Um exemplo de resiliência e capacidade de adaptação

O engenheiro Pedro Mendes é CEO e Co-Founder da Spawnfoam. Em conversa, falou sobre o trabalho que a empresa desenvolve, nomeadamente, na Polónia.

Engenheiro Pedro Mendes, CEO e Co-Founder

A Spawnfoam é uma empresa que apresenta um conceito verdadeiramente inovador e sustentável. Para quem ainda não conhece, apresente a empresa e o seu papel no mercado.

A Spawnfoam produz novos materiais de origem orgânica, desenvolvidos para a economia circular. Os produtos Spawnfoam são feitos com subprodutos agrícolas e florestais de base celulósica, reforçados com o nosso adesivo orgânico.

A oferta de produtos é ecologicamente correta, complexa e personalizável e as suas possíveis aplicações são infinitas. No entanto, o compromisso atual da Spawnfoam envolve o desenvolvimento de painéis de construção para isolamento térmico e acústico e a produção e comercialização de embalagens, vasos e tabuleiros biodegradáveis, que permitem o transporte de plantas diretamente do viveiro para o local de plantação, onde é possível colocar diretamente no solo a planta e o tubete.

Aumentamos a eficiência do processo e promovemos a taxa de sucesso da plantação. Pretendemos, não só ser uma referência no que respeita à qualidade dos nossos produtos, mas também enquanto entidade promotora de uma consciência e de uma economia mundial mais amigas do ambiente.

 

Ao que pudemos apurar, vão lançar um projeto educativo, na Polónia, relacionado com a sustentabilidade ambiental e destinado às crianças. O que nos pode contar sobre o mesmo e que contributo terá na vida destas crianças?

A Spawnfoam recebeu, no início deste ano de 2023, o apoio do programa Poland Prize, que nos permitiu implementar a estratégia de internacionalização idealizada para a marca, na procura de um novo mercado para os nossos produtos. Esta estratégia de internacionalização tem como uma das atividades, a realização do projeto de educação ambiental, junto da comunidade escolar de Zdunska Wola, na Polónia. Este projeto é o resultado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela empresa, no último ano, nomeadamente, na procura de parceiros e clientes internacionais. Iniciámos a exploração de novos mercados na Holanda, seguimos para a Alemanha, com a presença na Feira Internacional Spooga+Gafa 2022 e, devido ao resultado dessa exploração de mercado, nos últimos seis meses, temos estado a endereçar esforços para encontrar um parceiro de negócio na Polónia, de forma a conseguirmos consolidar a Spawnfoam e a nossa estratégia de internacionalização da marca e de produção. O resultado do projeto que estamos a desenvolver, junto da comunidade de Zdunska Wola, vai permitir ajustar o produto dos vasos biodegradáveis e dos nossos produtos de plantação florestal ao mercado polaco.

No seu ponto de vista, que fatores distinguem a Spawnfoam no sector da biotecnologia?

O que nos distingue no sector é a resiliência e a capacidade de adaptação às circunstâncias. Começamos a empresa apenas com a ideia de desenvolvimento de um material orgânico que valorizasse subprodutos da agricultura da região. Desconhecíamos a potencialidade daquilo que estávamos a desenvolver e também não sabíamos qual o processo de transformação necessário para a sua obtenção. Após várias iterações de tentativa e erro, fomos obtendo alguns resultados, por vezes satisfatórios, outras vezes menos favoráveis, mas com as iterações que fomos realizando, foram possíveis o desenvolvimento e a obtenção de resultados que, atualmente, e olhando para o nosso passado, podemos dizer que estamos muito orgulhosos daquilo que obtivemos.

A nossa abordagem para com os desafios que surgem é a de total disponibilidade para experimentar.

Depois de mais de seis anos de existência, quais os planos em mente para o futuro da empresa?

O plano para o futuro consiste, essencialmente, no aumento da fabricação de biocompósitos de origem orgânica, mais concretamente, para as aplicações de produção de vasos e recipientes para a produção de plantas, e na consolidação do nosso processo de internacionalização, que agora teve início, na Polónia.

De acordo com o feedback que tivemos da abordagem exploratória, feita em 2022, pretendemos encontrar um parceiro industrial na Polónia para, com a produção a ser feita nesse país, exportar para a Alemanha e para a Holanda.

O polo de produção nacional será, essencialmente, para atividades de I&D, com a implementação de uma unidade de desenvolvimento tecnológico de biocompósitos e com capacidade produtiva para processos de experimentação. Para o desígnio nacional, procuramos obviamente, um parceiro que esteja disposto a arriscar connosco, a produção e o desenvolvimento de novos materiais.

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