Instituto Politécnico de Setúbal: Ensino superior próximo e inclusivo
Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), apresenta-nos as medidas que foram implementadas e que levaram ao crescimento notório que esta instituição de ensino sofreu nos últimos anos.
O IPS acaba de celebrar 40 anos. Como pode caraterizar esta instituição de ensino?
É um parceiro cada vez mais relevante no ecossistema regional, do ponto de vista do ensino, da investigação e da promoção da inovação empresarial. Juntaria ainda dois contributos essenciais: por um lado, a grande capacidade de promover a inclusão social, o que significa conseguir trazer para o ensino superior franjas da população que tradicionalmente não estudavam no ensino superior, provenientes de classes socioeconómicas mais desfavorecidas. E nós sabemos que em Portugal continua a existir uma clivagem clara no acesso ao ensino superior, de acordo com a condição socioeconómica. Os politécnicos têm tido essa capacidade, quer através da captação regional de muitos alunos, quer também pela criação dos cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), que neste momento já representam 16 por cento dos nossos estudantes. A segunda questão tem a ver com a promoção da coesão territorial. O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) conduziu um estudo sobre o impacto dos politécnicos nas regiões e concluiu que, no nosso caso, geramos 59 milhões de euros para a região, o que significa que, cada euro que recebemos do Estado, nós conseguimos multiplicá-lo por três. Somos o politécnico com a segunda mais elevada taxa de empregabilidade a nível nacional, o que significa que 97 por cento dos nossos diplomados estão empregados. Para além disso, temos níveis salariais, comparativos, acima da média nacional.
Os diplomados que auferem salários mais altos são os estudantes da licenciatura em Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação. “Estamos a falar de quase dois mil euros líquidos, por mês, passado um ano”, admite o presidente do IPS.
Como pode descrever o vosso modelo de ensino?
Estamos num processo muito comprometido e intenso ao nível da promoção da inovação pedagógica, com a adoção de metodologias pedagógicas mais ativas, que envolvem estudantes e empresas numa participação mais próxima e dinâmica, que resultará numa melhor preparação dos nossos estudantes para o mundo do trabalho.
Porquê estudar no Instituto Politécnico de Setúbal?
Em primeiro lugar, porque aqui os estudantes encontram cursos que promovem a empregabilidade e isso não sou eu que o digo, mas sim o mercado. Depois, vivemos num sítio fabuloso. A cidade de Setúbal modernizou-se muito nos últimos anos, tem um ambiente académico relevante, custo de vida comportável e oferece segurança. Por outro lado, temos um ambiente de aprendizagem de muita proximidade, a relação professor/aluno é sempre apontada como um ponto forte nesta instituição de ensino.
Quais as novidades que estão a ser preparadas para o próximo ano letivo?
No próximo ano, vamos ter um novo curso na área do Turismo, contamos ter uma licenciatura em Marketing Digital e um mestrado na área da Logística. Espero, em 2020, estar a anunciar estas três novas ofertas formativas que pretendem responder às necessidades que vamos observando na região. Paralelamente, temos dois desafios para o próximo ano letivo: por um lado, aumentar o número de unidades curriculares lecionadas em inglês, para todos os estudantes. Por outro lado, queremos ter cursos exclusivamente lecionados em inglês, promovendo, assim, o ambiente académico internacional.
Como espera entregar este politécnico quando terminar o seu segundo mandato, em 2022?
Espero entregar um politécnico com mais estudantes, mais competitivo, com mais capacidade de investigação, com maior capacidade de internacionalização, e, sobretudo, mais credível e com maior impacto na região.