Mobilidade: Como a tecnologia mudará a circulação em Lisboa e no Porto até 2025
Os resultados eleitorais de Setembro do ano passado selaram o futuro próximo de muitas autarquias, entre as quais a cidade do Porto, com a continuidade de Rui Moreira, e Lisboa, com a vitória surpreendente de Carlos Moedas. Tendo por base a esfera das ideias e dos planos dos dois executivos, auguram-se mudanças pertinentes em vários aspetos, mas a questão da mobilidade surgiu desde cedo como uma das principais bandeiras dos dois governantes. A mudança na forma como se circula nas duas principais cidades do país será posta em prática até 2025 e vai à boleia de tecnologias já existentes.
A discussão em redor da mobilidade nas grandes cidades é um tema que extravasa as fronteiras da política ou de qualquer outro setor de atividade e, prova disso, foi o debate que ocorreu no Portugal Mobi Summit no último trimestre de 2021. O evento reuniu 100 oradores em Cascais para discutir temas como cidades inteligentes, novas tendências de mobilidade ou o papel do 5G na forma como as pessoas circularão nos próximos anos. A reunião contou com a presença de vários CEOs ligados ao setor energético e, quando se falou do maior acelerador para a mobilidade, o consenso foi gritante: tecnologia. Não é de agora que a circulação em grandes cidades está dependente de aplicações móveis ou pagamentos online, basta lembrar as trotinetes de várias marcas espalhadas por Lisboa, mas espera-se que esse foco tecnológico atinja novos máximos nos próximos anos.
Alguns dos planos para Lisboa e Porto incluem um reforço dos postos de carregamento de veículos elétricos, a redefinição de ciclovias com problemas de funcionamento e a promoção de diferentes serviços ligados à mobilidade, como os parques de estacionamento, os transportes coletivos ou o aluguer de meios de transporte. Nos últimos dois anos já foi clara a ascensão de meios de transporte alternativos. Contudo, os persistentes avanços tecnológicos elencados a novas alternativas de mobilidade, como a possibilidade de carregar um veículo elétrico em poucos minutos, desbloqueiam condições que até há bem pouco tempo pareciam impossíveis para os habitantes ou turistas das duas principais cidades portuguesas. Isso também é notado nos planos de determinadas empresas que estão bastante alinhadas à transição para um modelo energético mais sustentável. A Galp, por exemplo, tem a meta de possuir, até ao final de 2025, 10 mil pontos de carregamento de carros elétricos na Península Ibérica.
O turismo não é um tema inocente quando falamos de mobilidade, de grandes cidades ou de tecnologia. Quem visita estes centros urbanos eventualmente terá de se movimentar, e a tecnologia será sempre a primeira opção para, por exemplo, conseguir uma bicicleta em Lisboa para passear no Parque das Nações ou alugar um carro no Porto para explorar a cidade de forma mais livre e sem depender do itinerário dos transportes públicos. Toda a informação referente a serviços do género é hoje disponibilizada em websites ou apps, fazendo com que seja fácil ter acesso às funcionalidades, aos preços e a outros detalhes dos serviços. Para além disso, ainda é possível contratar o serviço inteiramente no online, quer seja a reserva de uma bicicleta, o aluguer de um carro ou qualquer outro produto que facilite a vida tanto de moradores quanto de visitantes. Com efeito, a tecnologia resolve muitos dos problemas de mobilidade das grandes cidades, como pode-se notar nas grandes capitais europeias ou nas cidades inteligentes, como Copenhaga ou Amesterdão.
Ainda que muitas destas mudanças já se façam sentir com o início de obras ou a aprovação dos projetos, espera-se que os anos de 2022 e 2023 sejam aqueles onde estas ideias comecem a ganhar forma. O objetivo será fazer com que Lisboa e Porto se tornem cidades inteligentes e a mobilidade é um dos alicerces para projetar estes centros económicos e tecnológicos para outro patamar. Para além da mobilidade, será necessário agregar os dados de áreas tão dispersas como a economia, o meio ambiente, a coesão social, o planeamento urbano, a administração pública, entre outros. O caminho é longo, mas Lisboa e Porto escolheram a mobilidade para início de percurso e em 2025 saberemos se chegaram ao destino com sucesso.