Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva: Cuidar de quem cuidou de nós

Acompanhar todos os seus utentes nas suas mais diversas necessidades é o principal objetivo do Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva, que visa o apoio social à terceira idade. Contra as adversidades, esta instituição tem-se demarcado principalmente na valência de internamento. Volvidas mais de três décadas, em 2013 expandiram a área de intervenção, com a inauguração da valência de cuidados continuados, na vila de Penamacor.

 

Fundado em 1981, o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva foi nos primórdios um asilo que prestava auxílio aos idosos mais carenciados, apenas com a valência de internamento. Anos mais tarde, e devido ao aumento das necessidades da população passou a disponibilizar também centros de dia e apoio domiciliário. Atualmente, a instituição conta com cinco valências, entre as quais, o Internamento na Quinta Nossa Senhora do Incenso, a Unidade de Cuidados Continuados, e os Centros de Dia nas freguesias de Águas, Meimão e Vale da Senhora da Póvoa. “no total acolhemos 170 utentes, dos quais 111 em ERPI, 30 dos quais na ala de cuidados continuados e os remanescentes em SAD. Desde 2013 que já passaram por esta unidade mais de três centenas e meia de pessoas, que trouxeram o reconhecimento dos familiares dos utentes e fazem da nossa instituição uma referência a nível regional. Por esse motivo, sentimos que o nosso foco é o internamento e a prestação de cuidados mais especializados, logo estamos a encetar parcerias com outras instituições locais, nomeadamente nas freguesias mais distantes da sede de concelho para protocolar o serviço de centro de dia, prestando um serviço ainda melhor à população”, revela Domingos Torrão, presidente da direção.

 

Uma relação mais próxima com o Estado

Como maior empregador do concelho e um veículo deveras importante para o apoio ao setor social da região, Domingos Torrão alertou para a necessidade de uma relação mais próxima e eficaz por parte do Estado central. “O papel social é uma das preocupações primárias da instituição, logo era fundamental que as entidades governamentais pagassem a tempo e horas os valores estabelecidos para a unidade de cuidados continuados. Por outro lado, com a portaria publicada em 2015 que obriga estas unidades a ter equipas Médicas e de Enfermagem permanentes, acaba por ser um pouco desajustada da realidade da instituição e complica ainda mais a gestão dos recursos humanos, bem como a carga fiscal inerente a esses salários. Atualmente temos 130 colaboradores, logo o nosso modelo de gestão tem de ser eficiente, de forma a garantir a continuidade na prestação dos serviços”.

Por isso mesmo, Domingos Torrão defende que estas instituições deveriam merecer um maior respeito e reconhecimento por parte do Estado Central, mais propriamente, por parte do Ministério da Saúde e do Ministério da Segurança Social. “Nós substituímo-nos ao estado e temos de ser vistos de uma forma diferente. Por exemplo, do ponto de vista clínico, o serviço nacional de saúde poderia criar protocolos que encetassem uma relação de proximidade entre os centros de saúde e as instituições, de forma a ajudar na aquisição de material clínico, ou mesmo, na prestação dos cuidados, tirando a sobrecarga da inerência de um quadro fixo de pessoal clínico”, sublinha o presidente da direção e continua: “do mesmo modo, a segurança social deveria ter uma intervenção mais proativa no auxílio às instituições, como é o caso do cruzamento de dados para a aplicação das mensalidades nos utentes, não se limitando à fiscalização e à aplicação de coimas”.

Numa região marcadamente rural, as reformas atingem valores bastante reduzidos para o custo médio do tratamento de um utente em valência de internamento. Por esse motivo, a família tem de comparticipar o remanescente da mensalidade, mas são vários os casos sociais, sem qualquer suporte familiar a cargo do lar.

 

Pensar no futuro

Apesar das adversidades para Domingos Torrão é fundamental continuar a prestar um serviço de proximidade junto dos utentes, procurando melhorar as condições existentes nas infraestruturas mais antigas. “Existe também uma questão que é o facto de termos edifícios com mais de quatro décadas que precisavam de ser requalificados, de forma a reduzir os custos fixos. Na sequência do quadro comunitário elaboramos uma candidatura ao Centro 2020 para a recuperação do edifício sede, que neste momento se encontra em análise. No entanto, acreditamos que estamos a prestar um bom serviço, pese embora todas as adversidades com que nos deparamos no dia a dia”, termina.

 

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