Porque o coworking pode ser a solução para o regresso ao trabalho presencial pós pandemia?

O novo normal de empresas e profissionais criativos

A pandemia da COVID-19 veio trazer novas questões às empresas e aos espaços de trabalho. A obrigatoriedade do teletrabalho levou a que empresas tivessem que enviar equipas inteiras para casa, ou a conjugá-las de forma alternada no escritório da empresa.

Agora que a luz ao fundo do túnel se avista com o levantamento progressivo das restrições, é altura de empresas e profissionais fazerem um balanço do que se passou neste ano e meio. E se parece inequívoco que para um profissional independente ter trabalhado em casa foi um processo relativamente tranquilo – tendo em conta que esse tem sido o cenário habitual – as empresas podem inferir conclusões diferentes. 

De acordo com um artigo da Human Resources Portugal que cita vários especialistas na matéria, as empresas identificaram neste período da pandemia – com o teletrabalho – “uma quebra no nível de produtividade, uma perda da identidade da marca e da cultura da empresa.”

Coworking: uma solução de futuro?

O coworking junta num espaço de trabalho flexível – que também costuma ter outras modalidades, como os estúdios privados – profissionais e empresas das mais variadas áreas num ambiente mais descontraído do que o vivido num escritório de empresa típico. Por norma, envolve o aproveitamento de espaços como armazéns, garagens e lojas, reconvertendo-os em verdadeiros hubs criativos. Nestes espaços de trabalho flexíveis partilham-se recursos – como acesso à internet e impressoras – mas também ideias. É preciso lembrar que estes são espaços desenhados por equipas multidisciplinares, não só de empreendedores como de arquitetos e designers de interiores, cujas capacidades combinadas resultam num espaço confortável, a nível de mobiliário, iluminação, cores e decoração. Tudo para proporcionar um bom ambiente, a criatividade, o networking e cultivar o espírito de comunidade.  

Há vários espaços de coworking em Lisboa, como o LACS, com várias modalidades, planos e serviços para os mais variados profissionais. Compreensivelmente, estes espaços já são muito populares entre freelancers e startups, mas cada vez mais surgem como uma opção para empresas. Para estas, combina a possibilidade de oferecer aos colaboradores um ambiente mais descontraído que proporciona o bem-estar e, ao mesmo tempo, um espaço onde se pode interagir com colegas e não perder a ligação com a cultura da empresa. As empresas podem também supervisionar mais facilmente a produtividade dos seus colaboradores.  

Numa altura em que se procuram reforçar os laços que se perderam durante a pandemia, estes espaços flexíveis podem ser perfeitos. Citado no mesmo artigo da Human Resources Portugal, François-Pierre Puech, da Robert Walters Portugal – consultora de recrutamento – afirma que “é tudo uma questão de estar aberto a isso. O principal é garantir que os funcionários se sintam ouvidos e atendidos. Se as empresas o conseguirem fazer da melhor forma, o resto tomará conta de si mesmo.”

Vantagens destes espaços flexíveis para as empresas:

  1. Número de colaboradores no escritório pode ser variável e expansível perante as necessidades e o contexto. Durante a pandemia, escritórios com alugueres de longa duração estiveram desocupados durante muito tempo. Segundo especialistas, esta solução pode diminuir os custos com escritórios de 30 a 50%;
  2. Pagamento de uma mensalidade única que engloba todos os custos da empresa;
  3. Eliminação da necessidade de gestão de instalações do escritório.

Na ressaca da pandemia, aquilo que se perspetiva para o futuro das empresas é uma força de trabalho descentralizada, com colaboradores suficientemente autónomos para definir o modelo em que melhor se podem realizar, obter melhores resultados e ser mais produtivos. Para as empresas, trata-se de economizar e flexibilizar, com espaços à medida das suas necessidades a cada momento.

A pandemia obrigou-nos a todos a olhar para os espaços de trabalho com uma atenção diferente. Não só pela questão de saúde, mas também pela renovação dos conceitos de trabalho. Os velhos escritórios em edifícios pesados com alugueres com cláusulas leoninas e salas cinzentas dão que pensar às empresas. Será que se podem dar ao luxo de os ver desocupados? Será que não é melhor investir num espaço mais económico, mas também mais descontraído, onde não se perca a ligação com a empresa, mas que permita aos colaborares um ambiente de trabalho mais estimulante? E criar, ao mesmo tempo, um contexto laboral que permita conjugar melhor a vida pessoal com a vida profissional? Paulatinamente, a pandemia vai desaparecendo. Mas o seu impacto e as suas lições ficarão. Uma delas é que estes espaços flexíveis são, sem dúvida, uma solução para empresas e colaboradores.

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