Nelcarnes: “Somos diferenciados porque temos uma produção de excelência”

Na família existia já a tradição na produção de carnes. Nélson Ferreira decidiu por isso aproveitar a experiência de um negócio familiar para criar os talhos Nelcarnes. Localizado na Benedita, Alcobaça, faz da qualidade o critério essencial para satisfazer os seus clientes.

 

A paixão pela carne acompanhou Nelson Ferreira durante toda a sua vida. Foi nesse setor que se formou e onde edificou o seu percurso profissional. Começou por trabalhar por conta de outrem numa conhecida cadeia de supermercados, já na parte do talho, onde desenvolveu a sua técnica e solidificou os conhecimentos adquiridos na formação. Há cerca de 10 anos, o bichinho do empreendedorismo iria levá-lo a arriscar-se por conta própria e abrir os talhos Nelcarnes.

Entrar na guerra dos preços nunca foi intenção do gerente. Mais do que garantir o preço mínimo e a quantidade máxima, interessava-lhe a qualidade da carne que lançava no mercado. A melhor forma de garantir a qualidade é estar envolvido no próprio processo de produção, principalmente se isso significar dar continuidade ao negócio de família de exploração de suínos e bovinos. Assim o fez. “Só trabalhamos com raças reconhecidas e autóctones: angus, barrosã e comercializamos muita carne açoriana. Somos o único talho que comercializa carne de porco Malhado de Alcobaça”, refere-nos Nelson Ferreira.

Os animais são adquiridos com cerca de um ano de vida e crescem de forma natural, “alimentados só com cereais e produtos inalterados, sem químicos, nem hormonas de crescimento rápido”. Não há engordas à pressão, o que exige tempo, mas origina em carne de qualidade superior. “A engorda demora quase um ano e não seis meses, como acontece noutras empresas. Isso faz muita diferença, essas carnes industriais libertam muita água quando cozinhadas, são muito tenras mas não têm sabor”.

A produção Nelcarnes é feita com todo o rigor e profissionalismo. Os animais são seguidos por um nutricionista e alimentados por uma fórmula inspirada na alimentação da raça Wagyu, a carne mais cara do mundo e que a Nelcarnes chegou a produzir. “Agora, o nosso objetivo futuro é produzir carne sem antibióticos”, assegura-nos, “o que não é fácil”, acrescentou.

São mais de 600 animais produzidos por ano pela empresa alcobacense, dentro dos mais de 800 que comercializam. No que se refere a carne de vitela são autossuficientes, já para as restantes carnes recorrem a fornecedores de confiança, capazes de garantir o mesmo nível de qualidade.

Cabrito, porco Duroc, borrego, leitão (por encomenda), aves e artigos de ‘mercearia’, como legumes, especiarias, vinhos regionais, charcutaria, queijo de produtores regionais e até peixe são produtos que se podem encontrar num dos dois talhos Nelcarnes – em Benedita e em S. Jorge da Batalha. “Os clientes vêm pela carne, mas acabam por levar mais alguma coisa”, expõe Nelson Ferreira.

Este é um negócio onde a relação de proximidade com os clientes é uma mais-valia, atraídos pela ótima relação qualidade-preço: “temos muitos clientes particulares de Lisboa, que se deslocam até aqui no fim de semana para adquirir a carne. O nosso cliente foca-se mais na qualidade do que no preço, mas temos preços muito competitivos”.

A prova dos nove é que a Nelcarnes tem registado um crescimento sustentável e consecutivo de ano para ano desde 2010.  Os 16 colabores esforçam-se diariamente para levar até aos seus clientes o melhor que a empresa tem para oferecer. Apesar de todo este sucesso, Nelson Ferreira ainda ambiciona produzir carne sem o recurso a antibióticos, uma opção mais saudável que já é praticada em Espanha, mas não em Portugal: “gostaríamos de ser pioneiros”. Para o futuro, a Nelcarnes deverá investir numa sala de desmanche e no aumento de produção animal.

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