PME Excelência: “A prova de que o trabalho árduo traz frutos”

 A marca “O Cabeças” é conhecida em todo o país e foi distinguida com o prémio de “PME Excelência 2021”, na categoria de “Mais Crescimento”. O proprietário, Saúl Sousa, que já conta com dois restaurantes, a Casa dos Leitões e o Armazém das Sandes, e planeia abrir mais dois, fala sobre o seu percurso pessoal e profissional com orgulho e revela alguns dos aspetos mais importantes para o crescimento de um negócio como este.

Patrícia e Saúl Sousa com o prémio de “PME Excelência 2021” na categoria de “Mais Crescimento”

Primeiramente, gostaríamos de ficar a conhecer um pouco mais sobre o negócio. Como é que avalia a evolução do mesmo, ao longo dos anos?

O meu negócio começou pela venda de sandes de leitão, em 2004, nas festas populares, como o Senhor de Matosinhos ou o São João, por exemplo, na minha roulotte. Nos primeiros tempos, sentia que as pessoas tinham algum “preconceito” com as sandes de leitão, porque estavam habituadas a que este fosse servido num prato. Mas foi, sensivelmente, a partir de 2008/2009 que o conceito começou a ser mais aceite, porque coincidiu com a altura da crise económica. Nessa altura, as pessoas começaram a experimentar, porque era mais barato do que comer leitão em prato, e passaram a gostar, tanto que hoje podemos afirmar que nas romarias do Grande Porto, o maior restaurante é o Cabeças.

Da minha pequena roulotte, passei a ter uns stands em chapa, até decidir abrir o meu primeiro restaurante, há nove anos, em Matosinhos, a Casa dos Leitões. Mais recentemente, abri o Armazém das Sandes, em Rio Tinto, e, atualmente, nos meus restaurantes, sinto que consigo abranger várias “classes sociais”, porque tanto os que têm menos possibilidades, como os que têm mais, vêm cá comer, são bem servidos e não pagam muito dinheiro, ao contrário do que acontece na maioria dos restaurantes que servem leitão.

O Armazém das Sandes funciona com pré-pagamento, as pessoas são atendidas conforme a ordem de chegada e apostamos muito no atendimento rápido e de qualidade. Tem capacidade para 130 pessoas, no espaço interior, e ainda existe a esplanada.

No que diz respeito ao negócio em si, esta é uma empresa familiar e eu trabalho muito com a ajuda da minha esposa. Estamos a evoluir cada vez mais, quer ao nível da equipa, como de infraestruturas. Neste momento, tenho 40 empregados e 12 carrinhas. Estas são úteis, principalmente, nas feiras e festas, para a montagem e desmontagem do material.

 

A marca “O Cabeças”, apesar de se situar no norte do país, é conhecida a nível nacional. Na prática, o que diferencia o vosso leitão do restante à venda no mercado?

O nosso leitão tem muita qualidade e é assado em fornos a lenha, feitos em barro. O calor do barro absorve a humidade da pele, o que faz com que fique sempre estaladiça. As pessoas gostam muito de vir cá comer e também sabem que o produto é bom e saboroso.

Para além do leitão servido no prato, também temos porco no espeto e uma elevada variedade de sandes, muito boas, em que o elemento principal pode ser o leitão ou outro, e o pão é feito por nós, cozido na hora. Existem ainda pregos no pão, onde está incluído um lombo de carne de 120 gramas, e há pessoas que vêm ao nosso restaurante de propósito para comer os pregos, embora não seja esse o nosso ex-líbris. As nossas sopas também são muito apreciadas pelos clientes, como é o caso da sopa de nabos, o caldo verde e as papas de sarrabulho.

Um outro aspeto que também faz com que consigamos manter a qualidade dos pratos e satisfazer o cliente é o facto de não abdicarmos dos melhores condimentos e ingredientes. Por exemplo, o molho do porco no espeto é feito com cinco litros de vinho maduro, e eu considero imprescindível utilizar um bom vinho. Há colegas meus, que gerem outros restaurantes, que ficam surpreendidos por eu utilizar um vinho caro para o molho, mas, na minha ótica, se o molho é o elemento fundamental de um produto, não nos podemos desleixar nessa parte.

Nos meus restaurantes come-se bem, há uma boa relação qualidade preço e existe um ótimo ambiente, não há ninguém que vá embora maldisposto. Paralelamente, eu estou sempre à procura de novas formas de satisfazer quem nos visita e também de continuar a melhorar. Se no final de um almoço, no meu restaurante, há um cliente que deixa um pouco de sopa no prato, eu tento, imediatamente, saber o motivo e entender se houve algo que falhou do nosso lado. É essa atenção que também nos permite evoluir.

Um reconhecimento do seu trabalho foi, também, a distinção “PME Excelência 2021”, nomeadamente, na categoria “Mais Crescimento”. O que significou este prémio para si, depois de tantos anos de dedicação e empenho?

Eu só soube que tinha sido nomeado para receber o prémio na véspera da Gala de Prémios, na qual as empresas foram distinguidas e, para mim, foi uma grande surpresa. Apesar de já ter sido premiado com a distinção de “PME Excelência”, em 2019 e 2020, a distinção “PME Excelência 2021”, na categoria “Mais Crescimento”  é um motivo de grande orgulho, porque reconhece o nosso trabalho, esforço e crescimento. Foi um momento muito bonito ter subido ao palco e ter recebido a distinção, senti-me muito emocionado. É mais uma prova de que o trabalho árduo traz frutos.

 

Ao que pudemos apurar, há planos para a abertura de dois novos restaurantes num futuro próximo. Este é o reflexo do sucesso que o negócio está a ter e a prova de que os clientes gostam dos vossos pratos?

Sim, sem dúvida. Nós sentimos a necessidade de abrir novos restaurantes e acreditamos que os clientes que temos vão continuar a ser fiéis e vamos angariar ainda mais clientes. O primeiro restaurante a abrir será na zona de Ermesinde, em fevereiro, e vai chamar-se “A Catedral das Sandes – O Cabeças” e o segundo será nos Carvalhos, em Gaia.

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