Nossa Senhora das Misericórdias: A vila medieval como cabeça de cartaz
A sede desta freguesia está no interior da Vila Medieval. Quem por lá passa, não consegue ser-lhe indiferente. Desde o castelo à igreja, aos miradouros, são vários os motivos de interesse e quem o afirma é Luís Oliveira, o Presidente da Junta de Freguesia da Nossa Senhora das Misericórdias.
Situe a freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias em termos de extensão territorial. Estamos a falar de quantos habitantes?
Nossa Senhora das Misericórdias é uma freguesia portuguesa do Município de Ourém. Relativamente à nossa extensão, falamos de cerca de 40 km2 e, aproximadamente e, de acordo com os últimos censos, 4 700 habitantes.
Enquanto Presidente da Junta, quais são as metas que espera cumprir aqui na freguesia?
Sendo uma freguesia grande com nove locais distintos e, por isso, temos que acudir um pouco a todos eles. Por vezes, temos que nos concentrar e preocupar mais com um deles, no entanto, temos objetivos estipulados para todos.
Em colaboração com a Câmara Municipal de Ourém estamos a rever a questão da acessibilidade à vila medieval pois devido às obras de requalificação efetuadas no castelo, prevê-se uma maior procura por parte dos visitantes.
Em termos culturais, que locais aconselharia aos cidadãos que tenham a intenção de vos visitar?
A grande referência é a Vila Medieval que, na minha opinião, merece ser visitada. No seu interior, existem inúmeros monumentos interessantes. O Castelo, depois de requalificado, está excelente.
A obra foi muito bem feita, pois haviam algumas torres que estavam completamente fechadas e agora já se encontram abertas ao público e em perfeitas condições. A Igreja Colegiada é, igualmente, bonita. Na cripta está o túmulo de D. Afonso, o 4º conde de Ourém. A seu lado, está localizada a fonte gótica. A pousada, a meu ver, é também um monumento visto que ali se encontram partes da história da vila medieval, nomeadamente o tabuleiro da misericórdia que é o antigo hospital e está inserido na mesma. Além disso, existem dois edifícios que, em tempos, eram cadeias. Um deles foi comprado pela Câmara e atualmente é uma loja que se destina à venda de produtos regionais. Relativamente aos miradouros, eu destaco aquele que se encontra nas traseiras do castelo onde é possível vislumbrar praticamente todo o concelho.
Já à saída da vila, encontram a Capela da Nossa Senhora da Conceição. Aliás, no dia 7 de dezembro realiza-se a procissão das velas que é quando esta sai da capela, dá a volta ao morro do castelo, vai para a igreja e, no dia seguinte, regressa ao local. Em termos religiosos, costumamos organizar dois eventos de maior importância: a Via Sacra ao vivo (na Sexta-Feira Santa) e a Procissão dos Passos (realiza-se de dois em dois anos, no domingo anterior à Páscoa).
Não podemos deixar de falar de Fátima, tendo em conta que são uma das freguesias mais próximas. Acredita que o facto de Fátima receber, anualmente, tantas pessoas acaba por beneficiar todas as áreas de negócio não só lá, mas também nas restantes freguesias? Em que sentido?
A proximidade de Fátima à freguesia da Nossa Senhora das Misericórdias, a meu ver, não tem sido muito bem explorada no que ao turismo diz respeito. Poderíamos ter muitos mais visitantes, tendo em conta as pessoas que passam todos os dias por Fátima.
Espero que, com estas obras no Castelo e com a melhoria das acessibilidades, possamos tirar um maior partido dessa situação.
A nossa freguesia tem vindo a perder uma das suas maiores fontes de riqueza que era a indústria mobiliária. Muitas das pessoas que estavam ligadas a esta área foram trabalhar para Fátima tendo em conta essa proximidade.
Quais são os seus objetivos para o futuro enquanto presidente da junta de freguesia?
Tal como já referi, a melhoria das acessibilidades é uma das nossas maiores preocupações. Contudo, outra das nossas apostas é a revitalização da Zona Industrial de Vilar dos Prazeres e temos estado em conversações com a Câmara Municipal de Ourém para esse efeito.