“Somos capazes de prestar serviços que, seguramente, poucas empresas fazem em Portugal”
Estabelecida em Portugal, a Novageo Solutions tem como objetivo fornecer serviços de software com uma forte componente de inovação tecnológica e de sistemas integrados preparados para responder em tempo real aos principais desafios das organizações na era digital, da globalização, da sustentabilidade, das parcerias, da mobilidade das equipas e da monitorização geoespacial do negócio. Manuel Arcângelo, diretor geral, dá a conhecer nesta edição o presente e futuro da empresa.
Fundada em 1992, a Novageo Solutions dedica-se desde a sua génese à prestação de serviços na área do Ordenamento do Território, do cadastro de equipamentos e parcelas, e da cartografia. Poderíamos começar a nossa conversa por conhecer um pouco melhor a Novageo e o trabalho que desenvolve.
A Novageo tem como objeto a prestação de serviços de software na área do cadastro e Ordenamento do Território, disponibilizando aplicações informáticas com uma forte componente de inovação tecnológica, cujos serviços são suportados pelas mais recentes tecnologias em uso nesta área de atividade. Está assim preparada para responder, em tempo real, aos principais desafios das organizações na era digital, da globalização, da sustentabilidade, da Internet das Coisas, das parcerias, da transformação digital, da mobilidade das equipas, e da monitorização geoespacial dos ativos de qualquer negócio. Um bom exemplo da aplicação prática e da importância dos dados espaciais é a monitorização diária realizada pelo Governo com recurso ao Mapa de Gestão de Risco COVID-19 por Município.
Trabalhamos essencialmente na área de Ordenamento do Território, e procuramos ajudar os nossos clientes a utilizarem, de um modo eficiente, o conhecimento que têm acerca do espaço onde atuam. Os dados espaciais são frequentemente subvalorizados na gestão das atividades e nas decisões políticas. Porém, são algo extremamente valioso para qualquer organização que presta serviços (seja a clientes, seja a munícipes ou fregueses, seja a cidadãos ou a empresas) porque, sem grande esforço extra, permitem a essa organização tomar as melhores decisões com base na distribuição espacial daqueles para quem trabalham.
Neste momento, a Novageo já trabalha com clientes nacionais e internacionais. Os nossos clientes nacionais encontram-se, na sua grande maioria, ao nível do governo local ou regional (municípios, freguesias, e comunidade intermunicipais), e também no governo central ou em empresas privadas. A nível internacional trabalhamos essencialmente com parceiros locais, o que faz com que os nossos produtos sejam utilizados em África e na América, para além da Europa. Posso afirmar que, neste momento, não somos apenas uma empresa de informática, ou apenas uma empresa de geografia. Somos uma empresa com competências nas duas áreas, capaz de prestar serviços que, seguramente, poucas empresas fazem, em Portugal.
A agricultura está-se a tornar numa atividade altamente competitiva, tornando-se cada vez mais evidente a necessidade de utilizar as tecnologias de informação e comunicação em toda a cadeia produtiva, para uma melhoria significativa em todo o processo. Tendo consciência desta realidade, a Novageo estruturou uma vertente da sua oferta direcionada para a agricultura de precisão. Fale-nos um pouco mais deste serviço e que de forma veio ajudar os agricultores nas suas tomadas de decisão.
Outra das áreas de atuação da Novageo está relacionada com a agricultura de precisão, algo em que temos vindo a investir, com o objetivo de permitir uma melhor gestão dos recursos agrícolas, ajudando sempre os decisores a tomarem as melhores decisões em cada momento.
Para isso contamos com um conjunto de serviços especializados, à volta do nosso sistema de informação geográfica construído de raiz numa pilha de software aberto, que nos permite uma total integração com praticamente todos os outros sistemas agrícolas, desde o controlo de rega e distribuição de fitossanitários, até à análise de informação. Parte desta informação pode ser recolhida com o nosso avião, utilizando sensores multiespectrais (a luz que os nossos olhos não vêem), ou tirando partido da informação de satélites, a qual é disponibilizada pela União Europeia.
No fundo, o nosso intuito nesta vertente é quase conhecer individualmente cada árvore (ou talhão, para as plantas de menor porte). Através da adoção do niuGIS, remotamente, conseguimos identificar o estado de desenvolvimento de cada planta, inferir o tratamento de cada fileira, ou determinar a produtividade de cada talhão.
A Internet das Coisas, no campo, permite ter dados precisos sobre produtividade, clima, solo, infestação de ervas daninhas, doenças, pragas, índice pluviométrico em diferentes épocas do ano e muito mais, dados esses necessários para, por exemplo, estabelecer a quantidade de água necessária para uma irrigação consoante o cultivo.
A adoção deste tipo de solução tecnológica permite, por exemplo, avaliar a eficiência de performance da aplicação de determinado recurso em determinada condição climática e por consequência a introdução de mecanismos de comparação.
Este tipo de avaliação comparativa de resultados permite evidenciar o grau de eficácia dos vários métodos e sobretudo a forma como contribuem para as performances mais competitivas. É também uma forma de ajudarmos os agricultores a contribuírem para uma efetiva resiliência climática, tal como todos desejamos.
Atualmente, a Novageo tem em fase de consolidação a sua mais recente aposta, a implementação do modelo preconizado pela Diretiva INSPIRE…
A Diretiva INSPIRE é uma diretiva europeia, transposta para a legislação portuguesa, e que procura dotar os estados-membros de uma infraestrutura de dados espaciais comum a todos, que permite um fácil intercâmbio de informação envolvendo várias áreas, entre elas o cadastro de parcelas, as regiões marinhas, a utilização do solo, entre outros.
A diretiva prevê um modelo de dados e um conjunto de procedimentos, não só para aquisição e disponibilização dos dados, mas também para a verificação da conformidade por parte das infraestruturas nacionais. Tendo nascido com um grande foco nas questões ambientais transfronteiriças, esta diretiva conta atualmente com 34 temas.
Dada a relevância da Diretiva INSPIRE e o seu alinhamento com a tecnologia e serviços já disponibilizados pela Novageo, nomeadamente através do niuGIS (a nossa plataforma portuguesa de suporte à informação geográfica, baseada em código open-source), estabelecemos como um dos nossos objetivos dotar os agentes do Estado Português de uma plataforma intercooperativa comum à totalidade dos agentes, a fim de tornar possível uma visão global única sobre os recursos espacializados portugueses.
Acreditamos que a adoção desta plataforma terá uma importância estratégica na gestão de recursos nacionais e infraestruturas, no planeamento regional e urbano, e ainda na infraestrutura de informação de suporte ao investimento público e privado, nacional e internacional.
Para que os dados sigam um modelo comum ao nível dos vários estados-membro, é necessário que, dentro de cada estado, o modelo de dados seja comum em cada Comunidade Intermunicipal; por sua vez, para isso ser possível é necessário que cada município adote também este modelo.
É essa a ajuda que nós prestamos, com vista à informação europeia facilmente partilhável, a começar nos municípios.
Tendo como objetivo final a satisfação total do cliente, ao qual oferece soluções flexíveis, inovadoras, de desenvolvimento rápido e de alto valor, a Novageo tem um percurso marcado pela excelência. O que podemos esperar da Novageo para o futuro?
O presente e futuro da Novageo passa pela mobilidade. A mobilidade é crucial para que se consiga fazer uma gestão eficaz das comunidades e, simultaneamente, dotá-las de autossuficiência em termos de informação. Se tivermos uma comunidade capaz de comunicar entre si, através de ferramentas móveis e que essas mesmas ferramentas consigam transmitir informação recolhida no momento, conseguimos ter informação geográfica em tempo real e transmitir informações importantes para a tomada de decisão.
A Informação Geográfica Voluntária é um conceito no qual temos vindo a investir, e é uma maneira dos cidadãos voluntariarem o seu tempo, a sua disponibilidade, e fornecerem informações úteis, não só aos tomadores de decisão, mas também a todos os outros cidadãos. A recolha de informação geográfica, seja feita por profissionais, seja feita pelo cidadão comum, deve ser fácil e rápida, e hoje temos ferramentas mais eficientes para o fazer. Destaco também o impacto e importância da Internet das Coisas, do 5G, e da combinação das nossas múltiplas tecnologias capazes de prestar serviços de notificação e entrega de informação em tempo real, dirigida a pessoas individuais ou segmentada por grupos dentro das comunidades, constituídos por pessoas com características ou interesses comuns.