dos filhos, cujo apoio tem sido fundamental, ao longo desta “caminhada”.

Apesar do sucesso alcançado, estagnar não faz parte dos planos do entrevistado. Pelo contrário, para o futuro, o empreendedor tem em vista a abertura de uma nova casa, situada na zona dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, denominada de “A Senhora das Sandes” (em homenagem à Senhora da Saúde, sendo também esta uma zona que é alvo de muita peregrinação).  Ao que tudo indica, este será o maior restaurante de sempre da marca, tendo em conta que irá ter, aproximadamente, 750 metros quadrados, uma frente de 35 metros e duas salas, com a particularidade de terem mesas em forma de pipos, com capacidade para um total de 250 lugares sentados. Quanto à inauguração deste espaço, está prevista para o início de 2024.

Em suma, embora concentre a sua atividade no norte de Portugal, “O Cabeças” é uma marca conceituada e com notoriedade em todo o país. Aqueles que visitam qualquer um dos restaurantes de Saúl Sousa, não esquecem o quão bem recebidos são, acabando, mais tarde ou mais cedo, por regressar.

 

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