Portugalfoods: Objetivo – consolidar a marca Portugal

Amândio Santos, presidente do concelho de administração

Fundada em 2008 a PortugalFoods é formada por empresas, entidades do sistema científico e tecnológico nacional e entidades regionais e nacionais ligadas ao setor agroalimentar. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Amândio Santos para entender quais os principais motores de evolução do setor agroalimentar.

A PortugalFoods é um espaço de partilha de conhecimento que tem vindo sempre a caminhar lado a lado com a inovação e com a competitividade. Para além do sólido crescimento nos métodos de produção é necessário que exista também uma evolução na internacionalização e na exportação desses produtos. “Esta imagem deve ser única e de excelência, promovendo Portugal, os seus produtos, as suas marcas e as suas empresas com modernidade e adequação, nos mercados internacionais”.

São vários os objetivos estratégicos que tem vindo a ser dinamizados. O primeiro é traduzir o conhecimento em resultados práticos podendo assim identificar as competências do sistema científico nacional e internacional e adaptar a cada uma das empresas. O segundo é que funcione como um “Observatório Nacional e Internacional” que produz relatórios de acordo com as necessidades e de forma a incentivar a inovação. O terceiro é a existência de um contacto das diversas empresas umas com as outras para promover uma competência saudável e que vai ser traduzida numa sustentabilidade mais forte. A quarta é fazer existir o ambiente propício ao desenvolvimento de novas “empresas de base tecnológica, assim como o emprego científico e altamente qualificado”. Por último, mas não menos importante, promover a internacionalização do setor agroalimentar de forma ativa e contínua.

A estratégia com mais evolução neste momento é a estratégia de internacionalização. Ao longo dos últimos cinco anos e após a elaboração em 2012 da estratégia “Portugal Excecional” foi do entender da PortugalFoods que o percurso foi positivo e interessante e que estava no momento certo de repensar a estratégia. “Repensar e analisar os pontos fortes deste desempenho nos últimos cinco anos e perceber a dinâmica dos mercados e a potencialidade dos produtos portugueses e atualizar para a estratégia 18/20”. Esta estratégia veio dinamizar o contacto com as empresas locomotivas nos processos de exportação que vieram identificar os pontos fulcrais para a consolidação das marcas portuguesas. Para a PortugalFoods para além de consolidar as marcas portuguesas é importante consolidar a marca Portugal.

Houve nos últimos anos um aumento de cinco por cento por ano que foi possível devido à perceção, por parte das empresas do setor agroalimentar, que os produtos eram capazes de satisfazer as necessidades até dos públicos mais exigentes. “Quando os mercados criam estas dinâmicas o efeito multiplicador permite que estes resultados apareçam e muitas vezes encontram-se soluções. Existiram problemas em Angola, na Rússia, no Brasil, mas o setor soube compensar esses momentos de dificuldade com outros mercados” explica Amândio Santos.

Começaram também a ser abordados novos mercados que antes não faziam parte da rota. “As empresas posicionaram-se em geografias para as quais não estavam direcionadas e aplicaram tecnologia aos processos e tornaram-se mais competitivas no processo de produção e de fabrico, certificaram os seus sistemas de produção e começaram a corresponder às exigências desses mercados” explica Amândio Santos. Os mercados que já faziam parte da rota eram o mercado essencialmente Europeu como é o caso de Espanha (país para o qual se destina um terço das exportações), França e Itália. Fora da Europa há uma aposta em Angola e Brasil principalmente. As novas apostas recaíram nos mercados como Japão, o Médio Oriente, o norte da Europa, a Escandinávia, a Rússia, a Coreia do Sul, a China, o Canadá, os Estados Unidos da América, Colômbia e Peru. Amândio Santos explica também que “hoje a proximidade das empresas com os compradores é muito mais fácil porque esta aldeia global em que vivemos nos obriga a estar próximos”. Esta estratégia vem dinamizar o setor e fazer com que deixe de existir um setor focado apenas na produção para o mercado nacional, mas sim vocacionado para satisfazer também outros mercados.

Este crescimento também exige que as empresas tenham de estar preparadas para corresponder às exigências e que vão modernizando as suas técnicas de trabalho evoluindo tecnologicamente. Outro dos desafios que surgem é a constante mudança e exigência na alimentação da população mundial. “Todos os conceitos de alimentação estão a evoluir, a alimentação daqui a cinco anos não será como hoje e temos de adotar os produtos para corresponder às exigências” explica Amândio Santos.

O desafio de agora em diante é não regredir o trabalho já feito e continuar pelo menos a manter as metas a que se propuseram. “O grande desafio é consolidar este patamar que se atingiu. É importante que a exportação seja um processo continuado em que não se avance para se recuar”. Estar presente de forma permanente ao longo de todo o ano e assegurar a posição como um fornecedor que é seguro e credível. Os próximos dois anos são para refletir no que já foi feito tendo novos desafios e objetivos para alcançar “olhando para isto de forma coletiva, estratégica e promovendo como alicerce a marca Portugal”.

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