Sage e Cebr preveem crescimento positivo das PME a nível mundial, apesar da incerteza económica
- Um novo relatório destaca o papel das PME na recuperação económica, olhando para os insights históricos da recessão de 2007-2009 para prever as tendências de crescimento até 2025.
- Nos oito países analisados, prevê-se que o número de novas PME aumente anualmente em 1.7%, entre 2022-2025.
- Em Portugal, estima-se que as PME contribuam com €73 mil milhões para a economia até 2025, representando quase 70% do valor acrescentado bruto das empresas no país.
A Sage, líder de mercado em soluções tecnológicas de contabilidade, finanças, RH e payroll para PME, acaba de lançar o relatório “SMBs Driving Economic Recovery” em conjunto com o The Centre for Economics and Busines Research (Cebr). O documento revela que, apesar da recessão económica, as pequenas e médias empresas (PME) têm vindo a tornar-se cada vez mais resilientes e vão continuar a contribuir significativamente para a economia global e nacional nos próximos três anos.
Esta análise debruça-se sobre o papel das PME na recuperação económica em oito mercados-chave – Alemanha, Canadá, Espanha, EUA, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido –, recorrendo a dados desde 2005, com o objetivo de prever as tendências de crescimento entre 2022 e 2025.
Crescimento e relevância das PME a nível mundial
O estudo revela que não há sinais de abrandamento neste setor – até 2025, prevê que o número de PME irá aumentar anualmente em 1.7% em todos os países estudados. Em Portugal, a previsão é de que cresça em 22.000 entre 2022 e 2025, atingindo as 917.000 PME em 2025.
A análise de mercado do Cebr sublinha também o papel vital das PME na recuperação económica após a crise financeira global de 2007-2009, projetando um trajeto semelhante no futuro. Em 2012, por exemplo, as PME dos países europeus analisados contribuíram com pelo menos 48% de toda a produção empresarial, um sinal claro da sua importância para uma recuperação económica mais ampla. Em Portugal, a contribuição das PME para a economia deverá atingir os €73 mil milhões até 2025, representando 68.8% de todo o valor acrescentado bruto das empresas no país.
José Luis Martín Zabala, Managing Director da Sage Iberia, comentou: “Num contexto económico extremamente desafiante, quisemos quantificar a importância das PME para a recuperação das economias. Muito embora não subestimemos os desafios que estas empresas enfrentam atualmente, sabemos que estão indiscutivelmente mais bem posicionadas para se adaptarem à paisagem económica em mudança, e é encorajador ver o seu papel vital para impulsionar o crescimento a nível mundial”.
A importância da digitalização das PME
Analisando as PME em vários países, fica claro que algumas economias tiveram mais sucesso do que outras, sendo a tecnologia um fator determinante para esse sucesso. Por exemplo, a Alemanha teve um desempenho de destaque durante o período pós-crise, com o crescimento sustentado no emprego e contribuição económica das PME durante e após a crise de 2007-9. Em comparação, as PME de Portugal passaram algumas dificuldades no período após essa recessão económica, com o número de PME e de empregos a cair entre 2008-2013. Esta disparidade em relação à Alemanha parece fortemente ligada à digitalização, e dados da Eurostat mostram que Portugal está significativamente abaixo da média da UE neste âmbito.
Ao examinar de perto os desenvolvimentos das PME por setor, o estudo concluiu ainda que os setores profissional, científico e técnico, em particular, obtiveram fortes ganhos com a digitalização e foram importantes para a recuperação na maioria dos mercados. Em Portugal, por exemplo, em 2015 foram criadas 17% das empresas do setor de TI (empresas envolvidas em programação de computadores, consultoria e produção de media).
Importa ainda lembrar que há apoio disponível para as PME, tanto para cumprirem os objetivos de digitalização como para acederem a oportunidades de crescimento mais amplas. Um fator determinante da capacidade de digitalização das empresas é o acesso à conectividade de alta velocidade e a formação sobre a utilização de novos métodos analíticos. Na UE, o “Digital Economy Society Index” (DESI) monitoriza o progresso digital todos os anos desde 2014, e 20% do programa “Resilience and Recovery Facility” da região é dedicado a prioridades digitais. Isto ajudará as PME a permanecer na vanguarda da inovação e impulsionar o crescimento económico ao longo desta década.
“Apesar de o crescimento projetado para as PME ser um sinal positivo, a concretização desta previsão requer um esforço coletivo entre governos e empresas de todas as dimensões. É fundamental aumentar os esforços para assegurar que cada PME conta com as melhores soluções digitais disponíveis, fácil acesso a financiamento, recursos e infraestruturas de classe mundial para permitir um futuro de sucesso. O crescimento das PME não acontecerá por osmose; elas precisam de apoio contínuo para assegurar a resiliência empresarial num período de crise económica”, acrescenta José Luis Martín Zabala.