Madeira volta a ser distinguida na Europa
Recentemente, a Madeira foi distinguida enquanto “Melhor Destino de Cruzeiros da Europa”. Paula Cabaço, presidente do Conselho de Administração da APRAM, explica o papel que a empresa tem tido na divulgação desta região.
Qual tem sido o papel da APRAM na divulgação e no reconhecimento da Madeira?
A APRAM gere, promove e divulga os Portos da Madeira e Porto Santo a nível nacional e internacional. Promover os portos é, simultaneamente, promover o próprio destino, é mostrar as nossas ilhas, as suas paisagens, características e os serviços que oferecemos a quem nos visita por mar.
O Porto do Funchal tem especificidades próprias que fazem com que a chegada à Madeira seja uma experiência inesquecível. A beleza da baía continua a marcar aqueles que escolhem entrar na Madeira por via marítima.
Depois, o Porto do Funchal é, desde 2005, um porto exclusivamente destinado aos cruzeiros e ferrys, sem movimentação de cargas – o movimento de mercadorias é feito, sobretudo, no Porto do Caniçal – com a vantagem de estar muito próximo do centro da cidade do Funchal. Paralelamente, dispomos de uma equipa operacional muito boa, elogiada várias vezes pelos comandantes dos navios pela experiência e profissionalismo, com que desempenha as suas funções.
Por tudo isto, continuamos a manter o lugar que temos há muito tempo no Atlântico e a parceria que temos com as Canárias, através da marca “Cruise in the Atlantic Islands” tem sido fundamental neste trabalho de promoção e na atração de mais escalas.
Acreditam que, para atingirem este resultado, muito contribuiu a aposta numa relação de proximidade com as várias companhias marítimas e parceiros do sector e o investimento realizado no Porto do Funchal?
Sempre trabalhámos numa ótica de proximidade com as companhias, mas intensificou-se com a pandemia. De repente, um sector que estava em franco crescimento, ficou paralisado, devido à questão de saúde pública de que pouco sabíamos, com restrições que eram para cumprir e para se adaptar. Foi importante termos dialogado uns com os outros e, em conjunto, termo-nos preparado para a retoma do sector.
Aí, entrou o investimento de meio milhão de euros que o Governo Regional da Madeira fez, através da APRAM, garantindo às companhias e aos seus clientes, bem como aos nossos conterrâneos, que éramos e somos portos seguros! Essa mensagem de confiança e diálogo permanente foi fundamental.
Qual a importância que a sustentabilidade e a preocupação ambiental têm na gestão atual da APRAM?
A descarbonização, a sustentabilidade e eficiência são para nós uma prioridade. É nesse sentido que estamos a trabalhar na transição energética, avaliando os diversos impactos técnicos, financeiros e sobretudo, ambientais, preparando uma “revolução” que terá efeitos positivos, a todos os níveis, na nossa comunidade.
O objetivo é que os Portos da Madeira sejam capazes de fornecer energia elétrica aos navios, aos edifícios, equipamentos, embarcações e veículos dos serviços portuários, energia proveniente, fundamentalmente, das energias verdes ou alternativas.
Trata-se de um longo caminho, mas queremos que, antes de 2050, possamos atingir a neutralidade carbónica. Até lá, teremos metas a cumprir até 2030 e 2040 e as necessárias reavaliações ao longo de todo o processo.
Fundamental para o sucesso deste projeto é a digitalização dos Portos da Madeira nas várias vertentes, o que também está a ser desenvolvido. A sustentabilidade energética implica a criação de ferramentas de suporte digital e a eficiência dos serviços passa pela digitalização. São projetos que se complementam, no sentido de serem criados, não apenas os chamados Green Ports, mas no sentido das chamadas cidades portuárias inteligentes.
Os diversos pacotes de estudos a desenvolver durante dois anos, cofinanciados até 1,2 milhões pela U.E vão permitir analisar, detalhadamente, cada porto da região, tendo em conta a especificidade da frota e o tipo de operação desenvolvida, bem como as fontes utilizadas para a produção de energia, permitindo determinar os benefícios ambientais precisos do projeto.
É, pois, um projeto abrangente que vai trazer efeitos positivos na própria imagem da Madeira, enquanto região de turismo, benefícios macroeconómicos indiretos globais e vai contribuir ativamente para os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
O que podemos esperar da APRAM no futuro? Tendo em conta que milhares de pessoas visitam a Madeira na passagem de ano, qual o convite que querem deixar aos nossos leitores para uma visita neste fim de ano?
A defesa do interesse público da Região Autónoma da Madeira, sempre! É por isso que trabalhamos todos os dias. Nas ilhas, o sector portuário é estruturante. Importamos 95% do que consumimos e a grande maioria dessas mercadorias chega por via marítima.
Depois, temos o sector dos cruzeiros com uma média de 300 escalas anuais e perto de 600 mil turistas. Calcula-se que o impacto na economia seja de 55 milhões de euros por ano. Há ainda um outro efeito: é que muitos dos passageiros dos cruzeiros, regressam à Madeira para uma semana de férias. O que significa que o cruzeiro funciona como uma espécie de montra de promoção do destino.
A passagem de ano continua a ser um grande cartaz turístico. É um espetáculo único que beneficia da própria orografia do Funchal e conjuga o lançamento do fogo de artifício, as iluminações, a baía repleta de cruzeiros e o ambiente mágico que se vive nas ruas e nas casas. Façam a experiência e escolham vir à Madeira num cruzeiro, neste fim de ano. Prometemos que não se irão arrepender!